ENAServ 2015 discute a importância estratégica da exportação de serviços

Discussões apontam que segmento necessita de mais competitividade.

Rio de Janeiro— "Trabalhar para a competitividade do comércio do setor de exportação de serviços é fundamental para alavancar a produtividade econômica", a afirmação foi feita por Renata Carvalho, do MDIC, na abertura do primeiro painel “Serviços: Visão Panorâmica e Ações de Promoção”, que foi mediado pelo presidente da AEB, José Augusto de Castro, na manhã dessa quarta-feira durante o ENAServ 2015. Para a representante do MDIC, o desafio dos empresários é enxergar os serviços não apenas como custo, mas como valor agregado. Só assim a exportação será alavancada e passará a ter importância qualitativa, impactando positivamente na competitividade da economia.

Segundo Luciene Machado, do BNDES, que também integrou a mesa, o BNDES é um banco de comércio e serviços que evolui junto com o setor. Já para Rodrigo de Azeredo Santos, do Ministério das Relações Exteriores, a pasta é preparada para prestar apoio às empresas que querem se internacionalizar. “Nossa estrutura de promoção comercial no exterior demonstra o papel que o Itamaraty tem na estratégia comercial brasileira”, afirmou. Igor Brandão, da Apex, que também fez parte da mesa, descreveu o trabalho realizado pela Agência para estimular a exportação de serviços.

O segundo painel dessa manhã abordou a importância estratégica da exportação de serviços e contou com André Clark Juliano, do Fórum Permanente de Exportação de Serviços de Engenharia da AEB, como mediador do painel. Para ele o Brasil precisa colocar seus interesses na pauta e formar suas alianças para o desenvolvimento do próprio país. “As nações estão se agrupando de forma diferente, e a ordem mundial está se transformando rapidamente”, disse André Clark.

Cláudio Frischtak, da Inter B Consultoria, que participou do painel, falou do cenário recessivo atual do país, bem como da situação política e do aprofundamento da crise em decorrência da operação Lava Jato. Ele mostrou como isso impacta na confiança do empresário. “Hoje não conseguimos crescer 2%. Estamos próximos de zero”, disse. "Para impulsionar o crescimento, o país tem de investir em infraestrutura e na exportação. A questão é que os investimentos em infraestrutura são muito baixos – um terço do que deveria ser investido minimamente"-, enfatizou.

Guilherme Laux, subsecretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, foi outro convidado do painel e falou sobre como o ministério pode ajudar no financiamento da exportação de serviços. O Ministério oferece a garantia do governo para o empresário conseguir os recursos com o banco financiador, de modo que a exportação seja viabilizada. “O governo supre lacunas de mercado, reduz a volatilidade e o Custo Brasil e incentiva áreas de interesse estratégico, oferecendo benefícios diretos e indiretos”, declarou.

O ENAServ 2015 é uma promoção da AEB, em parceria com o MDIC e apoio da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP).