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17/01/2008 - 11:47

O terrorismo das FARC

Consumada dia 10, a libertação da ex-deputada Consuelo Gonzáles e da advogada Clara Rojas, que em 2002 era candidata a vice-presidente na chapa da então senadora Ingrid Betancourt, a qual permanece cativa, teve inegáveis aspectos humanitários. Mas estes não foram os fatores determinantes daquela iniciativa.

Nos últimos dias de 2007, as Farc montaram, em torno daquelas reféns e do menino Emanuel, filho de Clara, uma espetaculosa operação midiática. O clímax deveria coincidir com o ano novo. Libertando apenas 0,2% dos reféns por ela mantidos em cativeiro, a guerrilha colombiana converteria o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, no dirigente latino-americano de maior projeção mundial.

A manobra gorou. As Farc descobriram tardiamente que o menino Emanuel, cujo nome fora dado à operação, há muito havia sido entregue aos cuidados do governo colombiano. Tornou-se indispensável, nos dias seguintes, reduzir o impacto do fiasco sobre a imagem do presidente venezuelano e, principalmente, das próprias Farc, desnudadas aos olhos do continente.

Chávez retribuiu o gesto de boa vontade da guerrilha com uma manifestação oficial, em que proclamou ser ela não um agrupamento terrorista, mas uma força insurgente, que busca realizar um projeto político legítimo.

Um dos estudiosos que melhor conhecem o pensamento e a prática das Farc, o estrategista Ricardo Vélez Rodriguez, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), não hesita em chamar os dirigentes das Farc de meliantes e mentirosos.

Em artigo para O Estado de S. Paulo (09/01), Vélez recorda que, há cinco anos, a guerrilha seqüestrou 11 deputados colombianos e os assassinou à queima-roupa em junho de 2007. Às Farc não faltam recursos. Elas são sustentadas pelo narcotráfico e pela maciça prática de seqüestros de cidadãos comuns (pequenos comerciantes, criadores de gado), de cujos familiares exigem resgate como faria o mais reles bandido.

Mantêm um autêntico curral de reféns, com quase 800 pessoas. Parte dos cativos, como as libertadas confirmaram, são mantidos com correntes ao pescoço dia e noite. A tentativa das Farc de derrubar pelas armas um governo legítimo, democraticamente eleito, basta para desnaturar seu projeto político.

Caracterizá-las como um grupo terrorista não é aplicar-lhes rótulo indevido, mas dar a elas um qualificativo que, por todos os títulos, merecem, o qual sua natureza delituosa e antidemocrática e seus métodos desumanos de atuação.

. Por: Antonio Carlos Pannunzio, Deputado federal, líder do PSDB na Câmara

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