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17/03/2015 - 08:58

Temer diz que será difícil acabar com financiamento de campanhas por empresas


O vice-presidente da República, Michel Temer, voltou a defender no dia 16 de março (segunda-feira), o voto majoritário para vereadores, deputados estaduais e federais, o chamado o distritão. Em palestra na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Temer disse que será difícil eliminar o financiamento empresarial de campanhas políticas, como defendem setores da sociedade. Para ele, o financiamento é uma “contribuição do exercício da cidadania”.

Segundo Temer, o sistema proporcional, adotado hoje, leva em conta os votos de cada candidato e o conjunto de votos recebidos pelo partido, o que obriga as legendas a procurar pessoas com potencial de alavancar votos, em detrimento da afinidade ideológica. Com o voto majoritário, no qual ganha, de fato, o candidato mais votado, ele acredita que a representatividade nas câmaras será mais justa e democrática.

“Muitas vezes, no Congresso Nacional, tivemos experiências, em face do coeficiente eleitoral (usado no cálculo do sistema proporcional), em São Paulo, por exemplo, em que [o coeficiente eleitoral] é 300 mil votos e o partido que faz 900 mil votos elege três deputados. Ou seja, se um candidato tiver 900 mil votos, mais dois serão eleitos, mesmo que tenham 1 voto cada um”, esclareceu. “Não estou exagerando, já teve caso em que um deputado obteve 1,6 mil votos e levou consigo [para o Congresso] cinco deputados, um deles com 285 mil votos”.

O voto majoritário, no entanto, é criticado por setores da sociedade. A explicação é que poderia encarecer as campanhas, favorecer candidatos mais ricos e as celebridades, além de enfraquecer os partidos políticos, apesar da obrigatoriedade da fidelidade partidária, como defende Temer.

“Tenho tranquilidade para reconhecer que a medida reduz o número de partidos, mas convenhamos, a ideia de partido é a ideia de parte, uma parcela da opinião pública que quer chegar ao poder. Aí, eu pergunto: será que temos 32 correntes de opinião pública? Acredito que não”, disse o vice-presidente.

Defendendo a reforma política como atribuição do Congresso Nacional, Temer vê dificuldade para acabar com o financiamento privado das campanhas, mas defende que as empresas, nas eleições majoritárias, escolham apenas um candidato “A empresa, quando vai doar, está exercendo a cidadania. Ao fazê-lo, deve fazer uma opção: opto pela candidatura tal. Nos cargos proporcionais, não, com certeza, doará para muitos.”

Temer defendeu que as eleições municipais coincidam com as eleições para presidente e para os representantes no Congresso Nacional, contando que haja aumento do tempo de mandado dos atuais quatro para cinco ou seis anos.

Michel Temer diz que governo deve ter humildade e reconhecer erros - "O diálogo, que é fundamental, deve ser pautado pela ideia de humildade e no reconhecimento, muitas vezes, de equívoco que tenha sido produzido", afirmou Temer, durante palestra na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), no Rio.

Para ele, os protestos são legítimos e eventualmente necessários para influenciar mudanças na política. "Convenhamos, quando se vê o clamor das ruas, é porque alguma coisa está errada."

Temer disse que esteve com a presidenta Dilma Rousseff nesta segunda-feira cedo, em Brasília, para avaliar os pleitos dos manifestantes. De acordo com o vice-presidente, as reivindicações não estavam focadas em pedidos "minoritários" de renúncia da presidenta, mas no descontentamento com a política econômica e na falta de diálogo com vários setores da sociedade, como o Congresso Nacional.

Segundo Temer, pode haver troca ministerial, embora não seja "indispensável e solucionadora de conflitos". Ele negou que tenha excluído de decisões no Palácio do Planalto. "Falam muito que eu fui afastado, mas confesso que a presidenta fala comigo com muita frequência. Claro que cada um tem seu nucleozinho pessoal, mas nunca fui afastado das decisões."

O presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, pediu que Temer seja o interlocutor no governo para costurar um pacto de governabilidade. Na opinião do empresário, as manifestações de domingo, Brasil afora, mostraram mais uma vez que o país, desde as eleições do ano passado, está rachado. "Ninguém deseja viver quatro anos o ambiente irrespirável que nos ronda desde o início de 2015", afirmou.

Eduardo Eugênio defendeu que ações do governo para desonerar o investimento e aumentar a produtividade, sem elevar impostos. "Não há como suportar. A carga tributária sobre a indústria de transformação é hoje 45,4% do PIB [Produto Interno Bruto] das indústrias", informou.  "Estamos sufocados, mas abertos ao diálogo", resumiu o presidente da Firjan, pedindo apoio de Temer. | ABr.

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