Salutogênese, um novo olhar para o que é saúde e doença

Entre as mudanças de paradigma que estamos vivendo desde o final do século XX, uma das mais importantes diz respeito à nova direção do nosso olhar para o que é ser saudável. Ao invés de continuarmos focados na origem do sofrimento e das doenças (origem esta normalmente atribuída a um agente externo), estamos sendo convidados para voltar a nossa atenção para as fontes de saúde e os nossos recursos internos.

Nesse contexto, o sociólogo americano-israelita Aaron Antonovsky (1923-1994) focava as relações entre estresse, saúde e bem-estar, e cunhava o termo Salutogênese, em antítese à Patogênese, conceito vigente na medicina ocidental há mais de três séculos.

Essa transformação, além do reconhecimento de que ser saudável, é uma característica inata do ser humano, isto é, seu estado natural surge como um mote econômico diante da quantidade de pessoas que adoecem e da elevação do custo saúde, não só em nível individual, mas, principalmente, nos serviços públicos e no setor privado com os planos de saúde. Isso também explica o interesse da indústria farmacêutica.

A Salutogênese tem como objetivo atrair a atenção para o desenvolvimento das fontes de saúde e de cura, individual e social, e de como isso pode ser feito mediante um aprendizado contínuo, configurando um trabalho que acrescenta o desenvolvimento interno ao ser humano. Desta forma é inaugurada uma imagem de coprodução do próprio sujeito, ou seja, sua participação consciente no processo de aquisição ou de cura de uma doença.

Em resumo, as experiências vividas por uma pessoa podem adoecê-la ou protegê-la, se utilizadas de maneira coerente, isto é, na medida em que a pessoa tenha a confiança de que estes estímulos e acontecimentos possuem consistência, através de uma estrutura lógica que possibilita certo nível de compreensão, de que ela conta com recursos para enfrentar os desafios trazidos por eles e que tais desafios possuem algum significado. Esse processo expressa, e ao mesmo tempo afeta, o grau de resiliência da pessoa perante as intempéries da vida.

Como expressa o Dr. Rüdiger Dahlke, médico de curas naturais e psicoterapeuta: “Aquele que não pode mais enxergar diante das altas árvores da floresta, não mais fará jus ao tema doença. Em última análise, também faz parte desse tema a consideração do meio ambiente e, sobretudo, do plano social, este tal como se revela nas questões referentes à família, à comunidade e no âmbito social dos ambientes doméstico e profissional, ainda que essas referências se façam de maneira apenas superficial.”

Como expressa o Dr. Rüdiger Dahlke, médico de curas naturais e psicoterapeuta, “aquele que não pode mais enxergar diante das altas árvores da floresta, não mais fará jus ao tema doença. Em última análise, também faz parte desse tema a consideração do meio ambiente e, sobretudo, do plano social, este tal como se revela nas questões referentes à família, à comunidade e no âmbito social dos ambientes doméstico e profissional, ainda que essas referências se façam de maneira apenas superficial.”.

É por isso que a Salutogênese objetiva ofertar saúde às pessoas levando em conta as origens e a história de cada individuo. Ela se ancora em um tripé formado por três componentes: o corpo físico, que corresponde à genética, ao DNA; o corpo psicológico que é relacionado ao ambiente, interno e externo; e o corpo social que está ligado aos relacionamentos.

Deste modo são usados os recursos internos de cada pessoa no sentido de compreender os contextos históricos familiares que, depois de serem reconhecidos e revistos, podem ser deixados para trás como forma de aprendizado. Assim, as pessoas podem transformar padrões que as levaram ao sofrimento e provocaram doenças. E, ao acolher e honrar tudo o que aconteceu na história da família, a pessoa oferece a todos os envolvidos a oportunidade de darem saltos quânticos em suas consciências.

. Por: Eliana Medina, consultora especializada em Constelações Familiares e Organizacionais.