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04/12/2014 - 08:45

E agora com os presidentes das construtoras presos?


As maiores construtoras do Brasil estão na jaula da operação Lava Jato. Exatamente as 10 maiores, todas envolvidas. E agora, como ficarão as vitais obras da infraestrutura, logística, portos, rodovias, coisa fundamental para um agronegócio que entra num ciclo de diminuição dos preços das commodities internacionais?

Os custos lavoura/porto no Brasil, em 2003, custavam 20 dólares a tonelada para os grãos soja e milho, enquanto nos Estados Unidos ficavam na ordem de 15 dólares a tonelada e na Argentina 14. Passados 10 anos, hoje o custo lavoura/porto no Brasil representa 92 dólares a tonelada, enquanto nos Estados Unidos 23, e na Argentina 20 dólares a mesma tonelada.

Quer dizer, somos aproximadamente quatro vezes mais caros, da porteira das fazendas para frente, comparado aos nossos maiores competidores globais. Representa dizer que, perante uma queda de preços da soja, de 13 dólares o bushel, para 10/11, começamos a entrar em zonas de grandes dificuldades, para uma boa parte dos produtores nacionais.

Isso associado a outros fatores, incontroláveis para os agricultores, com um aumento de 74% no custo de produção como um todo, de 2009 para 2014, com mais 95% no aumento do custo dos insumos, incluindo diesel; e os custos fixos operacionais e administrativos crescendo outros 47%. Os cenários ficam obscuros para a safra 2014/2015.

Só vai sobrar produtor com produtividade elevada e gestão sustentável. Nessa hora, o custo da infraestrutura pesa pesado e derruba muita gente, e o país. Significa desperdício.

Então, e agora Dilma? Quem vai construir se os presidentes das 10 maiores construtoras brasileiras estão presos? Pergunto, por que só os chantageados, os que pagaram as propinas estão na cadeia, e os que receberam? Não os intermediários? Mas os destinatários finais de toda essa petrorobalheira? Esses sim já deveriam estar na cadeia, pois pelo menos os outros sabem construir, e os últimos apenas destruir.

Nossa infraestrutura para o agronegócio não vai rodar em 2015.

. Por: José Luiz Tejon Megido, Conselheiro Fiscal do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS), Dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM, Comentarista da Rede Estadão. | O Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS) é uma organização da Sociedade Civil, criada em 15 de abril de 2011, com domicilio, sede e foro no município de São Paulo-SP, com o objetivo precípuo de discutir temas relacionados à sustentabilidade da agricultura e se posicionar, de maneira clara, sobre o assunto.

O CCAS é uma entidade privada, de natureza associativa, sem fins econômicos, pautando suas ações na imparcialidade, ética e transparência, sempre valorizando o conhecimento científico.

Os associados do CCAS são profissionais de diferentes formações e áreas de atuação, tanto na área pública quanto privada, que comungam o objetivo comum de pugnar pela sustentabilidade da agricultura brasileira. São profissionais que se destacam por suas atividades técnico-científicas e que se dispõem a apresentar fatos concretos, lastreados em verdades científicas, para comprovar a sustentabilidade das atividades agrícolas.

A agricultura, apesar da sua importância fundamental para o país e para cada cidadão, tem sua reputação e imagem em construção, alternando percepções positivas e negativas, não condizentes com a realidade. É preciso que professores, pesquisadores e especialistas no tema apresentem e discutam suas teses, estudos e opiniões, para melhor informação da sociedade. É importante que todo o conhecimento acumulado nas Universidades e Instituições de Pesquisa seja colocado à disposição da população, para que a realidade da agricultura, em especial seu caráter de sustentabilidade, transpareça.

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