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25/02/2015 - 07:56

Amilcar de Castro no MAM Rio


Retrospectiva do grande artista plástico nascido em Minas.

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Petrobras, Bradesco Seguros, Light e Organização Techint apresentam a exposição “Amilcar de Castro”, uma grande retrospectiva da obra do importante artista plástico mineiro, que nasceu em 1920 e faleceu em 2002. Com curadoria de Paulo Sergio Duarte, a mostra ocupará o Salão Monumental, os Pilotis e os Jardins do Museu, com 62 obras produzidas desde a década de 1960 até 2001.

Quatro esculturas, em grandes dimensões, feitas em aço cortén, estarão na área externa do Museu: uma com mais de três metros de comprimento, e cinco toneladas, e outra de 4,70 metros de comprimento por 2,40 metros de altura, pesando três toneladas, outra da década de 1980, além de uma “estrela” que se assemelha, em grandes dimensões, à pequena escultura em cobre, apresentada na Bienal de São Paulo, em 1953.

Nas esculturas é utilizada a técnica de “corte e dobra”, um dos traços marcantes da obra do artista, como explica o curador: “Na escultura, são raríssimos os trabalhos em que se encontra a solda. O método foi partir de um plano quadrado, retangular, de um quadrilátero irregular ou circular, realizar um corte e a dobra, gerando não apenas a tridimensionalidade, mas, sobretudo, uma nova experiência do espaço”.

A exposição terá, também, esculturas menores, que ficarão no interior do Museu. Dentre os destaques, está um conjunto composto por 140 esculturas em aço cortén, diferentes umas das outras, que têm em comum o fato de terem, em ao menos um dos lados, 23 cm.

Apesar de a grande maioria das esculturas ser feita em aço cortén, na exposição também haverá obras em mármore, granito, madeira e vidro. “Ao método de corte e dobra, a partir da década de 1980, vem se somar o método da utilização de blocos de aço e madeira no qual serão realizados apenas cortes que permitem, pelo deslocamento entre as partes, diversos exercícios de experiência da escultura. Alguns desses trabalhos foram também realizados em mármore”, ressalta o curador Paulo Sergio Duarte.

A mostra contará ainda com seis “desenhos” em tinta acrílica sobre tela, que é como Amilcar de Castro chamava suas pinturas sobre tela e sobre papel, em que usa basicamente as cores preto e branco, deixando rastros das cerdas do pincel nas telas.

Importância histórica- Amilcar de Castro é um dos mais importantes artistas plásticos brasileiros. “Retrospectivamente, observando-se com a distância de várias décadas, a produção escultórica desse período, tanto a europeia, a norte-americana, como a japonesa, tem-se a ideia da dimensão da contribuição de Amilcar que se manifesta com destaque desde a 2ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1953. O poder da obra, sua potência poética, reside na coerência do método, perseguido ao longo de toda a trajetória do trabalho”, afirma o curador.

Paulo Sergio Duarte também chama a atenção para o fato de ele ter sido um dos artistas que assinaram o “Manifesto neoconcreto”, em 1959 – escrito pelo poeta e crítico Ferreira Gullar – junto com Franz Weissmann, Lygia Clark, Lygia Pape, Reynaldo Jardim e Theon Spanúdis.

“Em um país que vivia o empenho do segundo governo Vargas e, logo depois, o Programa de Metas de Juscelino Kubitschek com a construção de Brasília, era necessário que, além da aventura arquitetônica, houvesse um conjunto de obras de arte significativo, ainda que de circulação extremamente restrita pela ausência de um empenho efetivo na formação de coleções públicas. Toda a rica reflexão crítica e teórica se fundava, sobretudo, numa produção local. A obra de Amilcar de Castro é um dos pilares dessa produção. E não é exagerado dizer que é um dos elevados momentos da arte da segunda metade do século 20”, diz o curador.

O artista - Amilcar de Castro (Paraisópolis MG 1920 – Belo Horizonte MG 2002). Escultor, gravador, desenhista, diagramador, cenógrafo, professor. Muda-se com a família para Belo Horizonte em 1935, e estuda na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, de 1941 a 1945. A partir de 1944, frequenta curso livre de desenho e pintura com Guignard (1896-1962), na Escola de Belas Artes de Belo Horizonte, e estuda escultura figurativa com Franz Weissmann (1911-2005). Em 1940, em seus trabalhos, dá-se a passagem do desenho para a tridimensionalidade. Em 1952, muda-se para o Rio de Janeiro e trabalha como diagramador em diversos periódicos, destacando-se a reforma gráfica que realizou no “Jornal do Brasil”. Depois de entrar em contato com a obra do suíço Max Bill (1908-1994), realiza sua primeira escultura construtiva, exposta na Bienal Internacional de São Paulo, em 1953. Participa de exposições do grupo concretista, no Rio de Janeiro e em São Paulo, em 1956, e assina o “Manifesto Neoconcreto”, em 1959. No ano seguinte, participa em Zurique da Mostra Internacional de Arte Concreta, organizada por Max Bill. Em 1968, vai para os Estados Unidos, conjugando bolsa de estudo da Guggenheim Memorial Foundation com o prêmio de viagem ao exterior obtido na edição de 1967 do Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM). De volta ao Brasil, em 1971, fixa residência em Belo Horizonte. Torna-se professor de composição e escultura da Escola Guignard, na qual trabalha até 1977, inclusive como diretor. Leciona na Faculdade de Belas Artes da UFMG, entre as décadas de 1970 e 1980. Em 1990, aposenta-se da docência e passa a dedicar-se com exclusividade à atividade artística.

. Amilcar de Castro, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, exposição até 15 de março de 2015 | Realização: MAM Rio, de terça a sexta, das 12h às 18h, sábado, domingo e feriado, das 12h às 19h, Av. Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo – Rio de Janeiro (RJ). Ingresso: R$14,00 | Estudantes maiores de 12 anos: R$7,00| Maiores de 60 anos: R$7,00 |Amigos do MAM e crianças até 12 anos: entrada gratuita| Quartas-feiras a partir das 15h: entrada gratuita | Domingos ingresso família, para até 5 pessoas: R$14,00[www.mamrio.org.br]. Realização: MAM Rio | Mantenedores do MAM: Petrobras, Bradesco Seguros, | Light e Organização Techint .

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