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16/01/2015 - 08:01

Não somos civilizados com os animais

Não estamos sozinhos no mundo, mas parecemos nos esquecer disso. Temos atitudes que beiram à ‘sub-civilidade’, sobretudo no tratamento que dispensamos aos animais.

Esqueçam as amenidades que lemos nas “seções Pet” de jornais e revistas. A maior parte dos animais deste País está jogada feito lixo pelas ruas: levando pontapés, revirando restos podres para conseguir comida, morrendo de doenças e verminoses e sendo envenenada.

O tráfico de silvestres nos envergonha, favorecido pelo policiamento precário das fronteiras e pela falta de um serviço de inteligência realmente apto a coibir as ações dos traficantes.

ONGs brasileiras sérias lutam para difundir conhecimento técnico de qualidade ao país. Mas, não raro, seus projetos são bancados pela dilapidação do patrimônio pessoal dos seus diretores, heróis anônimos.

Sim, é irônico e trágico: não falta dinheiro para a corrupção, mas faltam verbas modestas que permitiriam dar continuidade a trabalhos importantes.

O caso da leishmaniose, por exemplo, é emblemático. O Brasil segue o mesmo protocolo do século passado para lidar com a doença. É o único país que mata os cães infectados (e que NÃO transmitem a doença) em vez de tratá-los e, mesmo assim, a doença avança em ritmo acelerado.

Políticos se apossam da causa animal como mote de campanha, e uma vez eleitos, quase sempre dão um show – de despreparo!

Nossos veterinários são tratados como uma classe médica inferior – não recebem o pagamento nem o respeito que merecem

Nossas empresas são medíocres. Investem em tolas ações de marketing e não enxergam quanto valor poderiam agregar com ações de responsabilidade social e ambiental em benefício dos animais. Uma pesquisa Akatu-Ethos revela que, para 87% dos consumidores, é importante ou muito importante na decisão de compra que “durante a produção, animais não tenham sido maltratados”. Mesmo assim, a cadeia da proteína animal só agora está dando os primeiros passos para promover a criação, o transporte e o abate de forma humanitária.

O serviço de carga de pets de grandes empresas aéreas é de má qualidade, deixando quem viaja com seu animal de estimação sempre angustiado.

Agências de publicidade movimentam fortunas com comerciais que exploram a graça e a beleza de animais fofinhos. E o que os anunciantes e suas agências fazem realmente pela causa? Nada!

Nas Olimpíadas de 2016, a Mascote é a Fauna (a Flora é a mascote das para-olimpíadas). Que bom! O que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) fará pelas entidades que cuidam da fauna brasileira? O que a FIFA fez pelos tatus-bola do Brasil, eternizados no “Fuleco”?

Educar nosso povo, nossa sociedade, é fundamental. Nos últimos 20 anos, recebemos um conteúdo importante no que se refere ao meio ambiente, mas nossas escolas nem mencionam a questão animal. Uma exceção exemplar é a iniciativa pioneira da Secretaria de Educação de São Paulo em conjunto com a Fundação Faculdade de Medicina.

Investir no respeito aos bichos – todos eles! – seria um bom passo rumo à melhoria da nossa civilidade. Estamos vivendo uma “normose social” e precisamos com urgência nos tornar mais compassivos e amorosos.

. Por: João Francisco Motta Fierro, terapeuta, publicitário e vice-presidente da ARCA Brasil, ONG de bem-estar animal com sede em São Paulo. | Perfil-A ARCA Brasil - associação Humanitária de Proteção e Bem-Estar Anima é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, independente e apartidária, que inaugurou uma nova era de esperança e respeito aos direitos dos animais no país. Para ajudar, por favor faça uma doação. Você também pode ser voluntário(a) e divulgar nosso trabalho. Agradecemos em nome dos animais! [www.arcabrasil.org.br].

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