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07/11/2014 - 09:34

2015: crise ou oportunidade para PMEs?

Após dois trimestres seguidos de queda do Produto Interno Bruto (PIB), a economia brasileira entrou em recessão técnica, ocasionada, especialmente, pelo recuo nos investimentos e na indústria. O cenário atual acendeu um sinal de alerta, principalmente entre as pequenas e médias empresas que, mais do que as grandes empresas, já têm sentido na pele os reflexos negativos do momento econômico em suas atividades, tanto no gerenciamento de seu pessoal como na área de comercialização. Para enfrentar a crise, um passo fundamental seria os empreendedores investirem em planejamento e inovação com base em pesquisa para permanecerem no mercado e estarem um passo à frente da concorrência.

Isso porque a atual situação econômica do país não foi exatamente uma surpresa, a questão é que poucas empresas se prepararam para esse momento, acreditando que a crise havia sido uma pequena marola e que o Brasil permaneceria alheio a seus efeitos. O campeonato mundial de futebol e o consequente ufanismo em torno do evento foram uma das principais razões para esse comportamento. Chegou 2014 e a Copa tomou conta do país. Os empresários sabiam que poucos setores seriam beneficiados com o acontecimento, mas o resultado foi ainda pior do que se esperava, nem o turismo escapou. O volume de gastos dos brasileiros no exterior no período foi muito superior ao que os estrangeiros deixaram por aqui. Além disso, a baixa produtividade nos meses de junho e julho também representou um grande prejuízo, especialmente, para as pequenas organizações.

Sensíveis aos contratempos econômicos, diante desse cenário, as PMEs são as que mais têm sofrido para se manter ativas no mercado. Pequenos e médios empreendedores vêm suando para administrar o fluxo de caixa e, mais do que nunca, sentem que precisam pensar soluções criativas para aumentar lucratividade. O grande desafio das PMEs é enfrentar as adversidades com criatividade ao utilizar recursos financeiros, materiais e humanos. Quem abre uma empresa sabe, prioritariamente, colocar em prática, não necessariamente vender ou gerir. Além disso, primeiro o empresário aprende a responder a demandas de mercado e só depois a se planejar para as flutuações do ambiente externo.

Para enfrentar períodos de recessão como o que se espera a partir de 2015, a estratégia seria investir em planejamento estratégico, além de recorrer a ações inusitadas que tragam resultados concretos. Mas, afinal, por onde começar? A primeira medida é deixar de se pautar em achismos e na tomada de decisão por meio de tentativa e erro.

Quando a situação aperta, o planejamento deve imperar, todos os recursos têm que ser gerenciados com o máximo rigor a fim de utilizá-los racionalmente e o caminho é justamente enfrentar as adversidades de forma inovadora. Essa inovação não é necessariamente tecnológica, como se pensa. Muitas vezes, uma mudança no relacionamento com os clientes traz resultados fenomenais. Mas, para isso, nem sempre se pode contar apenas com dados que se tem em mãos. Não adianta se fechar, é necessário recorrer a outras visões.

Nesse sentido, instrumentos como a pesquisa (de mercado, imagem e reputação) podem fazer a diferença entre ser mais um nadando contra a corrente e destacar-se frente à concorrência. Isso porque, primeiro, somente o olhar ‘de fora’ terá condições de detectar exatamente o que não vai bem ou o que pode melhorar na empresa. Depois, porque os inputs provenientes desse tipo de estudo subsidiam o planejamento a médio e longo prazo e não somente a curto prazo. E, por fim, porque toda pesquisa é, em si, uma forma de comunicação da empresa com seus públicos. O uso da pesquisa traz para a gestão metodologias rigorosas do ponto de vista científico que produzem e formatam os dados necessários ao desenvolvimento de ações estratégicas, sejam de relacionamento, sejam de comunicação.

A pesquisa está diretamente envolvida em todas as etapas que um bom planejamento deve conter: desde a análise do cenário concorrencial, definição do posicionamento e detalhamento das ações para cada público, até as metas, formas de monitoramento e indicadores que meçam resultados. Mais do que ser a base de um bom planejamento, ela contribui indiscutivelmente para a geração de ações inovadoras baseadas em tendências ou oportunidades de mercado não aproveitadas.

Há uma tendência entre empresas de médio porte, que, atualmente, já monitoram, além das suas inserções na mídia, também as de seus concorrentes. Essas organizações terminam por ter mais subsídios para formatar seu planejamento e tomar decisões assertivas em relação ao negócio do que outras que não investem nesse tipo de acompanhamento.

Outra aplicação inovadora e cada vez mais procurada é a estruturação de um programa de pesquisa que funcione como um gerador contínuo de opiniões e informações relevantes a respeito do segmento de atuação da empresa, por meio de pesquisas de opinião pública. Produzindo conhecimento sobre assuntos que interessam aos públicos-alvo e sobre seus próprios produtos, a iniciativa, alinhada às ações de comunicação institucional, posiciona a empresa ou entidade como referência e fonte sobre o setor, aumentando sua participação em quaisquer debates a respeito do segmento.

As eleições mantiveram as previsões sobre as dificuldades da economia. Ainda que sem uma clara ideia da política econômica que o governo adotará, reina uma certeza: o ano de 2015 não será fácil. Mais uma razão para que, em função da recessão, pequenas e médias empresas precisem encontrar saídas criativas para a situação econômica e até mesmo oportunidades de negócio novas. Recorrendo a ferramentas de pesquisa de escopos variados e adequados a cada porte, algumas organizações já mostram que há formas de trabalhar, com inteligência, tanto dados de mercado, quanto de clientes e da concorrência e alcancem esses objetivos. A ressalva fica por conta de que, para que o investimento valha realmente a pena, é preciso sempre buscar bons profissionais que entendam o perfil da empresa e a ajudem a delimitar objetivos claros sobre o que pretende obter. Dessa forma, as empresas realizarão de fato investimentos em planejamento e inovação, não mais gastos sem retorno.

. Por: Cristina Panella, Doutora em Sociologia com ênfase em Comunicação e especialista em Metodologias de Pesquisa. Sócia e Diretora Geral de Cristina Panella Planejamento e Pesquisa, marca do Grupo Attitude S.A.

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