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12/02/2015 - 07:42

Bain & Company recomenda uma visão "horizontal" das barreiras comerciais

Para facilitar o comércio e aumentar a competitividade. Estudo da consultoria analisa o Portal Único, iniciativa brasileira para diminuir a burocracia do comércio exterior do país.

As apostas para melhorar o comércio entre países são enormes e impulsionam a implementação das reformas comerciais descritas no Acordo de Facilitação do Comércio (TFA). Isto é particularmente verdade no mundo em desenvolvimento, onde os países executaram 44% das medidas do acordo; países menos desenvolvidos, 26%. Esses números podem representar uma economia de mais de US$ 30 bilhões por ano nos custos comerciais e o acréscimo de mais de 1% na taxa de crescimento do PIB. No entanto, estudo realizado pela Bain & Company, consultoria global de negócios, para o Fórum Econômico Mundial (WEF) determina que as medidas do TFA e de outros acordos não são suficientes para os países alcançarem seu potencial comercial completo.

"O acordo de Bali foi um passo necessário para a liberalização do comércio e eficiência. No entanto os governos e as empresas precisam tomar ações em toda a cadeia de abastecimento para aumentar a competitividade global do seu país", explica Fernando Martins, sócio da Bain & Company.

O estudo mostra que, mesmo sem o TFA completamente em ação, bons exemplos de iniciativas de facilitação do comércio existem no Brasil, Cingapura, Coreia do Sul e Costa Rica, mas mais melhorias são necessárias. O relatório conclui que a implementação das medidas do TFA tem sido particularmente baixa - apenas 35% - em duas áreas importantes: liberação de mercadorias e redução de burocracia.

O relatório Enabling Trade: Catalyzing TFA in Brazil destaca o projeto Portal Único, do Brasil, como um bom exemplo. O objetivo do Portal Único é reduzir o tempo médio de 13 para 8 dias para as exportações e de 17 para 10 dias no caso de importações. Com um sistema integrado, o Brasil consegue reduzir a burocracia, simplificar os procedimentos e tornar o processo mais amigável para os operadores comerciais. "Portal Único é um passo ousado na direção certa. Ele é bem construído para entregar um efeito direto e positivo sobre os custos comerciais, que podem impactar o volume de comércio e, consequentemente, gerar crescimento econômico", analisa Martins.

Ainda assim, o país está em desvantagem em comparação com as exportações dos EUA. De acordo com a análise da Bain, o Brasil deve redefinir sua infraestrutura portuária, o transporte terrestre e incentivos fiscais para aumentar a sua competitividade. Os países que implementam apenas partes do TFA por meio de uma abordagem 'vertical', não têm impulsionado totalmente a sua competitividade. Em vez disso, a Bain recomenda que os países pensem nas barreiras da cadeia de fornecimento de forma ‘horizontal'.

O relatório aponta exemplos que destacam a diversidade de questões que precisam ser abordadas em diferentes cadeias de abastecimento no Brasil: . O custo para importar um container com peças de automóveis é quase U$S 1.300 mais alto do que nos países desenvolvidos devido às barreiras. O Brasil precisa olhar para áreas como impostos, custos trabalhistas e de acesso ao mercado para tornar sua indústria automobilística globalmente competitiva para as exportações. A remoção de barreiras geraria uma economia anual de aproximadamente US$ 110 milhões.

. Os valores da produção da soja brasileira são competitivos, mas desafios logísticos como más condições das estradas e falta de infraestrutura portuária aumentam os preços para níveis que não concorrem com os EUA. Com alternativas logísticas, poderia haver uma economia US$ 120 milhões por ano e permitir o crescimento das exportações.

A redução das barreiras da cadeia de suprimentos beneficia nações, produtores e consumidores, e é por isso que muitos países estão se comprometendo. Conforme detalhado em estudos anteriores, melhorando o conjunto restrito de barreiras da cadeia de abastecimento permitiria aumentar o comércio mundial em 15%. Isso representaria um aumento de quase 5% do PIB global.

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