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16/01/2008 - 13:34

Os pobres, sem saúde e assustados


Ainda me lembro quando a mídia pertencente a UDN (União dos Defensores do Neoliberalismo), uníssona, bradava com o fim da CPMF arregimentando a sociedade contra a contribuição que entendia eles, ” injusta”. De tudo fizeram em coro, para que R$ 40 bilhões de reais não fossem drenados para a saúde da população pobre, num Estado onde a saúde pública é ausente. O desiderato foi alcançado. A prorrogação da CPMF foi derrocada, e os pobres mais uma vez ficaram no esquecimento. O governo, por sua vez, tenta recuperar o rombo causado pelos insensíveis, compensando as perdas com outros meios arrecadatórios. Mais uma vez a direita reage, e leva as medidas compensatórias à apreciação do provimento jurisdicional.

Mas de nada adianta os pobres ficarem vulneráveis em relação à Saúde Pública, se não há um agente conspirador. Ele surgiu, enfim. A Febre Amarela. A mídia preencheu seu espaço, de forma autocrática, alarmando a população quanto a um ” perigo eminente”; mostra em horário nobre, imensas filas de pobres assustados, com medo, temendo que a febre se alastre. Não bastou o Dr. Drauzio Varella dizer, ” calma”. O bombardeio midiático intenciona o pânico, o desespero, mimificando a crise a aérea, que desta feita, de certo modo, também voa, só que através dos mosquitos um deles já é nosso conhecido, o mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue. Nas matas, a febre amarela ocorre em macacos e os principais transmissores são os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, que picam preferencialmente esses primatas.

A nova versão do ” apagão aéreo” toma cor, com a nova versão travestida de “epidemia”. Antes os aviões, agora os mosquitos. A pergunta seria: Até quando, os poderosos meios de comunicação irão conspirar contra um presidente operário que hoje visita Cuba? Que tipo de democracia vivemos, onde o poder da mídia é quem determina quem deve governar, afagando os representantes de seus interesses, ou boicotado governos ditos “governos populares” legitimamente eleitos? No Brasil, quem dá a concessão para governar é a mídia. Ela determina quem é o “competente”, e conduz o povo, em horário nobre, a “comprar” seus objetivos políticos, e suas propostas, prestigiando apenas aqueles que na sua essência, defendem os interesses dos poderosos.

A Febre Amarela passa a ser a nova versão do “apagão aéreo”, vem do ar, do vôo, e em rima se assemelha com o “Cansei”, até porque, quando infectado os desvalidos ficam prostrados, cansados, e em outras filas, não bastasse crueldades já infligidas; as filas dos Hospitais Públicos, sucateados pelos neoliberais. Assim então, o cenário do pânico se amoldura, anunciado a cada dia a morte de um primata, levando os pobres, sem saúde ao medo da morte, anunciada em horário nobre. Aliás, não há loteria que acabe com a pobreza de espírito.

. Por: Fernando Rizzolo, Advogado, Professor Universitário, Pós Graduado em Direito Processual, participa como Coordenador da Comissão de Direitos e Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção São Paulo, é também membro efetivo da Comissão de Direito Humanos da OAB/SP. Conselheiro do Conselho Deliberativo do Programa Estadual de Proteção a Testemunha do Estado de São Paulo-PROVITA/SP ligado à Secretaria de Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania do Governo do Estado de São Paulo. Membro do Conselho Tecnológico do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo, ligado ao projeto Cresce Brasil da Federação Nacional dos Engenheiros. | http://rizzolot.wordpress.com/

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