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29/01/2015 - 07:46

Manual de Conduta e Valores: um diferencial para empresas que gostam de adotar uma postura ética

Se a empresa ética atuar em um mercado cujos consumidores valorizam os princípios morais, pode-se aumentar o volume de vendas. Se o manual corrigir concorrência desleal internamente (como antropofagia entre vendedores, por exemplo), a sensação de trabalhar para uma empresa com regras claras de comportamento também pode ser motivadora - e contribuir para o aumento da receita. Os bons resultados nunca devem encobrir péssimas atitudes. Assim, mesmo que a empresa esteja indo muito bem, alguém precisa ser guardião da ética interna (entre colegas) e externa (com governo, concorrentes, clientes e fornecedores).

Estamos nos referindo a Manuais que norteiem comportamentos, valores e atitudes e não manualização de processos. Todas as empresas deveriam ter um Manual de Conduta, Ética ou Valores. Temos de lembrar que o óbvio precisa ser dito e, muitas vezes, até monitorado. Por exemplo, tem de escrever que propina não é aceita naquela empresa, que se algum funcionário propuser ou aceitar será punido e de qual maneira. Portanto, necessário haver mecanismos de monitoramento. Tudo o que fizer parte dos valores da empresa precisa estar escrito e ser disseminado entre os colaboradores e até fornecedores.

Na Companhia de Idiomas, por exemplo, está escrito no Manual que todos podem aceitar presentes de fornecedores ou clientes, mas que estes devem ser entregues para sorteio entre todo o time. A sócia-diretora Rosangela Souza comenta, "Para nós, é importante lembrar que somos um time e que não existem áreas ou funções mais importantes que outras. Somos uma empresa de 100 colaboradores, mas 80 deles trabalham diretamente com o cliente ou em home office, pois são professores, consultores ou tradutores. Na Companhia de Idiomas, há o manual para eles e outro para o time administrativo, pois as questões são diferentes. Porém, independentemente do número de colaboradores, haverá sempre valores que precisarão ser orientados e comportamentos a serem banidos".

Todos na empresa precisam entender profundamente quem é, o que espera, o que valoriza o cliente ou consumidor que se quer impactar positivamente, para que a venda ocorra, ou para que a relação seja de confiança. A vestimenta adequada pode ser jeans e camiseta (ou o que a pessoa quiser vestir) em algumas empresas. A boa notícia é que, cada vez mais, nossos "símbolos de sucesso" deixam de ter a aparência formal e passam a ter uma informalidade que não compromete a credibilidade. Assim, os donos do Google, do Whatsapp, do Mercado Livre e alguns presidentes de empresa (na capa das maiores revistas do Brasil) se apresentam de jeans e camiseta.

Se você trabalha em uma empresa que ainda requer a formalidade na vestimenta, tem de ter dress code divulgado a todos e, novamente, monitoramento. Sempre explicando as razões, os porquês e não apenas o que se quer e como se quer. Só mudamos comportamentos quando o porquê é compreendido. Com exceção de empresas em áreas como marketing, publicidade e outras onde a criatividade é um ativo, que já nasceram transgressoras desses padrões. Aos poucos, os tipos de empresa onde um novo dress code é aceito estão se ampliando.

A empresa também precisa entender o perfil de seu colaborador. As regras precisam ser combinadas. Com sua experiência, Rosangela afirma, "O que vejo são profissionais usando as redes e o Whatsapp para se comunicar com qualquer stakeholder, ou seja, pares, líderes, clientes e fornecedores. A conscientização somada a metas desafiadoras, mas possíveis de serem atingidas, e líderes engajados vão possibilitar resultados em um mundo que mudou, e não a imposição de regras. Se houver proibição, os dois minutos de banheiro virarão vinte, porque o funcionário vai aproveitar para dar uma olhadinha nas redes. É fundamental que se comece a discutir mais sobre foco, como lidar com as inúmeras mensagens que chegam etc. Tudo é novo, para todos nós, e não fomos educados para isso. Se acharmos que temos de ver tudo o que chega no mesmo minuto, um relatório que leva quarenta minutos levará o dia inteiro, a partir de agora".

Dentro do nível cognitivo do time, é possível fazer um trabalho intenso de sensibilização. Gincanas, remuneração variável por economia e prêmios são maneiras de mudar comportamentos de forma lúdica, com o apoio do grupo, que é o principal modelador de comportamentos.

Se as empresas desejam engajamento e aderência às normas e condutas, é preciso construir junto. Envolver as pessoas para que, quando a norma estiver pronta, cada um se veja nela, para que reflita o consenso de um grupo. Se a empresa for grande, dá para colocar o desafio em qualquer plataforma de geração de ideias, ou até por e-mail, ou quadro com post-it. A ferramenta é o que menos importa aqui - a motivação para a construção em conjunto é que é fundamental. A não ser que se queira criar normas apenas para mostrar para o Conselho ou CEO. Aí é só copiar e colar de alguma outra empresa!

Criar um Manual de Conduta sozinho é muito mais rápido e fácil, mas você corre o risco, no final das contas, de seguir a regra sozinho, ou de criar mecanismos de controle e supervisão que só aumentam seu custo e contribuem com a perda de foco de sua função, área ou empresa.

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