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10/12/2014 - 08:37

Lugar de farmacêutico é fora do balcão e perto do consumidor


Nos últimos meses, o varejo farmacêutico brasileiro conquistou importantes vitórias, como avanços na campanha pela redução de impostos sobre medicamentos; e a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que confirmou a constitucionalidade das diversas leis estaduais que garantem a venda de artigos de conveniência nas farmácias. Contudo, o principal triunfo é, sem dúvida, a valorização do principal agente das farmácias: o farmacêutico.

Com a sanção da Lei 13.021/14, em agosto deste ano, este profissional ganhou mais autonomia e segurança em seu trabalho, o que contribui para a manutenção de um ambiente ideal para o exercício pleno de sua função. Um exemplo é o respaldo legal que o especialista tem atualmente para manter o histórico do paciente, a fim de orientá-lo acerca de como interagir com sua doença. Além de trazer melhorias consideráveis para o atendimento, isto abre caminho para a ampliação do leque de serviços que coloca o farmacêutico cada vez mais fora do balcão e perto do cliente.

Esta tendência já ocorre nos Estados Unidos e em várias metrópoles na Europa. No país norte-americano, por exemplo, algumas lojas contam até com clínicas que oferecem um atendimento básico de saúde e, caso necessário, os pacientes são encaminhados para médicos especializados.

É evidente que a adoção desse modelo pode trazer grandes benefícios aos consumidores brasileiros, por representar uma alternativa às salas de emergência de hospitais, procuradas muitas vezes em ocasiões que não configuram tamanha urgência. Também é um grande reforço para campanhas de conscientização e imunização.

E é dessa maneira que as empresas ligadas à Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) enxergam o futuro do segmento nacional. São empresários que entendem o papel dos estabelecimentos de varejo farmacêutico além da simples comercialização de remédios. Hoje, o cliente busca nas gôndolas produtos para seu pleno bem-estar e para conveniência. E, no que se refere à atenção farmacêutica, contar com um profissional especializado para guiá-lo por esse caminho é mais que essencial: é promissor.

O primeiro passo das grandes redes nessa direção é estruturar os intitulados Serviços Farmacêuticos Avançados. Voltado para clientes em busca de tratamentos para parar de fumar, perder peso, controlar o colesterol, diabetes e pressão arterial, este trabalho envolve desde o acompanhamento (revisão de medicação, sistema de dispensação personalizada, programas de tratamento) a atendimentos ambulatoriais (imunização, nebulização e testes de saúde).

Para colocar este modelo em prática, a Abrafarma iniciou em julho um trabalho que durará um ano inteiro, e que envolve a elaboração de manuais, reuniões com grupos de especialistas e a capacitação de farmacêuticos. Em 2015 ocorrerá a implantação de serviços em lojas-piloto, o monitoramento dos resultados e o desenvolvimento final do modelo de negócios. O intuito do projeto é verificar como o público brasileiro interage com esta nova dinâmica e se há demanda para tal. Em caso positivo, faz-se necessário buscar garantias legislativas e regulatórias para a introdução dos Serviços Farmacêuticos Avançados.

Contudo, o caminho ainda é longo. Para alcançarmos o patamar de países em que o varejo farmacêutico é destaque por sua eficiência e pujança, é preciso criar leis que ampliem o mix de produtos na categoria de saúde, como equipamentos de autodiagnóstico; regulamente os serviços de clínicas médicas nas farmácias, a exemplo do que descrevi anteriormente; inclua sistemas de auto-check de prescrições, refil, e histórico de uso; e expanda a classificação de produtos de conveniência com foco em bem-estar.

Desta forma, não apenas o farmacêutico será valorizado, mas principalmente o consumidor, que em vez de encontrar a frieza mecânica de um balcão, terá disponível um profissional que entende suas necessidades e zela por sua segurança e bem-estar.

. Por: Sérgio Mena Barreto, presidente-executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).

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