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20/12/2014 - 07:18

Como tornar um Conselho de Administração, de fato, eficaz

A necessidade de gestão patrimonial, com foco em mais lucratividade, crescimento e liquidez, faz parte da realidade de toda empresa, de diferentes portes e setores. Trata-se de uma busca diária que envolve gestão ativa e, necessariamente, boas práticas de governança. Entre elas, um elemento assume uma posição essencial: a instituição de um Conselho de Administração. Porém, para que o Conselho realmente exerça as suas funções com eficácia, há uma série de fatores que precisa ser levada em conta.

É muito comum, em momentos de crises, as companhias atribuírem os baixos resultados à conjuntura econômica interna ou às crises internacionais. Porém, com um Conselho eficaz, é possível identificar oportunidades, se precaver e atingir bons resultados, mesmo diante de momentos adversos. Mas isso apenas é possível se respeitarmos algumas premissas básicas.

O primeiro ponto diz respeito aos membros deste Conselho. É primordial que cada conselheiro possua conhecimentos relevantes para desempenhar a função. Há exemplos globais de Conselhos formados por profissionais despreparados e sem a expertise necessária para conduzir a gestão de uma empresa. Assim, além de um conhecimento padrão de gestão entre todos, é importante formar um grupo diversificado, com visões distintas, vindas por meio de expertises e experiências em diferentes áreas ou indústrias. É esta diversidade que contribui para a boa gestão e para o fortalecimento do grupo. Somente a partir de opiniões distintas, é possível avaliar os diferentes lados da mesma moeda, com percepções antagônicas, identificando riscos e oportunidades. Quando todos possuem as mesmas referências e as mesmas percepções, corre-se o risco de não se avaliar todas as oportunidades e desafios.

Um segundo fator que afeta diretamente o desempenho de um Conselho é a base de dados referente à empresa. É preciso que os conselheiros tenham acesso a informações claras e reais para as melhores tomadas de decisão. Apenas com um mapa sobre a atual situação financeira, as oportunidades e os riscos envolvidos é possível tomar decisões eficazes na busca por mais lucratividade, crescimento e liquidez. Mesmo um Conselho com elevadíssima qualificação, dificilmente, conseguirá tomar as melhores decisões se não tiver acesso a informações de qualidade - sejam dados imprecisos ou vagos. Da mesma forma, de nada adianta uma arquitetura de informação fantástica se não houver membros capacitados para analisar as informações e tomar as melhores decisões.

Vale ressaltar que, se a empresa não tiver este mapeamento interno, é função do Conselho definir a arquitetura de informações necessária para a tomada de decisão. O Conselho precisa buscar, identificar e acompanhar todos os dados relevantes sobre o desempenho financeiro da empresa, riscos e perspectivas. Somente com este panorama é possível realizar uma boa gestão.

Além de executivos dedicados e informações precisas e de qualidade, é fundamental que o Conselho possua estrutura e processos claros, além de uma dinâmica positiva. É importante que cada membro saiba a sua função e preserve sempre a sua independência, tendo como foco o melhor para o patrimônio da empresa. Se um conselho for constituído a partir de membros capacitados, com diferentes visões e expertises, possuir dados estruturados e houver processos bem definidos, certamente, realizará discussões dinâmicas e de alto nível, analisando alternativas sob diferentes perspectivas. É essa dinâmica que, de fato, poderá garantir a eficácia de um Conselho de Administração.

De nada adianta a iniciativa de se criar um Conselho, se ele não respeitar os princípios básicos para exercer a função para a qual foi criado. O Conselho deve buscar a proteção e a valorização do patrimônio de uma companhia. E isso apenas é possível com membros dedicados e capazes, dados estruturados, processos e uma boa dinâmica.

. Por: Eduardo Shakir Carone, sócio-diretor da NEXTO Investimento, Graduado em administração de empresas pela Pontifícia Universidade Católica–PUC SP e administrador de carteiras de fundos de investimento credenciado pela CVM, antes de fundar a NEXTO, em julho de 2013, foi sócio da NEO Investimentos, responsável pelas áreas de Private Equity e Real Estate de 2007 a 2013. Atuou como gestor e membro de comitês de fundos de investimento em participações com patrimônio somado superior à R$600 milhões. Realizou investimentos nos setores de varejo, logística, imobiliário, engenharia pesada, prestação de serviços em terceirização de mão de obra, alimentos e editorial, reunindo empresas que, juntas, somam mais de R$ 6 bilhões em faturamento e mais de 27.000 funcionários. Carone também coordenou a reestruturação de mais de R$ 100 milhões em dívidas de empresas investidas e foi membro do conselho de administração da Gafor Logística, Aterpa Engenharia, Tangará Foods e Vista Investimentos Imobiliários. Entre 2001 e 2007, atuou como gerente de consultoria em fusões e aquisições e auditoria da PricewaterhouseCoopers, tendo prestado serviço para mais de 50 empresas nacionais e multinacionais neste período.

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