Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

06/03/2015 - 07:41

Duas cientistas brasileiras recebem prêmio internacional “L’oréal-Unesco para Mulheres na Ciência”

Das cinco mulheres homenageadas por suas descobertas inovadoras, a astrofísica brasileira Thaisa Bergmann representa a América Latina em projeto sobre buracos negros. Em nova premiação, Carolina Andrade é destaque entre 15 jovens pesquisadoras por sua pesquisa sobre Leishmaniose.

Brasil - A Fundação L'Oréal e a Unesco anunciou no dia 3 de março(terça-feira), as cinco Laureadas e as 15 jovens e promissoras pesquisadoras vencedoras da 17ª edição do prêmio internacional “Para Mulheres na Ciência” (em inglês, “For Women in Science”), primeiro prêmio que apoia e reconhece pesquisadoras talentosas em todo o mundo e incentiva mais jovens a entrarem na profissão e construírem carreiras de sucesso na área científica.

A astrofísica brasileira Thaisa Bergmann, de 59 anos, é uma das cinco Laureadas internacionais de 2015 e foi escolhida por sua importante contribuição ao estudo dos buracos negros.

Representando a América Latina, Thaisa Bergmann, professora da Universidade do Rio Grande do Sul, é homenageada por seu extraordinário trabalho que levou ao entendimento de como buracos negros maciços se formam nos centros das galáxias, como evoluem e as moldam. As descobertas da professora são complementos essenciais ao nosso conhecimento sobre este fenômeno enigmático que contém o segredo de um dos mistérios mais profundos do Universo: “Como os buracos negros mudam o curso da história das Galáxias?”.

“Fico muito feliz e realizada por ter meu trabalho reconhecido, tanto como cientista como mulher. Faz sentir que minha dedicação valeu a pena. Este reconhecimento é muito importante para mim perante minha família e, principalmente, meus filhos, que nem sempre entendiam porque eu não podia estar presente em alguns momentos importantes para eles”, comenta Thaisa Bergmann.

Além de seu Prêmio anual, a parceria L’Oréal-Unesco criou nesta edição o programa “Talentos Internacionais em Ascensão” (em inglês, “International Rising Talents”) com o objetivo de acelerar o avanço de 15 jovens mulheres na ciência em todo o planeta. Esses talentos foram escolhidos entre mais de 230 bolsas de estudo concedidas a cada ano nas edições regionais do programa, em todo o mundo, incluindo o Brasil.

Para este novo prêmio, a jovem cientista Carolina Andrade, da Universidade de Goiás, foi reconhecida por sua pesquisa para o tratamento da Leishmaniose, que afeta cerca de 12 milhões de pessoas em todo o mundo. Em 2014, a jovem farmacêutica foi uma das sete vencedoras do único programa brasileiro dedicado a mulheres cientistas, que é realizado pela L'Oréal em parceria com a UNesco e a Academia Brasileira de Ciências. Ambas serão homenageadas no dia 18 de março, em cerimônia que acontecerá na Sobornne, em Paris.

#mulheresnaciência: Luz sob a agenda científica e pelo equilíbrio de sexo na Ciência no Brasil e no mundo

Esta edição do prêmio coincide com o Ano Internacional da Luz da Organização das Nações Unidas, liderado pela Unesco. Uma metáfora para o conhecimento, a sabedoria e a inteligência, a luz simboliza a ciência em si e o progresso que ela traz.

As Laureadas e os Talentos Internacionais em Ascensão de 2015 estão de fato iluminando o nosso caminho em direção a um mundo melhor. Dar a mais mulheres acesso à ciência não apenas beneficiará a pesquisa, mas também contribuirá para uma sociedade mais justa e mais democrática, principalmente na ciência. Em pleno terceiro milênio, muito progresso ainda precisa ocorrer para se conseguir um equilíbrio de gêneros na ciência. Em pleno terceiro milênio, ainda existe uma discrepância considerável com relação ao equilíbrio de sexos na ciência.

Foi pensando nessa estatística que a iniciativa L’Oréal-Unesco Para Mulheres na Ciência foi criada, há 17 anos. Seu principal objetivo é apoiar e reconhecer pesquisadoras talentosas e incentivar mais jovens a entrarem na profissão, buscando ajudá-las uma vez que suas carreiras estiverem em andamento.

2250 Mulheres reconhecidas em mais de 110 países - 87 Laureadas do Prêmio homenageadas por sua excelência na ciência, incluindo duas que depois ganharam o Prêmio Nobel, sendo 5 brasileiras (ver abaixo)

2170cientistas talentosas receberam bolsas para continuarem projetos de pesquisa promissores - No Brasil, a premiação completa dez anos em 2015, tendo beneficiado 61 jovens cientistas e distribuído aproximadamente R$ 3 milhões em bolsas-auxílio (US$ 1,2 milhão). Somente em 2014, mais de 300 cientistas inscreveram seus projetos. Este ano, as inscrições abrem no dia 10 de março, na Semana Internacional da Mulher.

