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15/11/2014 - 09:11

A contribuição das análises de ecoeficiência na escolha de fertilizantes

A crescente demanda por produtos agrícolas para alimentação, geração de energia, confecção de vestuário e a indústria vêm tornando imprescindível o uso de fertilizantes para que os níveis de produtividade necessários sejam alcançados. A produção agrícola remove nutrientes do solo e para que o potencial produtivo seja preservado ou otimizado deverá haver a reposição dos nutrientes exportados pelas colheitas através da adubação ou fertilização do solo.

De acordo com a Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), a contribuição exata dos fertilizantes minerais na produção agrícola é discutível, mas em qualquer caso dos milhões de experimentos de campo que foram conduzidos no mundo, sua grande influência na produtividade das culturas é claramente demonstrada.

Até 2050, estima-se que nosso planeta terá 9 bilhões de habitantes. Estudos da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) apontam que o Brasil necessitará aumentar sua produção de alimentos em 40% a fim de atender a demanda mundial. Grande parcela deste aumento (cerca de 90%) será proveniente do uso de novas tecnologias, assim evitando a abertura de novas áreas para cultivo. Ainda de acordo com a FAO, como cerca de 50% da responsabilidade pelo aumento de produtividade agrícola se deve aos fertilizantes, e considerando o papel preponderante do nitrogênio (N) na agricultura, o adequado suprimento e uso dos fertilizantes nitrogenados se torna primordial para que o País possa se tornar um grande produtor agrícola mundial.

Existe um gargalo no sentido de haver a possibilidade da realização de estudos com o objetivo de comparar o impacto ambiental de três diferentes fertilizantes nitrogenados como auréia, nitrato de amônio e sulfato de amônio, por exemplo, com a finalidade de avaliar qual deles apresenta menor impacto ambiental, econômico e social. Um estudo desse tipo poderia auxiliar o agricultor na tomada de decisões na escolha do fertilizante mais adequado a ser utilizado.

Já existem ferramentas de medição da sustentabilidade, inclusive para o setor agrícola, que vem sendo utilizadas para avaliar a sustentabilidade relativa a produtos e processos e, consequentemente, embasar tecnicamente tomadas de decisão nos negócios.

Elas proporcionam a avaliação do ciclo de vida na determinação de todas as atividades envolvidas desde a extração de recursos naturais até a disposição final de resíduos. Também aprofundam e ampliam a avaliação dentro e fora da propriedade agrícola, nas relações com importantes stakeholders, com a comunidade local, internacional, nacional e consumidores.

Ademais, maiores esforços devem ser feitos visando aumentar a eficiência do uso de fertilizantes nitrogenados, principalmente no cultivo de alimentos, com o intuito de minimizar os impactos causados por estas fontes de nitrogênio. Segundo o relatório do IPCC (2007), a uréia promove maiores taxas de evaporação de amônia, contribuindo para a emissão dos gases de efeito estufa na forma de óxido nitroso (N2O), o qual equivale a 298 moléculas de dióxido de carbono (CO2), porém este fertilizante continua sendo amplamente utilizado.

Sem o uso de fertilizantes a produção é baixa e, dessa forma, poderíamos dizer que não haveria sustentabilidade nas propriedades. Entretanto, os fertilizantes representam uma grande parte dos custos de produção e o seu uso eficiente deve ser uma meta, poupando recursos naturais e evitando perdas para o meio ambiente. O seu uso pode gerar produtividade e sustentabilidade.

. Por: Paula Prezotto, analista de Educação Socioambiental da Fundação Espaço ECO®.

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