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07/04/2015 - 08:18

Ortopedista explica lesões em atletas de MMA

TUF Brasil 4 estreia com nocaute brutal e quebra de maxilar durante o programa.

Com a estreia da quarta edição do The Ultimate Fighter Brasil (TUF Brasil), reality show do UFC – Ultimate Fighting Championship, gravado em Los Angeles, oito confrontos foram realizados para definir os primeiros garantidos para a disputa de um contrato oficial com a maior organização de MMA do planeta. Durante o primeiro episódio da competição um golpe violento quebrou maxilar do lutador Gustavo Sedório, eliminando o atleta da disputa. E este não foi o primeiro caso no esporte. Com tantos objetivos em jogo dentro do octógono, muitos lutadores veem o sonho de ser um atleta profissional de MMA adiado por conta de uma lesão, adquirida em um treinamento ou luta.

Um estudo divulgado pelo Departamento de Medicina Emergencial da Johns Hopkins University School of Medicine, em Baltimore, Maryland, apontou as principais contusões geradas em lutas de MMA. A região da cabeça (principalmente nariz e olhos) aparece na liderança da pesquisa, com cerca de 20% de contusões sofridas. Braços e ombros concentram 8,3% dos traumas, enquanto joelhos (área de apoio que sofre desgaste em modalidades de luta no chão, como jiu-jitsu e luta greco romana) são traumatizados em 3,1% dos casos.

De acordo com o ortopedista do Instituto Nacional de Ortopedia e Traumatologia do Rio de Janeiro(Into), Daniel Ramallo, especialista em medicina esportiva, uma fratura no maxilar é comum neste tipo de modalidade:

"É uma lesão comum em um esporte como o MMA. Um caso semelhante foi o que aconteceu com Stefan Struve, o "Gigante Holandês", em 2013. Ele foi nocauteado por um cruzado desferido por Mark Hun e teve a mandíbula fraturada", lembrou o especialista. Ramalho ainda ressaltou que este tipo de lesão requer a realização de um tratamento cirúrgico para que o atleta tenha plenas condições de seguir seu trabalho.

"É uma fratura que necessita de um procedimento cirúrgico, pois a mastigação depende do funcionamento do osso. Então a consolidação desta estrutura precisa ser perfeita para que a pessoa retome seus afazeres normalmente", explicou.

O ortopedista explicou o porquê dos traumas acontecerem no rosto: “a cabeça é o principal alvo dos golpes traumáticos (socos, chutes, cotoveladas e joelhadas) lançados no MMA. É natural que a face seja a parte da anatomia mais danificada. Escoriações no rosto, lacerações no supercílio e hematomas são as contusões mais comuns nesta região do corpo”, diz Ramallo, lembrando que as mãos aparecem na pesquisa com um percentual de 13% dos traumas: “as luvas foram projetadas para proteger as mãos dos competidores (no boxe, os lutadores frequentemente fraturavam as mãos nos combates no período pré-luvas), porém, como o MMA é um esporte que manipula as mãos de modo diferente do boxe, suas luvas também foram projetadas diferentemente, sendo menores, mais leves e com os dedos expostos”, diz o cirurgião.

Os percentuais de traumas indicados pelos especialistas no MMA: Nariz: 10,4% dos traumas —A maior quantidade de golpes traumáticos é lançada contra a cabeça dos oponentes. Ramallo diz que destes golpes, os jabs e diretos são os mais utilizados. “Por serem golpes retos, atingem normalmente a parte frontal do rosto. E o nariz é a principal saliência desta área”, explica o ortopedista.

Uma quantidade maior e mais forte de golpes pode ainda causar afundamento do osso do nariz e até prejudicar as vias respiratórias do lutador.

Ombros e braços: 8,3% dos traumas: “Como MMA não é apenas um esporte de trocas de golpes traumáticos, outro tipo de contusão, comum em competições de grappling (estilos de luta agarrada), acontece. Ao tentar defender uma chave americana de Frank Mir, no UFC, Rodrigo Minotauro, não conseguiu se desvencilhar da armadilha, tampouco fez o movimento de indicação de desistência. Resultado: teve o braço quebrado”, exemplifica Ramallo.

Olhos: 8,3% dos traumas —Pelo mesmo motivo das contusões no nariz, os olhos também são alvos de golpes traumáticos no MMA. Os traumas mais comuns nesta área do rosto são os hematomas.

Joelhos: 3,1% dos traumas: “Chutes são golpes que provocam um movimento de rotação dos joelhos durante sua execução. Este movimento pode acabar causando lesões como rompimento do ligamento. Ocorre quando a perna de apoio trava no solo e o resto do corpo gira sobre o joelho parado”, conta o médico, que tem entre seus clientes o lutador Luiz Jorge Dutra Júnior, mais conhecido como Luíz Besouro, submetido ano passado a uma condroplastia no joelho (técnica cirúrgica para tratamento da camada superficial da cartilagem que se encontra deteriorada).

Orelhas: 1% dos traumas— O atrito com o piso, durante as disputadas no UFC por posições na luta de solo, podem causar escoriações e inchaços nas orelhas. “Pancadas frequentes também causam lesões a esta região. É comum ver lutadores com a cartilagem das orelhas deformadas, apelidadas de “orelha de couve-flor” finaliza Daniel Ramallo.

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