Sala Cecília Meireles é reinaugurada em grande estilo

Espaço foi transformado em um dos mais modernos palcos de música do país, além do “Wine Bar”, iluminação ampliada, acústica bem moderna, assim como a iluminação cênica, elevadores, ótima acessibilidade com elevadores e rampas para pessoas com deficiência. E ainda banheiros super modernos alinhados com a sustentabilidade ambiental.

Transformada em um dos mais modernos palcos de música do país, a Sala Cecília Meireles, na Lapa, foi reinaugurada no dia 11 de dezembro(quinta-feira). Em um evento para convidados, a reabertura do espaço da Secretaria de Cultura foi marcada por um concerto de piano e voz em homenagem à escritora que batiza a casa de espetáculos. A apresentação contou com poesias de Cecília Meireles musicadas.

O governador Luiz Fernando Pezão prestigiou a reinauguração da Sala: —É um presente de Natal para a cidade. Estamos entregando um patrimônio que fazia muita falta às pessoas que amam a música — afirmou o governador.

Gerenciada pela Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro(Emop), com acompanhamento técnico do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), a reforma do prédio recebeu investimento de R$ 47,5 milhões, incluindo equipamentos, sinalização e mobiliário. A revitalização do local foi financiada com recursos do Governo do Estado e da iniciativa privada, por meio das leis federal e estadual de incentivo à cultura.

— Com essa reforma, a Sala está preparada para receber grandes nomes da música— afirmou a secretária estadual da Cultura, Adriana Rattes.

Tombado pelo Inepac, o prédio histórico do fim do século XIX teve toda sua estrutura reforçada e ganhou uma grande janela de vidro na fachada frontal, ampliando a luminosidade. A parte acústica também foi modernizada, assim como a iluminação cênica. Para melhorar a acessibilidade, o espaço recebeu elevadores e rampas para pessoas com deficiência, e ainda conta com uma plataforma especial que eleva o cadeirante até o nível da plateia.

Os banheiros, que antes ficavam no subsolo, agora estão localizados no nível térreo, e um café, tipo “Wine Bar”, ficará à disposição do público no segundo andar durante o dia. A nova Sala Cecília Meireles tem capacidade para receber 680 pessoas.

— Embora a parte acústica já fosse boa, corrigimos alguns parâmetros para melhorar ainda mais o projeto. A grande janela de vidro colocada na fachada promove um diálogo interessante com a rua, permitindo que o público veja o interior do espaço e se sinta convidado a frequentá-lo. Essa reforma certamente vai ajudar a revitalizar a Lapa e impulsionar o cenário musical do Rio de Janeiro — afirmou o diretor da Sala Cecília Meireles, João Guilherme Ripper.

O antigo auditório anexo à Sala foi reformado e se transformou no Espaço Guiomar Novaes, que tem característica multiuso. O local não tem palco ou assentos fixos e poderá ser ajustado de acordo com a demanda do espetáculo, tendo capacidade para receber recitais, projeções de filmes, gravações ou ensaios. Além disso, a Sala Cecília Meireles e o Espaço Guiomar Novaes podem receber eventos simultaneamente.

— A Sala Cecília Meireles representa muito para a cultura do Rio de Janeiro. Uma cidade que não cuida do seu patrimônio é uma cidade sem alma — disse o prefeito do Rio, Eduardo Paes, que participou da cerimônia.

Público comemora reabertura - Encantada com a nova estrutura acústica da Sala Cecília Meireles, a pianista Priscila Bonfim disse ser uma honra tocar na cerimônia de reabertura do espaço.

— O som ficou incrível depois da reforma. A emoção para um músico é imensa ao encontrar um espaço com tanta clareza no som. Toquei aqui há quatro anos e sinto-me privilegiada por retornar e encontrar um espaço com tanta qualidade. A Sala permite diferentes apresentações e estilos musicais —explicou a pianista.

A diretora-executiva & editorial do Portal e TV Fator Brasil, Neuza Maria era frequentadora assídua da Sala. Apaixonada por música clássica, ela diz que sentia falta de um espaço para ouvir música de qualidade.

— Por anos frequentei a Sala Cecília Meireles, a maioria das vezes com uma grande amiga, que também nutria enorme paixão pela música clássica: a Maria Esther Castelletti Massapust,— infelizmente, falecida em 2013.

— Estou há quatro anos aguardando a reabertura da Cecília Meireles para tornar a embalar a minha rotina com música clássica —afirmou a jornalista.

Eventos durante o ano todo - Uma das novidades é que a Sala oferecerá programação musical durante todo o ano. O local será palco de espetáculos para diversos tipos de público, incluindo séries voltadas para orquestras, música e óperas de câmara, além de jazz. O Espaço Guiomar Novaes abrigará séries dedicadas a chorinho, música experimental, MPB, canto e poesia.

— Haverá espaço para um público variado. A Sala Cecília Meireles funcionará como uma guardiã da grande tradição musical, trazendo clássicos como Bach, Mozart e Beethoven, e também como uma galeria de artes com o intuito de expor e lançar novos talentos que estão surgindo e que renovarão a música —disse João Guilherme Ripper.

— Para a reabertura oficial, no dia 12 de dezembro(sexta-feira), foi programado um concerto para voz e piano em um misto de canções e poesia de Cecília Meireles, interpretadas por Luisa Francesconi (mezzo-soprano), Homero Velho (barítono) e Priscila Bonfim (piano), sob a direção cênica de André Heller-Lopes. O programa se assemelha ao concerto que há 49 anos  (em 1965) inaugurou a casa, batizada com o nome da poeta Cecília Meireles, então recém-falecida. Na ocasião, os poemas de Cecília, foram declamados por sua filha, a atriz Maria Fernanda, e a Orquestra do Theatro Municipal executou as Bachianas Brasileiras nº 5, de Heitor Villa-Lobos.

A agenda de concertos para 2015 já está praticamente fechada, e contempla todas as vertentes musicais que sempre encontraram espaço na sala - da música medieval à contemporânea, passando pela música de câmara, pelo jazz e pela instrumental popular brasileira.