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13/03/2015 - 08:09

Reprodução Humana é discutida em rede nacional


Novela que começou esta semana discute doação de sêmen, tema ainda pouco conhecido no país. Entenda com os especialistas como funciona.

A nova novela das seis, da TV Globo, "Sete Vidas", que começou esta semana irá tratar de um tema ainda pouco discutido e conhecido pela população: a doação de sêmen. Na história, alguns personagens descobrem que foram gerados a partir do mesmo material genético e, pela Internet, se organizam para se conhecerem, afinal, mesmo tendo sendo de famílias totalmente diferentes, são irmãos.

O doador é um aventureiro que, antes de ir para o exterior, faz uma doação anônima. "A discussão a nível nacional sobre o tema é uma oportunidade para esclarecer a população sobre os princípios éticos e legais da reprodução assistida", afirma o ginecologista Roberto Antunes, Diretor Médico da Fertipraxis-Centro de Reprodução Humana, no Rio de Janeiro.

Entenda o processo:como funciona a doação de sêmen - Segundo o especialista, quando você vê uma mulher gestante, costuma pensar na possibilidade de ela ter tido problemas para engravidar? Provavelmente não. Isso porque se tem a ideia de que engravidar é simples. Mas não é tão fácil assim. “Infelizmente, existem muitos casais que sofrem com o drama da infertilidade ou ainda doenças que impedem a geração de vida a partir de gametas próprios. Somado a todas as técnicas de fertilização, existem os bancos de sêmen, que ajudam na geração de novas vidas” explica Antunes.

Segundo ele, pacientes com câncer, por exemplo, e que terão de realizar tratamentos como quimioterapia ou radioterapia, podem ficar estéreis. Hoje, eles podem recorrer à medicina reprodutiva para garantir a geração de filhos, no futuro. “O banco de sêmen pode ser utilizado por pacientes que buscam pela criopreservação do próprio espermatozóide após receberem um diagnóstico deste tipo. “A técnica é um processo legal, voluntário, confidencial e não remunerado que pode ser feito por homens maiores de 18 anos. Antes de terem o espermatozóide 'aprovado' para doação, os candidatos são avaliados por testes sorológicos e de tipagem sanguínea. A coleta da amostra é indolor e realizada por masturbação”, explica Antunes.

Depois de doado, o material criopreservado (conservação que mantém o material exposto a baixas temperaturas) durante seis meses, quando novos exames sorológicos são realizados no doador. Somente se os exames derem negativos é que a amostra será liberada para a doação. No Rio de Janeiro a colheita desse sêmen pode ser realizada na Fertipraxis-Centro de Reprodução Humana, na Barra da Tijuca, um dos mais tradicionais do país nessa área, “Para a coleta do material, é necessário uma abstinência sexual de no mínimo dois dias e no máximo cinco. A coleta é feita em ambiente laboratorial, por masturbação”, conta o especialista, lembrando que os bancos de sêmen também oferecem a possibilidade de fertilização in vitro, para casais inférteis.

No entanto, não são apenas casais com problemas para gerar filhos que procuram os bancos de sêmen. “Nos últimos anos, detectamos um crescimento no índice de mulheres solteiras que procuram o banco de sêmen para uma maternidade independente”, lembra o ginecologista Marcelo Marinho, também da Fertipraxis, ressaltando que, para ser um doador, é necessário ter entre 18 e 40 anos e ser totalmente saudável. Ele diz ainda que o voluntário deve procurar a clínica para realizar uma série de entrevistas e exames laboratoriais. “Afastadas as possibilidades de doenças sexualmente transmissíveis e aquelas de incidência familiar genética, o sêmen é armazenado em um tanque de nitrogênio líquido em uma temperatura inferior a 196°C”, diz. “É importante ressaltar que existe uma triagem rígida para selecionar quem pode ser um doador de esperma. O centro utiliza critérios rigorosos para a seleção, e de cada 10 voluntários, apenas dois são aproveitados”, conta Marinho. Apesar de existir uma triagem entre os interessados em se tornar doador, não existe burocracia - basta que a pessoa queira - e também não há remuneração.

Roberto Antunes explica que a infertilidade conjugal está presente em 15% dos casais com idade reprodutiva. E em 40% dos casos, as dificuldades são em decorrência de complicações masculinas. Segundo ele, os problemas mais comuns vão desde varicocele, uma dilatação do conjunto de veias que drenam o sangue utilizado pelo testículo, infecção seminal, disfunção hormonal, pouca mobilidade dos espermatozóides e, até mesmo, vasectomia.

Se um casal optar por usar o sêmen de um voluntário, de maneira alguma saberá quem foi o doador. “A identidade dele é um segredo médico. Durante o processo de doação é informada a identidade médica do voluntário, nunca sua identidade civil”, completa Edson. A resolução 1358/92 do Conselho Federal de Medicina de 30 de setembro de 1992 determina que a doação de gametas (espermatozóide e óvulos) deva ser totalmente anônima.

“Estima-se que a mulher tem de 50% de chance de engravidar se fizer a fertilização in vitro até os 35 anos. Segundo a Rede Latino Americana de Reprodução Assistida, essa chance diminui com o passar dos anos, ficando em apenas 10% se a pessoa tiver mais de 45 anos. No caso de inseminação artificial, a chance cai para 35% no caso de mulheres até 35 anos. E diminui para 20% para quem tem mais de 40 anos. Para quem tem mais de 45 anos, a estimativa é quase nula. Estes números são referentes à utilização de banco de sêmen, onde a fertilidade é maior” finaliza Antunes. [www.fertipraxis.com.br].

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