“Steve Jobs não seria contratado por 90% das empresas no mundo”, diz Nolan Bushnell

Fundador da Atari Corporation e primeiro empregador do gênio por traz da Apple afirma que modelo da maioria das empresas restringe surgimento de novas mentes criativas e inovadoras.

São Paulo - Primeiro palestrante do segundo dia de atividades do HSM ExpoManagement 2014, maior evento de gestão da América Latina, Nolan Bushnell afirma que a maior parte das empresas do mundo tem ainda um modelo de gestão que não reconhece ou aproveita, em todo o seu potencial, o talento de mentes criativas e inovadoras.

Segundo Bushnell, que lança no Brasil o livro Encontre o Novo Steve Jobs (no original em inglês Finding the next Steve Jobs), o modelo das empresas ainda não permite que os ‘novos Steve Jobs’ do mundo exerçam livremente a sua criatividade e os seus insights para encontrar soluções inovadoras para as empresas. “Há muitos Steve Jobs trabalhando para vocês sem vocês saberem”, disse Bushnell para plateia de executivos presentes no evento.

Bushnell, que empregou Jobs e seu amigo Steve Wozniak (parceiro na criação da Apple), nos anos 1970 na sua então pioneira empresa de vídeo games, Atari Corporation, descreveu características da personalidade de Steve Jobs que hoje são evitadas em muitas das companhias do mercado. Dentre essas características, Bushnell citou o despojamento no ambiente de trabalho (Jobs ia trabalhar de chinelos) e, principalmente, a paixão pelo seu trabalho.

Ao citar essas características, Bushnell fez um paralelo com o perfil do brasileiro, visto como um povo “apaixonado” pela vida. Segundo ele, “o amor pela vida dos brasileiros deveria ser transferido para as empresas de uma forma regular”. “A intensidade é um trunfo (nos negócios)”, afirma. “Vocês devem achar a paixão para tornar realidade aquilo que sonham.”

Bushnell, que hoje dedica a carreira para desenvolver softwares que buscam acelerar o aprendizado educacional das pessoas, encerrou a apresentação dando exemplos de setores da economia que tendem a acabar caso não se reinventem, como é o caso da indústria de ensino superior. “Estudos mostram que 60% dos diplomas não pagam o dinheiro investido na faculdade”, afirma.

Para Bushnell, a inovação já não é mais uma opção, e sim uma necessidade.

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