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07/02/2015 - 07:13

A geografia do dinheiro

Livro enfoca competição transnacional no espaço monetário.

Benjamin Cohen busca, em 'A geografia do dinheiro' reconsiderar o papel que o dinheiro representa no mundo atual, além de oferecer ao leitor, inclusive o leigo, uma nova lente através da qual ele possa enxergar as mudanças “revolucionárias” que a competição transnacional tem gerado no tradicional espaço monetário. Ele se refere à alteração da distribuição dos recursos e do poder em todo o planeta, às tensões e inseguranças cada vez maiores, à ameaça potencial à estabilidade – mas também às oportunidades promissoras de cooperação criadas pela nova geografia do dinheiro.

Apesar da circulação cada vez mais vigorosa de moedas nacionais fora dos países de origem, persiste no mundo atual o apego ao (segundo Cohen, ultrapassado) conceito Uma Nação/Uma Moeda, derivado das convenções do Tratado de Vestfália, do século 17. No entanto, a interpenetração dos espaços monetários nacionais está consolidada, só cresce e provoca uma “dramática” remodelação das relações internacionais, tanto políticas quanto econômicas – para o bem e para o mal.

No fim dos anos 1990, quando Cohen escreveu a obra, havia na Europa um debate “furioso” sobre os prós e contras de uma nova moeda comum. No antigo bloco soviético e em muitas partes do mundo em desenvolvimento, os governos sofriam para tentar responder à disseminação de moedas estrangeiras, especialmente o dólar norte-americano, dentro de suas fronteiras territoriais. Os asiáticos ponderavam sobre os riscos e as oportunidades de um possível novo bloco na região, baseado no iene japonês. E os Estados Unidos se preocupam com as ameaças à supremacia global de sua moeda.

Cohen mostra que a preocupação com a crescente circulação de moeda estrangeira em territórios nacionais justifica-se por suas implicações na distribuição de riqueza e poder global. Na verdade, escreve, as questões suscitadas pela nova geografia do dinheiro se estendem até a própria essência do que se compreende por soberania do Estado no mundo atual: “Subjacente a todos esses desafios está uma competição crescente e impulsionada pelo mercado entre as moedas, que é cada vez mais indiferente à presença das fronteiras políticas ou até do próprio Estado-nação”.

O autor -Benjamin J. Cohen é professor Louis G. Lancaster de Economia Global Internacional na Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara. É autor de vasta obra, em que se inclui In Whose Interest? International Banking and American Foreign Policy e Organizing the World’s Money: The Political Economy of International Monetary Relations.

. Editora Unesp | 284 páginas | R$69, 00 | tradução de Magda Lopes.

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