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04/02/2015 - 09:00

Acessos ao Túnel Velho ganham galeria de arte a céu aberto


Os acessos ao Túnel Velho, que liga os bairros de Copacabana e Botafogo, ganharam um novo visual. Vinte e dois grafiteiros, sob a coordenação do Instituto EixoRio — plataforma de visibilidade positiva da cultura urbana e do desenvolvimento de jovens talentos criada pela Prefeitura do Rio —, transformaram os 1.500 metros quadrados de muros na entrada e saída do túnel em uma galeria de arte a céu aberto. A iniciativa, financiada pela Secretaria Municipal de Obras, integra as ações do GaleRio, base oficial de arte urbana do EixoRio.

Os desenhos exibem seres subaquáticos irreais e figuras geométricas no acesso em Botafogo. Do outro lado, em Copacabana, personagens do cotidiano do bairro — como o vendedor de biscoitos e a menina na praia — surgem diante de quem observa. As tonalidades azul celeste e verde piscina predominam para dar a ideia de fundo do mar, dando a sensação de que as pinturas são um convite ao mergulho na praia. Os artistas se inspiraram nos acessos do túnel que lembram um mergulhão.

O secretário municipal de Obras, Alexandre Pinto, enalteceu a importância do grafite como elemento de integração entre a arte e a população.

— A iniciativa de grafitar as paredes do Túnel Velho vai de encontro a este conceito de modernização dos espaços públicos, inserindo-os no contexto urbano. Com o grafite, deixamos esta importante ligação da Zona Sul mais agradável e ajudamos a divulgar a street art carioca. Outra grande vantagem do grafite é nos ajudar com a manutenção da pintura dos túneis.

A coordenadora do GaleRio, Cristine Nicolay, elogiou a decisão da prefeitura em investir em painéis de arte urbana utilizando os recursos que estavam destinados à compra de material antipichação:

— Espero que essa visão única e inteligente de investir no embelezamento da cidade se estenda a outros locais que precisam ser revitalizados. A interferência das cores vivas do grafite na paisagem urbana permite a revitalização e ajuda no combate ao vandalismo. A mão de obra qualificada dos grafiteiros pode e deve ser usada para o Rio ficar mais bonito.

Por quase duas semanas, os grafiteiros se revezaram no trabalho de transformar os acessos do Túnel Velho em obra de arte, sob a direção de Acme, grafiteiro e morador do Morro Pavãozinho, em Copacabana. Ele selecionou 10 jovens da comunidade, entre 15 e 22 anos de idade, para ajudar na logística e no preenchimento de tinta sobre os desenhos.

— Esses garotos vivem em outro universo, completamente distinto do pessoal do asfalto, por isso acho importante fazer essa integração. Esse intercâmbio é uma troca saudável e, pelo menos, dois deles demonstraram aptidão para o serviço.

Para o curador do trabalho, o grafiteiro Carlos Alberto Silva de Oliveira, o Carlos Bobi, 31 anos, a oportunidade de aprender as técnicas do grafite, como o realismo e o uso de letras, serviram como estágio para a maioria dos jovens selecionados no Pavãozinho:

— A galera jovem pôde interagir com as feras do traço, como o Ment, Meton, Kajaman, Big e outros. Por isso é muito legal fazer esse movimento nos dois sentidos: trazer quem mora lá em cima no morro para baixo e o contrário também, mostrando que fazemos parte de uma única cidade — disse Bobi, que desde 2006 organiza o Meeting of Favela (MOF), um dos maiores eventos coletivos de grafite do mundo.

O Instituto EixoRio foi criado com o objetivo de acelerar o desenvolvimento social, econômico e cultural da cidade, funcionando como plataforma de articulação entre o poder público e jovens artistas a fim de potencializar a cena urbana. O decreto municipal define o EixoRio como “plataforma de visibilidade positiva da cultura urbana e do desenvolvimento de jovens talentos”.

Os muros que margeiam os 40,4 quilômetros da Linha 2 do Metrô e cortam 15 bairros da Zona Norte já abrigam o GaleRio, uma das maiores galerias de arte a céu aberto do mundo. A incrementação do GaleRio levou a revitalização de outras áreas — como os posto de salvamento na Zona Sul — e o Túnel Velho.

Túnel Velho -Primeira ligação entre os bairros de Botafogo e Copacabana, o Túnel Velho chamava-se Túnel Real Grandeza à época da inauguração, em 1892, permitindo o tráfego de bondes e a comercialização de terrenos em Copacabana.

Nos primeiros anos do século 20, a construção de um outro túnel, entre os dois bairros, levou a sabedoria popular a chama-lo de Túnel Velho, enquanto o mais recente recebeu o cognome de Túnel Novo.

O nome oficial do Túnel Velho é Alaor Prata, homenagem ao prefeito do Rio entre 1922 e 1926. Com 182 metros, passou por alargamento e mantém espaço para a travessia de pedestres dos dois lados.

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