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13/01/2015 - 08:07

Tendências do crowdfunding para 2015 no Brasil

O ano de 2014 foi, sem dúvida, um divisor de águas entre o tradicional mercado financeiro, investidores e empreendedores. O surgimento do financiamento coletivo como alternativa rápida e barata de se obter investimentos dos mais diversos tipos está impactando de forma incomparável os critérios de risco, de viabilidade e de credibilidade.

Para os que ainda não estão familiarizados com a sistemática do crowdfunding (palavra em inglês para definir “financiamento pela multidão”) ele significa, em poucas palavras, um formato inovador de obter financiamento para projetos, dos mais diversos segmentos, utilizando-se de um site para divulgação e das redes sociais para disseminar a arrecadação das doações.

Dividem-se em 4 segmentos macros: doações para projetos em troca de recompensas; empréstimos para empresas; financiamento de startups; e investimento imobiliário. Este ano, o mercado terá movimentado mais de 5 bilhões de dólares mundo afora, com perspectivas fortes de crescimento para 2015 e seguintes.

Assim, observando as tendências de mercado e potenciais linhas de convergência do setor, estimamos 10 tendências que serão reforçadas ou criadas para o ano de 2015, as quais gostaria de compartilhar com vocês para o mercado brasileiro, sui generis aos demais mercados mundiais de crowdfunding. São elas: Sites especializados em “nichos” crescerão exponencialmente. Plataformas que explorem nichos específicos, com grande número de seguidores e consolidação de marcas ou produtos, tem muita chance de decolar bonito em 2015

Campanhas de “tudo ou nada” diminuirão consideravelmente. Existem plataformas que já trabalham de forma diferenciada, possibilitando campanhas do tipo “o que arrecadar, leva!”.

Campanhas “verdes e sustentáveis” ganharão relevância. A onda de sustentabilidade é muito bem recebida pelo brasileiro. Projetos ligados a energia solar e eólica devem ganhar visibilidade na rede para financiamento coletivo.

Grandes marcas e Poder Público começarão a utilizar campanhas para validar novos produtos e serviços. Um dos grandes estímulos ao financiamento coletivo está justamente na possibilidade de se testar o mercado consumidor para o lançamento de um novo produto.

Projetos estritamente pessoais devem diminuir a taxa de sucesso. Com a consolidação dos meios, unido a alguns “abusos” de gente pedindo dinheiro literalmente para quase tudo, fazem com que o mercado de doações diretas para causas pessoais passe por um crivo mais apertado.

O segmento de “participações societárias” (equity) e empréstimos deve evoluir pouco em razão das regulamentações. O Brasil ainda é um país com grande demanda reprimida de crédito, o que faz com que as pessoas busquem financiamentos em instituições bancárias e financeiras tradicionais, ao invés de pesquisar online por melhores alternativas.

Novos sites internacionais devem aportar no Brasil em segmentos específicos. A par das dificuldades legais e regulamentares no Brasil, grandes sites internacionais estão efetuando estudos avançados sobre o mercado local, com foco em aportar suas bases em breve.

Investimentos em imóveis, através de plataformas de financiamento começarão a ser estruturadas. Acredito que 2015 as primeiras plataformas ligadas ao segmento imobiliário iniciarão suas atividades no Brasil, e com forte apelo aos investidores não qualificados, ou seja, aqueles que em geral não tem acesso algum a investimentos desse nível nos formatos tradicionais dos bancos, corretoras e gestoras de fundos de investimento. É um mercado que promete movimentar quantias consideráveis.

Consultorias especializadas e novos segmentos de serviços surgirão para as plataformas de financiamento coletivo. Agentes especializados em avaliação, simulação de cenários e vendas devem ser disputados em 2015, criando-se um mercado de trabalho da nova economia totalmente desvinculado das atividades tradicionais.

Aprovação do projeto de lei e incentivos fiscais devem movimentar o debate no próximo ano. Tratando-se de um país legalista, urgente termos em apreciação o projeto de lei que trata da regulamentação das atividades de financiamento coletivo no país. Especialmente por conter figuras de incentivos fiscais

Some-se que o ano de 2015 será marcado por um novo Congresso, de maneira que teremos a oportunidade de uma nova legislatura apreciar com novos conceitos a ideia contida nesse novo formato de negócio. Torcemos para que o Projeto seja bastante discutido, adaptado e devidamente aprovado o quanto antes, trazendo mais segurança jurídica e institucional aos empreendedores, investidores e usuários das plataformas de crowdfunding brasileiras.

. Por: Vinicius Maximiliano Carneiro, advogado corporativo, gestor contábil e financista. Possui MBA em Direito Empresarial pela FGV. É Especialista em Direito Eletrônico pela PUC/MG, atuou como advogado de Propriedade Intelectual no Brasil para a Motion Picture Association (MPA), Associação de Defesa da Propriedade Intelectual (ADEPI) e também para a União Brasileira de Video (UBV). Em seguida, foi gestor de projetos especiais na Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES) - e Business Software Alliance (BSA). Também ocupou lugar na Comissão de Mercado de Capitais e Governança Corporativa da OAB/SP. Idealizador do projeto vencedor do Prêmio Sesi-Senai Inovação 2010 sustentável “Dinheiro Verde”. O Blog "No País da Fiscalização", de autoria do advogado, é focado no mercado de financiamento coletivo nacional. Empreendedor serial, é diretor-executivo da Etecon Contabilidade, diretor financeiro da Mhydas Fomento Mercantil e presidente no Brasil da Mhydas North America. Apaixonado por Internet, novos mercados e Economia Digital, agora Vinicius se lança no mercado editorial com a obra “Dinheiro na Multidão” –Oportunidades x Burocracia no Crowdfunding Nacional. O livro, on line, está disponível no site http://viniciuscarneiro.adv.br.

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