O programa “Para Mulheres na Ciência” ajuda a construir histórias como a de Thaisa e de Carolina. A L'Oréal inspira e motiva as mulheres de hoje a transformarem o mundo de amanhã.

Em 17 edições, seis brasileiras - Com a escolha de Thaisa Bergmann, seis brasileiras já incluíram seus nomes no time de estrelas da ciência: Mayana Zatz (Genética - USP), em 2001; Lucia Previato (Microbiologia - UFRJ), em 2004; Belita Koiller (Física - UFRJ), em 2005; Beatriz Barbuy (Astrofísica - USP), em 2009; e Marcia Barbosa (Física - UFRGS), em 2013.

As cinco Laureadas e seus projetos - Do infinitamente grande ao infinitamente pequeno, das descobertas que iluminam o nosso entendimento sobre as origens do universo à invenção de novos dispositivos e métodos para tratar de doenças, da decodificação da função da proteína à criação de materiais inovadores para transmitir energia, suas contribuições para a ciência são da mais alta importância.

Elas foram selecionadas em cinco regiões do mundo por um júri independente do Prêmio Internacional, formado por 12 cientistas internacionais proeminentes, que foram pessoalmente escolhidos pelo presidente do júri e ganhador do Prêmio Nobel de 1999, professor Ahmed Zewail. A professora Beatriz Barbuy, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas, Universidade de São Paulo, e Laureada do Prêmio L’Oréal-Unesco de 2009, faz parte do júri.

O Prêmio L’Oréal-Unesco Para Mulheres na Ciência é conferido a cada ano a cinco mulheres, uma de cada região do mundo (África e os Países Árabes, Ásia-Pacífico, Europa, América Latina e América do Norte) em reconhecimento por suas realizações científicas. Cientistas do mundo inteiro são convidados a apresentar candidatas, e um júri internacional independente de cientistas eminentes faz a seleção final.

América Latina: professora Thaisa Storchi Bergmann - Física e Astronomia.

África e Estados Árabes: professora Rajaâ Cherkaoui El Moursli - Física de Altas Energias e Física Nuclear: A professora da Universidade Mohammed V, no Marrocos, será homenageada por sua contribuição para uma das grandes descobertas em física: a prova de existência da partícula Bóson de Higgs, responsável pela criação de massa no universo.  

Ásia e Pacífico: professora Yi Xie - Química Inorgânica: A professora da Universidade de Ciência e Tecnologia da China será homenageada por suas significativas contribuições à criação de novos nanomateriais, na conversão do calor da luz solar em eletricidade, para reduzir a poluição e impulsionar a eficiência energética.

Europa: professora Dame Carol Robinson - Físico-Química: A professora da Universidade de Oxford, no Reino Unido, será homenageada por um trabalho pioneiro na pesquisa médica: a criação de um método revolucionário para estudar o funcionamento das proteínas. Ela também é responsável por estabelecer um campo científico inteiramente novo: a biologia estrutural da fase gás.  

América do Norte: professora Molly S. Shoichet - Química dos Polímeros: A professora da Universidade de Toronto, no Canadá, será homenageada pelo desenvolvimento de novos materiais para regenerar tecido nervoso danificado e por um novo método capaz de administrar medicamentos diretamente na medula espinhal e no cérebro. | Acompanhe o prêmio, os projetos vencedores e saiba mais em nossas redes sociais: #mulheresnaciência.

América Latina: professora Thaisa Storchi Bergmann, física e astronomia, professora, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil.

Por seu extraordinário trabalho que levou ao entendimento de como buracos negros maciços se formam nos centros das galáxias, como evoluem e as moldam.

Thaisa Storchi Bergmann é uma das cinco experientes cientistas laureadas e homenageadas por suas descobertas inovadoras em ciências físicas.

Física, astrônoma e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Thaisa é uma das mais conhecidas, respeitadas e influentes astrofísicas da América Latina. Além de cientista premiada, Thaisa é membro da Academia Brasileira de Ciências e já foi reconhecida como um dos 12 brasileiros mais citados em publicações internacionais. 

A reputação mundial da Professora Thaisa Storchi Bergmann vem de suas contribuições para o nosso entendimento dos buracos negros supermassivos, objetos compactos misteriosos cuja força gravitacional é tão forte que nem mesmo a luz pode escapar dela.

