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10/12/2014 - 08:15

Firjan: custo do trabalho subiu 11,6% nos últimos quatro anos

Estudo da Federação sugere a implementação de novas políticas voltadas ao aumento da produtividade do trabalho no Brasil.

O Custo Unitário do Trabalho na indústria de transformação brasileira subiu 11,6% entre 2010 e 2014, resultado da combinação entre a elevação do custo real da hora trabalhada (+11,9%) e a estagnação da produtividade do trabalho (+0,2%). Com o avanço, o custo atingiu o nível recorde da série histórica (111,6), que teve início em 2004. Os números contrastam com o recuo de 1,4% observado entre 2004 e 2007, período anterior à crise mundial.

O dado é do estudo divulgado nesta segunda-feira, dia 8, pelo Sistema FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro). De acordo com a Federação, a elevação do custo do trabalho tornou a indústria brasileira menos competitiva no cenário internacional e foi disseminada, com 13 dos 15 segmentos industriais pesquisados mostrando crescimento dos seus custos unitários no período.

O estudo comparou a evolução do Custo Unitário do Trabalho brasileiro com o de países desenvolvidos centrais (Estados Unidos, Reino Unido e França), países desenvolvidos periféricos (Itália, Espanha) e países da América Latina com estruturas econômicas similares à brasileira (Colômbia e México). O Brasil foi o que apresentou o crescimento mais elevado – inclusive acima do registrado na França (+5,8%) e no Reino Unido (+5,2%), países notórios pelo elevado custo da mão de obra e fraco desempenho econômico no período pós-crise.

Destaca-se ainda que os países que apresentaram as maiores quedas no custo do trabalho – Colômbia (-12,7%) e México (-6,3%) – foram aqueles que conseguiram implementar extensas reformas no período analisado, reduzindo seus custos de produção e ampliando a competitividade de suas economias.

A partir deste cenário, a Firjan reforça a importância da implementação de novas políticas voltadas ao aumento da produtividade do trabalho no Brasil: modernização da legislação trabalhista, consolidada há mais de 70 anos; políticas de reajuste salarial que associem, de forma direta e explícita, os ganhos salariais ao aumento da produtividade; redução consistente dos encargos sobre o trabalho; além de maiores investimentos em educação, pesquisa e desenvolvimento, utilização de novas tecnologias e maior abertura comercial da economia.

Setores de meios de transporte e têxtil registraram as maiores altas - Dentre os 15 segmentos analisados no estudo, 13 apresentaram aumento real do Custo Unitário do Trabalho de janeiro de 2010 a junho de 2014. Os segmentos de Meios de transporte e Têxtil registraram elevação próxima a 30%, refletindo principalmente uma forte queda da produção no período. As indústrias de Alimentos e Bebidas, Borracha e plástico, e Máquinas e Equipamentos tiveram crescimento em torno de 20% por conta da combinação de queda da atividade produtiva e aumento dos gastos com a folha salarial.

Os dois outros setores que registraram crescimento do custo do trabalho acima da média do país foram os de Metalurgia básica (+15%) e Minerais não-metálicos (+11,9%), que apresentaram aumento do custo do trabalho acima da produtividade no período analisado.

Os únicos segmentos que apresentaram redução do indicador no período foram Madeira (-18,9%), por conta da combinação de aumento da produção com redução dos gastos com a folha de pagamentos; e Coque, refino de petróleo e biocombustíveis (-0,3%), já que o crescimento da produção superou a evolução dos gastos com a folha de pagamentos, que chegou a crescer 13% entre 2010 e 2014.

A Firjan ressalta que reformas estruturais são necessárias para que a indústria de transformação recobre sua competitividade e retome uma trajetória de crescimento saudável e sustentável. “Duas boas medidas nessa direção são retomar a discussão sobre o fim da multa adicional de 10% do FGTS para demissões sem justa causa, bem como aprovar um marco legal seguro para regulamentar a terceirização no país”, sugere o estudo. | O estudo: http://ow.ly/FwXjr].

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