Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

30/10/2014 - 06:15

Depressão nos idosos: fatores de risco

Conhecer os fatores de risco da depressão em idosos é o ponto de partida para saber se a pessoa precisa de ajuda emocional.

As pessoas idosas têm que enfrentar muitas mudanças em sua vida: luto pelo falecimento de parentes e amigos, doenças, estar cada vez mais dependente, perder a memória e outras capacidades cognitivas, além de outros fatos que o afetem de forma indireta, como o divórcio dos filhos.

Viviane Ortiz, psicóloga e Presidente da Alfa Jireh, empresa carioca especializada no atendimento e cuidados com idosos, fala das características que se associam aos estados de depressão na terceira idade e como podem ser rebatidos.

1. Às vezes custa muito enfrentar essas mudanças. É quando a pessoa pode apresentar um estado de ânimo triste que não se resolve e daí derivar uma depressão do tipo reativo. “Assim, surge a depressão nos últimos anos de vida, mas também os resquícios de quem sofreu crises de depressão anteriormente e que pode recair no momento que lhe sucedam situações como essas ou similares” aponta Viviane, lembrando que diversos casos de depressão que se redimem parcialmente, parecem que estão recuperados, mas na realidade não estão, pois recaem quando um fato adverso acontece.

2. O enfrentamento de situações de vida tem a ver com fatores de personalidade e comportamento, como a baixa auto-estima e o pessimismo, assim como a baixa tolerância e a frustração. “O excesso de perfeccionismo e a necessidade de controlar tudo levam a que a pessoa se frustre se algo não acontece segundo o esperado e desejado, e essa frustração se acompanha de um estado de ânimo com tendência à tristeza. Se essa é uma forma de pensamento habitual da pessoa, haverá fatores da personalidade que predispõe ao padecimento da depressão do tipo reativo” explica a psicóloga.

3. Uma situação de risco que aparece frequentemente nos idosos é o passar a residir numa ‘casa de repouso’, quando a pessoa não é suficientemente independente para viver em sua própria casa, seja por deterioração cognitiva, física ou funcional. É uma fonte de stress e insatisfação bastante compreensível, já que todos queremos estar em nossa própria casa. “ Sem dúvida, ter que aceitar as primeiras limitações, perceber que a cada dia está menos ágil, mais esquecido, confuso, e além disso ter que enfrentar uma nova casa, estranha, produz frequentemente depressões do tipo reativo. Por isso, muitos idosos que não querem essa situação e consideram que viver numa casa de repouso é uma forma de abandono, têm uma grande probabilidade de desenvolver depressão, aliada ao fato de que muitos deles se mostram mais tristes diante da família para conseguir que os levem de volta a sua casa, pois não se sentem bem ali e não estão adaptados. Esta não aceitação e o baixo estado de ânimo dificultam a adaptação à casa de repouso” explica Viviane Ortiz.

4.Segundo ela, é comum , também, encontrar nas casas de repouso idosos de idades bastante avançadas que têm uma dependência física leve ou moderada, mas que cognitivamente se encontram bem e que apresentam um estado de ânimo mais triste. “Os idosos desta geração não estavam conscientes de que iriam sobreviver tantos anos, considerando que seus pais faleceram em idades menores. Ao dar-se conta de que os dias passam, sua vida é monótona, não se encontram mal de saúde, mas tampouco completamente bem, se sentem cansados de viver tantos anos” comenta, lembrando que nesses casos é frequente que se manifestem ideias e desejos de morte, pois já não querem seguir vivendo por que são muito idosos e para levar esse tipo de vida que não é inativa mas também não é ativa, tudo isso leva ao desenvolvimento de uma depressão.

5. Um dos fatores de risco mais ligados à depressão é a solidão e o isolamento. Se a pessoa sente que não tem pessoas de confiança que possam responder por ela, não sabe a quem pedir ajuda se tiver um problema, ou se sente desinformada sobre o que pode acontecer na sua vida cotidiana, e como resolver – a essa condição diz-se que tem baixo apoio social percebido. “Se a pessoa idosa nunca sai de casa, não se relaciona com a vizinhança, sua família está longe, etc...seu apoio social se vê diminuído, e é provável que a pessoa se sinta só e isolada e assim desenvolva depressão” conta Viviane Ortiz.

6. Entre todos esses fatores de risco de sofrer depressão, é preciso considerar que o estado de ânimo negativo pode aumentar progressivamente. “ A depressão também pode ser secundária a outros problemas crônicos de saúde, como o hipotiroidismo, a dor crônica, doenças neurológicas, e mesmo pessoas que sofrem de anemia manifestam mais tristeza. Se conhecemos esses fatores e os identificamos na pessoa idosa, estaremos mais alertas diante da possibilidade de depressão. Assim poderemos realizar uma ação preventiva e minimizar os riscos” finaliza Viviane Ortiz.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira