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16/01/2008 - 11:45

No principal mês de compras as taxas de juros foram reduzidas, diz Anefac

Tendência de queda não deve se repetir em 2008.

A Pesquisa de Juros da Anefac de dezembro, o principal mês de vendas no comércio, apurou que todas as taxas de juros médias foram reduzidas, com exceção da taxa de juros do cartão de crédito rotativo, que se manteve inalterada. De acordo com o coordenador da pesquisa e vice-presidente da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel José Ribeiro de Oliveira, esta tendência de queda não deve se repetir em 2008. “Inicialmente estávamos projetando novas reduções da taxa básica de juros bem como da redução das taxas de juros das operações de crédito. Porém tendo em vista algumas mudanças ocorridas poderemos ter em 2008 novas elevações das taxas de juros ao consumidor”.

Nas operações de crédito para pessoa física com a exceção da linha de crédito do cartão de crédito rotativo que manteve estável sua taxa de juros média no mês, todas as demais linhas de crédito (cinco) tiveram redução no mês (juros do comércio, cheque especial, CDC-bancos-financiamento de veículos, empréstimo pessoal - bancos e empréstimo pessoal - financeira). A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma redução de 0,05 pontos percentual no mês (1,29 ponto percentual no ano) correspondente a uma redução de 0,69% no mês (0,92% em doze meses) passando a mesma de 7,23% ao mês (131,10% ao ano) em novembro/2007 para 7,21% ao mês (129,81% ao ano) em dezembro/2007 sendo esta a menor taxa de juros média da série histórica.

Nas operações de crédito para pessoa jurídica todas as linhas de crédito pesquisadas apresentaram redução (capital de giro, desconto de duplicatas, desconto de cheques e conta garantida). A taxa de juros média geral para pessoa jurídica apresentou uma redução de 0,05 ponto percentual no mês (0,93 ponto percentual em doze meses) correspondente a uma redução de 1,22% no mês (1,50% em doze meses) passando a mesma de 4,10% ao mês (61,96% ao ano) em novembro/2007 para 4,05% ao mês (61,03% ao ano) em dezembro/2007 sendo esta a menor taxa de juros média desde abril/2001.

Taxa de juros x Selic em dezembro - Miguel de Oliveira relata que considerando todas as quedas da taxa básica de juros (Selic) promovidos pelo Banco Central que vem reduzindo as mesmas desde setembro/2005, tivemos neste período (setembro/2005 a dezembro/2007) uma redução da Selic de 8,50 pontos percentuais (queda de 43,04%) de 19,75% ao ano em setembro/2005 para 11,25% ao ano em dezembro/2007. Neste período a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma redução de 11,31 pontos percentuais (queda de 8,01%) de 141,12% ao ano em setembro/2005 para 129,81% ao ano em dezembro/2007. Nas operações de crédito para pessoa jurídica esta queda atingiu 7,20 pontos percentuais (queda de 10,55%) de 68,23% ao ano em setembro/2005 para 61,03% ao ano em dezembro/2007, ficando evidente que não foram repassadas integralmente todas as quedas da taxa básica de juros.

Reduções da Selic somente no segundo semestre - “Por conta da divulgação dos últimos dados sobre inflação é fato que o Banco Central deverá ser mais conservador nas próximas reuniões do COPOM o que deverá fazer com que a taxa básica de juros Selic permaneça inalterada por um período mais longo”, diz Miguel de Oliveira. Assim, para ele, novas reduções da Selic provavelmente deverão ocorrer somente no segundo semestre de 2008. Ele acredita que se não houver surpresas muito negativas no cenário externo a taxa básica de juros deverá fechar 2008 em patamares próximos de 10%, até porque novas reduções da taxa de juros básica americana deverão ocorrer.

O coordenador de pesquisas da Anefac muda a avaliação que fez há 30 dias de que teríamos um ano de 2008 com reduções das taxas de juros das operações de crédito. “Dois fatores novos introduzidos em janeiro/2008 nos levam a ter mais cautela em nossas projeções. Pois deverão contribuir até para elevação dos juros ao consumidor neste ano”, diz referindo-se ao pacote fiscal anunciado pelo governo no qual foi elevada a taxa do IOF (Imposto sobre as Operações Financeiras) nas operações de crédito e o aumento da CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido) das instituições financeiras.

“No caso do IOF a elevação da alíquota incide diretamente na operação de crédito - o banco cobra do cliente e repassa ao governo - e esta elevação já fará com que as taxas efetivas de juros - taxas de juros e demais acréscimos - sejam elevadas. A CSLL irá provocar uma maior tributação sobre o resultado das instituições financeiras. Assim, provavelmente para compensar essa tributação maior, deverão repassar parte deste custo nas taxas de juros ou nos preços de seus serviços, via tarifas bancárias.

Miguel de Oliveira acredita que 2008 deverá ser um ano pautado pela continuidade do aumento do volume de crédito de 25% no volume emprestado. Dentro das principais modalidades, os destaques deverão ser as linhas de crédito para financiamento habitacional, financiamento de veículos e o crédito consignado. Todas deverão apresentar forte crescimento pelo fato de serem linhas de menor risco de inadimplência por conta da garantia dos bens financiados e dos salários. “Nossas projeções indicam que ao final de 2008 o volume total de crédito que hoje se encontra em R$ 880,80 bilhões (34,3% do PIB) deve apresentar um crescimento no ano de 25%, elevando o volume emprestado (estoque) para R$ 1,15 trilhão, o que corresponde a 40% do PIB.

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