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27/11/2014 - 11:21

Vendas de aço no Brasil deve ter alta de 4% em 2015, aponta IABr


(esq./dir.) Marco Polo de Mello Lopes, presidente-executivo do IABr e Benjamin Mário Baptista Filho, presidente do Conselho Diretor do IABr

Num processo modesto de recuperação, as vendas internas (21,6 milhões de toneladas) devem aumentar 4%, mas ainda devem manter perda de 5,6% em relação a 2013. O consumo aparente (25,2 milhões de toneladas) de 2015 também deve aumentar em relação a este ano (2%), mas manterá perda de 4,7% em relação a 2013.

As vendas brasileiras de produtos siderúrgicos devem fechar 2014 com queda de 8,9% em relação ao ano passado, atingindo 20,8 milhões de toneladas, patamar próximo a 2010, segundo previsões do Instituto Aço Brasil. Já o consumo aparente tem queda prevista de 6,4% este ano, atingindo 24,7 milhões de toneladas.

Em entrevista coletiva no dia 26 de novembro (quarta-feira), no Rio de Janeiro, o presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil (IABr), Benjamin Mário Baptista Filho, disse que estamos diante da perspectiva de aumento de capacidade adicional de aço em torno de 170 milhões de toneladas no mundo, referente a usinas que estão em construção e entrarão em operação nos próximos anos, principalmente na China, Índia e Oriente Médio.

Hoje a capacidade mundial já está em 2,168 bilhões de toneladas, para um consumo de 1,598 bilhão de toneladas, portanto, excedentes na ordem de 570 bilhões de toneladas.

De acordo com dados do Instituto Aço Brasil (IABr), as importações deverão atingir 4,1 milhões de toneladas, representando crescimento de 9,7%. As exportações deverão atingir 9,8 milhões de toneladas, aumento de 20,6% em relação ao ano passado, não devido à melhoria do mercado internacional, mas sim basicamente ao religamento do alto forno da ArcelorMittal Tubarão e as suas vendas externas de placas.

O presidente ainda disse, que as importações, tanto de produtos acabados, como do chamado aço indireto, contido em mercadorias como máquinas e equipamentos, vêm subindo sem cessar no Brasil desde o ano de 2007. Em 2014 o total importado de aço deve alcançar quase cinco milhões de toneladas, totalizando 9,045 milhões de toneladas, desde 2007. “ Essa importação hoje no Brasil equivale a uma Usiminas”, observou.

O presidente-executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes, repete o que vem dizendo algum tempo: “ o Brasil continua com números que refletem o impacto de problemas sistêmicos, como a alta carga tributária, cumulatividade dos impostos, custo da energia elétrica e câmbio valorizado, literalmente a perda da competitividade sistêmica . Fatores que vêm afetando não somente a indústria brasileira do aço como também seus principais setores consumidores”, frisa, lembrando que o ganho mais expressivo reivindicado por vários setores do mercado foi a prorrogação do Programa Reitegra.

Diante desse quadro, a indústria brasileira do aço deseja investimentos e correção das assimetrias competitivas (defesa comercial eficiente e a utilização efetiva do instrumento do conteúdo nacional) de forma a assegurar o crescimento sustentável do mercado. Medidas anti-dumping e salvaguardas, para enfrentar práticas predatórias da concorrência externa, como fazem outros países.

O Instituto Aço Brasil acredita que o elevado excesso de capacidade da ordem de 600 milhões de toneladas deve continuar no curto prazo; assim como a intensa competição acirrada pelo impacto da desaceleração do crescimento da China e aumento das exportações. Isso significa que os desvios de comércio devem permanecer.

Benjamin Baptista Filho observou que a questão do excesso da capacidade mundial está sendo discutido somente no âmbito da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), no qual o Brasil tem representação. Apontou, porém, que o problema não é algo que possa ser resolvido em um horizonte previsível de tempo, porque a região geográfica onde está o maior excesso de produção é a China, que não faz parte da OCDE. Disse que de acordo com relato de fontes chinesas que participaram do último congresso da Associação Latino-americana do Aço (Alacero), no início deste mês, no México, o excesso de capacidade é oriundo de empresas controladas por governos provinciais e municipais da China, sobre as quais o governo central não tem ingerência, por se tratarem de empresas sociais, criadas para a geração de empregos.

2015 - Assim como as previsões para PIB e produção industrial, as projeções do setor para 2015 apontam desempenho suavemente melhor do que neste ano. Num processo modesto de recuperação, as vendas internas (21,6 milhões de toneladas) devem aumentar 4%, mas ainda devem manter perda de 5,6% em relação a 2013. O consumo aparente (25,2 milhões de toneladas) de 2015 também deve aumentar em relação a este ano (2%), mas manterá perda de 4,7% em relação a 2013. O setor se preparou para atender a demanda, com investimentos em novas tecnologias, inovação em produtos e serviços, e parque industrial moderno.

Marco Polo de Mello Lopes informou que no próximo dia 1º de dezembro, o IABr terá a primeira reunião com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), ocasião, que tomará conhecimento das medidas que estão sendo trabalhadas pelo governo diante das prioridades apresentadas pelo Fórum Nacional da Indústria à Casa Civil, do qual a entidade faz parte. Quanto ao anúncio formal da equipe econômica, previsto para o dia 27 (quinta-feira), ele disse que há uma expectativa muito positiva, “torcemos que seja aberto um diálogo concreto para tratar aquilo que nós consideramos como prioridade absoluta para a recuperação da competitividade”, acrescentou.

“A maneira de aumentar o mercado de aço no Brasil é aumentando a produção daquilo que contém aço, e a indústria metalmecânica estaria inserida nesse processo”, concluiu Benjamin Baptista.

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