Bancos Corporativos devem adaptar seus modelos de negócios para manterem-se competitivos

Estudo do BCG detalha o desempenho dos principais players do mercado, e analisa que, apesar de previsão de crescimento na receita, empresas do segmento devem tomar medidas ousadas para evitar deterioração da rentabilidade.

Boston— Bancos Corporativos, que em grande parte vêm enfrentando um cenário difícil pelo declínio econômico, devem tomar medidas ousadas para adaptar seus modelos de negócios ou poderão sofrer um longo período de fraco desempenho, de acordo com um novo estudo do The Boston Consulting Group (BCG).

O relatório Global Corporate Banking 2015: The Look of a Winner, o mais recente de uma série de estudos do BCG sobre negócios dos bancos corporativos, detalha o desempenho recente dos principais players do setor, analisa as cinco tendências que devem ser enfrentadas e prevê como serão os perfis dessas áreas em 2020.

"Ainda é prematuro dizer que é o fim dos bancos corporativos como os conhecemos", disse Jürgen Schwarz, coautor do estudo e líder global de segmento bancário corporativo do BCG, "Mas os bancos devem mudar significativamente a maneira de gerir esse negócio se eles pretendem ter sucesso no futuro".

De acordo com o estudo, a receita desse segmento no Brasil deve crescer 5,4% entre 2012 e 2020. Na América Latina, o crescimento deve ser de 8%, atingindo US$ 245 bilhões. O estudo ainda ressalta que países em desenvolvimento serão responsáveis por mais da metade da receita dos bancos corporativos em 2020.

De acordo com o estudo, tem sido árduo criar valor para os bancos corporativos em muitos mercados desde o início da crise financeira de 2007-2008. A edição 2014 do estudo Corporate Banking do BCG, que contou com a colaboração de 250 participantes que trabalham para empresas de pequeno, médio e grande porte, mostrou que 2/3 dessas divisões de bancos tiveram retornos sobre o capital abaixo da taxa mínima.

O cenário tem sido particularmente desafiador na Europa Ocidental, mas também na Europa Central e Oriental, com retornos médios antes das deduções fiscais abaixo de 10% nas regiões. Mesmo em mercados de crescimento relativamente rápido, como a América Latina e a região da Ásia, no Pacífico, as empresas estão lutando contra margens cada vez mais competitivas e excesso de dependência de produtos de crédito.

O levantamento, realizado pelo BCG em 2014, revelou que mais da metade das divisões dos bancos corporativos mundiais tiveram declínio no lucro ao longo dos três anos anteriores. Diferente dos mercados Latino-Americanos e da Europa Ocidental que apresentam declínio no lucro, os bancos Norte-Americanos se destacaram por um desempenho acima da média em termos de retorno sobre o capital, mas também devem ter um desempenho inferior como resultado da concorrência pós-crise. Na maioria das regiões, a lacuna que separa os melhores dos piores agravou-se nos últimos anos. No estudo do BCG de 2007, por exemplo, havia uma lacuna de 14 pontos percentuais no retorno sobre o capital regulamentar entre as empresas na liderança e as não tão bem classificadas. No estudo de 2014, essa diferença aumentou para 21 pontos percentuais e ampliou em todas as regiões, exceto na América do Norte. Tal divergência sublinha um ponto-chave: bancos corporativos com modelos de negócios corretos podem criar valor em todos os segmentos e regiões.

Segundo o relatório, os bancos precisam tomar as seguintes medidas com o objetivo de gerar lucro acima do custo de capital em 2020 para as áreas de sistema corporativo: adotar uma estratégia rigorosa de portfólio, aumentar a especialização da indústria, desenvolver novas soluções aos clientes, construir novas capacidades de crédito, operar preços com base no valor da unidade, melhorar os modelos e as capacidades digitais dos bancos de dados, buscar a excelência operacional, e incorporar uma organização de alto desempenho. O relatório detalha como as empresas podem usar cada uma destas iniciativas para aumentar a sua competitividade.

O The Boston Consulting Group (BCG) é uma empresa de consultoria de gestão global e líder mundial em estratégia de negócios. Fazemos parcerias com clientes em todos os setores e regiões do mundo para identificar as oportunidades que mais geram valor, abordar os desafios mais importantes e transformar o negócio de nossos clientes. Nossa abordagem personalizada combina um amplo entendimento da dinâmica das empresas e mercados, com colaboração com todos os níveis das empresas. Criado em 1963, o BCG é uma empresa privada, com 81 escritórios em 45 países.[www.bcg.com.br].

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