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23/12/2014 - 08:58

Qual o impacto de um Business Intelligence na assistência à saúde?

Atualmente, melhorar a qualidade, segurança e eficiência da saúde é uma necessidade econômica. Para isso, a tecnologia tem sido uma ferramenta que pode garantir essa qualidade e controle, seja com a integração das informações do paciente ou pela transparência das atividades econômicas ou com a disponibilidade das informações em tempo real. Dessa forma, a tecnologia pode trazer redução de custos sem comprometer a qualidade do atendimento.

As ferramentas de inteligência de negócio podem ser usadas para elaboração de relatórios de medidas de qualidade, para ter vantagem competitiva, para análise empresarial, para integração de dados e conhecer a saúde da população. Entretanto, nos Estados Unidos, estima-se que 17% das empresas de saúde não possuem ferramenta de Business Intelligence – BI.

Apesar da ferramenta de BI já ser utilizada pela maioria das empresas de saúde nos EUA (no Brasil este número deve ser sensivelmente menos), defende-se que ainda há capacidades organizacionais para se construir, como: criação de cultura, desenvolvimento de um sistema robusto que integre dados clínicos e financeiros, melhoria do desempenho da organização para eliminar o desperdício e gestão de riscos para mitigar o risco atuarial dos prestadores.

Entretanto, a implantação de inteligência de negócios, como qualquer outra solução tecnológica, traz benefícios, mas também desafios.

O principal deles é converter a grande quantidade de dados disponíveis para a informação em conhecimento valioso. Ferramentas de BI em saúde devem ser capazes de fornecer todas as respostas para "quem, o quê, quando e onde" com qualidade e garantia.

Um BI no setor de saúde pode ser capaz de agregar valor a partir da consolidação de dados de várias fontes e colocá-los em repositório comum, permitindo uma análise aprofundada dos dados e criar visões inovadoras sobre operações de rotina. Em resumo, um BI possui 4 capacidades fundamentais:

Capacidade de memória organizacional: a capacidade de memória organizacional representa a história acumulada de uma organização e reflete suas experiências passadas, insights e conhecimento.

Capacidade de integração de informações: é a capacidade de cruzamento e compartilhamento de dados dentro e entre as empresas de saúde e até mesmo dentro de uma única organização.

Capacidade de criação de visões: Esta capacidade permite que a organização entenda os acontecimentos passados ??e faça previsões sobre o futuro. Os dois primeiros recursos, memória organizacional e integração contribuem para a criação de visões.

Capacidade de apresentação e comunicação: O BI permite uma capacidade de comunicação rápida, eficaz e facilita o entendimento das informações. O processamento analítico online, por exemplo, permite pontos de vista multidimensionais por meio de filtros, aprofundamentos, rotação de dados. Os dashboards permitem aos utilizadores personalizar as informações que gostariam de acompanhar e facilitam essa visualização. BI não só fornece os dados detalhados para os analistas, mas também permite o monitoramento do desempenho.

Com um mercado mais maduro, apresento a seguir dois exemplos bem sucedidos. O primeiro é da operadora Cardinal Health. Ela desenvolveu um software capaz de auxiliar a tomada de decisões em gastos de saúde, por meio da melhoria na coleta de dados e seu armazenamento. O segundo caso é da Universidade NorthShore, cujo sistema de saúde investiu na melhoria da articulação da prática médica com melhorias de pesquisa e de qualidade visando eliminar a hipertensão não diagnosticada dentro de sua rede. Para isso, criou-se algoritmos para determinar quais pacientes devem ser sinalizados para acompanhamento adicional. Desde que o programa foi ao ar, o sistema tem sido utilizado para identificar, testar e diagnosticar mais de 500 pacientes com hipertensão não previamente diagnosticada.

No Brasil, o emprego do BI em saúde é menos difundido, mas já temos bons exemplos. Uma grande empresa de tecnologia multinacional instalada no Brasil implantou uma ferramenta de BI para dados de questionário de qualidade de vida, atestados médicos e utilização do plano de saúde. Com um módulo específico, foi possível visualizar informações sobre a qualidade de atendimento dos afastados, respondendo questões como se o tratamento médico era adequado ou se era possível ajudar o profissional a voltar mais rápido ao trabalho. Além disso, através de cruzamento de dados, a ferramenta indicou possíveis fraudes, identificou precocemente o risco de novos afastamentos e previu os custos futuros desta população. O sucesso foi tão grande que o índice de FAP (fator acidentário previdenciário) foi de 1,66, em 2011, para 1,21, em 2012, e retornou ao patamar inicial de 1,00, em 2013.

Como vemos, o uso do BI em saúde, longe de restringir o tratamento, visa a geração de uma Inteligência que permite a identificação de problemas e a redução de desperdícios, gerando um impacto direto e significativo nos negócios globais da empresa.

. Por: Francine Leite, gerente de Inteligência em saúde da Gesto Saúde e Tecnologia. Fontes: Ashrafi, N., Kelleher, L., & Kuilboer, J-P. (2014). The impact of business intelligence on healthcare delivery in the USA. Interdisciplinary Journal of Information, Knowledge, and Management, 9, 117-130. Gesto Saúde e Tecnologia. HP reduz o FAP em 40% com ferramenta de business intelligence da GST.

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