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15/01/2015 - 06:45

Exportações caxienses caem em 2014


Cezar Roedel, palestrante da reunião-almoço da CIC trouxe números que apontam queda de 7,2% no ano passado em relação a 2013.

Dados não oficiais indicam que as exportações caxienses ficaram em torno de US$ 858 milhões em 2014, um volume 7,2% menor que em 2013, quando foram comercializados US$ 925 milhões no mercado externo. “Um cenário que torna quase certo que a indústria tenha fechado o ano com o pior desempenho desde 2009, no auge da crise”, revela o analista em relações internacionais, Cezar Roedel, na reunião-almoço realizada nesta quarta-feira (14), pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC). Em 2008, Caxias, que ocupa a 62ª posição entre os 1.826 municípios que exportam no País, atingiu seu primeiro bilhão de dólares em volume de exportações, despencando para US$ 632 milhões em 2009, uma queda de 42%. A performance do bilhão voltou a se repetir em 2011 e 2012. Em 2013, as vendas locais ao exterior somaram pouco mais de US$ 925 milhões. “O bilhão se tornou o termômetro da saúde da economia de Caxias do Sul”, avaliou o palestrante. Durante a tarde desta quarta-feira, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior divulgou os números oficiais, confirmando os dados revelados por Roedel.

Aproximadamente 48% da pauta das exportações caxienses se concentram na América do Sul, o que justifica, em parte, segundo Roedel, o desempenho negativo. A Argentina, terceiro maior destino do comércio internacional caxiense, em sua avaliação, trouxe grande impacto às exportações locais, principalmente no que se refere à indústria automobilística. “A economia argentina não dá sinais de recuperação no curto e médio prazo, e a retração de vendas ao Mercosul em 2014 está na ordem de 15,2%, enfatizou. Ele acredita que os Estados Unidos têm potencial para preencher o vácuo que a Argentina vai deixar. No ano passado, 13% das vendas ao mercado externo foram direcionadas para a América do Norte e México.

O analista criticou a política de promoção comercial brasileira, que chamou de obscura e cuja agenda ideológica supera a agenda de comércio internacional. “A política externa brasileira não é respeitada por ninguém”, disse, lembrando o episódio em que Israel chamou o Brasil de “anão diplomático”. Ele afirmou ainda que a política externa do Brasil passa por um momento de esquizofrenia acelerada e é feita à base do ‘canetaço’ e do decreto da Presidente, sem passar pelo Parlamento.

O risco político internacional sobre os negócios não pode ser negligenciado, de acordo com Roedel. “O atual cenário da política internacional e sua complexidade exigem profissionais capazes de mensurar as variáveis externas que podem afetar os seus negócios, planejamento e investimentos”, aconselhou.

Roedel é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs); professor de Relações Internacionais na Faculdade América Latina (Caxias do Sul); bacharel em Relações Internacionais pelo Centro Universitário La Salle (2008); e certificado pela International Academy of Leadership (Gummersbach – Alemanha). É colaborador do Projeto Doing Business do Banco Mundial para facilitação do comércio internacional. Foi senior de Relações Internacionais da American Chamber of Commerce for Brazil, Porto Alegre.

Presidida pelo vice-presidente de Indústria da CIC, Reomar Slaviero, esta foi a primeira reunião-almoço da entidade no ano de 2015. Nos meses de janeiro e fevereiro, a CIC costuma realizar uma reunião-almoço por mês, retomando seu calendário semanal às segundas-feiras no mês de março. Em fevereiro, o evento vai ocorrer no dia 11, uma quarta-feira. [www.cic-caxias.com.br].

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