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01/11/2014 - 08:48

Assessoria de imprensa em tempos sem internet

Um dos momentos mais divertidos na minha agência ou nas aulas para alunos de comunicação é quando começo a contar como fazia assessoria de imprensa em tempos sem a internet. Isso porque a atual geração de comunicólogos sequer imagina um mundo sem uma confirmação de recebimento de emails ou mesmo troca de mensagens via Skype.

Uma das grandes novidades da minha época de estagiária era o fax. Com ele atrelado a um sistema de computador, conseguia programar o disparo dos releases durante a madrugada e me organizava para fazer follow up alguns dias depois. Isso porque, no dia seguinte, imprimia na impressora matricial a lista de todos telefones que tinham dado erro de transmissão e passava muitas horas reenviando esses releases um a um para que todos os recebessem. O fax era tão importante que tinha uma mesa própria com cadeira, já que passávamos muito tempo ao seu lado.

Me lembro como se fosse hoje a folha de rosto sendo preenchida a lápis com cada um dos nomes e os protocolos de recebimento que recebia após o bipe final de envio. O follow up também era bem mais demorado porque o único contato que tínhamos com as redações era via telefone.

Nosso arquivo de imagens de clientes e produtos era uma grande pasta de plástico preta com fotos impressas coloridas e P&B e também slides. Muitas vezes mandava pelo correio para todo o Brasil envelopes com um ou mais slides e o release impresso. Tínhamos uma área com caixinhas para colocar o slide para que ele não deteriorasse. Quando um jornalista de outro estado solicitava mais opções de imagens, novamente enviava via correio os bendidos slides.

Naquela época o acesso às redações era mais fácil e comumente fazia visitas aos jornalistas levando debaixo dos braços pastas de presskits sobre meus clientes. Hoje em dia isso seria impossível levando em consideração a quantidade de assessores versos o número de repórteres.

O clipping também era um capitulo à parte. Na época, eram poucas as opções de fornecedores e muitas vezes tínhamos um delay de um dia a uma semana para recebermos matérias de outras cidades ou estados. Muitas revistas (segmentadas ou não) e muitos jornais chegavam dobrados em envelopes pelos Correios. Com isso, o horário que o carteiro passava influenciava a minha programação de trabalho do dia.

Os computadores que tínhamos disponíveis também eram infinitamente mais lentos que os atuais, mesmo com a mais moderna tecnologia da época. Conforme a popularização da internet, algumas máquinas passaram a ter acesso discado à rede, mas naquele tempo não podia ficar conectada o dia todo.

Os mailings eram atualizados de tempos em tempos por um sistema que chegava via disquete e a impressora era carregada com aquele papel contínuo e somente podia ser usada em momentos em que não tivesse reunião na empresa e ninguém ao telefone porque ela era extremamente barulhenta. Acreditem se quiser.

. Por: Daniela Barbará, diretora de Operações da EVCOM, jornalista formada pela FIAM e mãe do Benjamin.

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