Entre suas descobertas revolucionárias, a Professora Storchi Bergmann foi a primeira pesquisadora a discernir o movimento orbital de uma matéria em torno de um buraco negro supermassivo no centro de uma galáxia próxima, um passo muito importante para o avanço da nossa compreensão sobre como ele se comporta. Ela também mostrou como os buracos negros influenciam a evolução das galáxias via acreção (acumulação) e ejeção de matéria ao seu redor. As descobertas da Professora Storchi Bergmann constituem complementos essenciais ao nosso conhecimento sobre este fenômeno enigmático que contém o segredo de um dos mistérios mais profundos do Universo: “Como os buracos negros mudam o curso da história das Galáxias?”.

Thaisa é homenageada por seu trabalho sobre buracos negros supermassivos, um dos fenômenos mais enigmáticos e complexos do universo: ela foi a primeira pesquisadora a descobrir que a matéria pode escapar de buracos negros. Sua pesquisa é realizada com a ajuda de sua equipe e das imagens e dados do Observatório Gemini e do Telescópio Espacial Hubble.

Abrir mentes para um mundo melhor - Inspirando-se em uma prima mais velha que ela considerava o ideal de uma mulher emancipada e inteligente que trilhava o próprio caminho no mundo, a Professora Storchi Bergmann originalmente planejava se tornar uma arquiteta. No entanto, quando já estava na universidade, ela percebeu que estava “seguindo o sonho de outra pessoa”. Em vez disso, ela se viu fascinada pela física e pela astronomia, e animada com laboratórios cheios de pessoas “explorando o universo e fazendo perguntas sobre a natureza, o dia inteiro”.

Sem dúvida, esta oportunidade de se abrir a novas possibilidades de aprendizado - que ela sente ser negada a tantas pessoas, especialmente nos países em desenvolvimento - motiva a sua crença de que oferecer educação para todos é o maior desafio do mundo.

“Da desnutrição à pobreza, ao desrespeito ao meio-ambiente, a crenças extremistas que levam à violência - a educação poderia fazer muito para resolver estes problemas. Ensinar deveria ser considerado o trabalho mais importante em nossas sociedades”.

Ciência e Maternidade? Sim! Não é de se surpreender que uma mulher que levou o seu filho recém-nascido em uma missão de três meses a um observatório internacional, subindo e descendo uma montanha várias vezes por dia para alimentá-lo, sinta que uma cientista também pode ser uma boa mãe. Daí o conselho da Professora Storchi Bergmann, dado de coração às garotas que consideram uma carreira na pesquisa mas que se perguntam se é compatível com a vida de família: “Vão em frente!”

Brasil: Carolina Andrade, professora associada, Laboratório de Modelagem Molecular e Design de Medicamentos, Universidade Federal de Goiás, Goiânia. Química Medicinal- Por seu projeto sobre a descoberta de um medicamento multi-funções para a leishmaniose usando estratégias integradas em Química Medicinal.

“Milhares de pessoas morrem todos os dias, de doenças que podem ser prevenidas, somente porque os tratamentos atuais são muito caros ou não são eficazes. A ciência pode mudar isto”.

Carolina Andrade será uma das 15 jovens cientistas do mundo inteiro a receber o prêmio International Rising Talents, que reconhece jovens e promissores talentos da área científica, impulsionando suas carreiras através de visibilidade internacional. A cientista e professora da Universidade Federal de Goiás também foi uma das sete vencedoras da edição nacional do prêmio, promovido pela L’Oréal, pela Unesco e pela Academia Brasileira de Ciências (ABC), em 2014.

A leishmaniose é uma doença causada por parasitas que são transmitidas principalmente a humanos através de picadas de mosquitos-palha infectados. Endêmica em 88 países na África, Sul da Ásia, e América Latina, com cerca de 1,3 milhões de novos casos por ano e cinquenta mil mortes anualmente, a leishmaniose é uma das três doenças parasíticas com os maiores índices de mortalidade no mundo. Os principais tratamentos usados foram descobertos há mais de 50 anos. Estes medicamentos são caros, sua eficácia é limitada e provocam efeitos colaterais graves.

Carolina Andrade quer combater a leishmaniose ao pesquisar novos medicamentos multi-funções, que são medicamentos que fazem o dobro ou o triplo de suas funções. Em vez de atacar apenas uma das funções vitais do parasita, um medicamento de multi-funções ataca-o em vários lugares, o que aumenta as chances de matar o parasita, ao mesmo tempo em que diminui suas chances de se tornar resistentes aos medicamentos. Carolina focará em encontrar tratamentos de baixo custo, acessíveis a pacientes no terceiro mundo onde a doença é mais prevalente. O seu trabalho tem o potencial de mudar a vida de milhões de homens, mulheres e crianças que sofrem desta doença debilitante e muitas vezes fatal.

Acompanhe o prêmio, os projetos vencedores e saiba mais em nossas redes sociais: #mulheresnaciência| @mulhernaciencia.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira