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15/04/2015 - 08:11

Uso de células-tronco na pesquisa sobre autismo é tema de palestra em congresso, em Campinas

A convite da R-Crio, a pesquisadora Karina Griesi Oliveira, do Hospital Albert Einstein, apresentará os avanços dos estudos no 1º Congresso Internacional sobre Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Utilizar as células-tronco para estudar e entender os mecanismos biológicos que alteram os neurônios dos autistas, assim como testar possíveis drogas que podem reverter estas alterações, é o foco de pesquisas atualmente conduzidas no Brasil. Alguns resultados já conquistados serão apresentados pela pesquisadora Karina Griesi Oliveira, associada do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein, no próximo dia 23 de abril, durante o 1º Congresso Internacional sobre Transtorno do Espectro Autista (TEA), em Campinas. A especialista é convidada da R-Crio, empresa com expertise no isolamento, expansão e criopreservação de células-tronco extraídas da polpa de dente de leite, com atuação em todo o país.

“Esses grupos de pesquisa têm usado células-tronco derivadas da polpa de dente de leite, mas também têm se utilizado de uma técnica chamada de reprogramação celular, que permite gerar células-tronco a partir de qualquer outro tipo celular, como sangue, por exemplo”, explicou a pesquisadora. O grupo de pesquisa de Karina já publicou dois estudos referentes a trabalhos desenvolvidos com a célula-tronco da polpa do dente de leite. “Um em que vimos que a expressão de genes ligados ao neurodesenvolvimento está alterada nas células de polpa de indivíduos autistas, e outro em que vimos que a ativação de uma via biológica importante para este mesmo processo (neurodesenvolvimento) também está alterada em autistas”, explicou. “Os cientistas estão investindo mais em transformar as células-tronco, tanto as de dente de leite quanto as desenvolvidas em laboratório, em neurônios, e assim estudar o tipo celular que realmente está envolvido na doença”, enfatizou a pesquisadora do Hospital Albert Einstein.

As pesquisas têm abrangido toda a gama de pacientes, desde aqueles com um grau mais leve até o mais grave. “Nosso grupo em específico está trabalhando, no momento, com autistas de grau leve, mas já estamos iniciando pesquisas em que vamos comparar autistas dos dois extremos do espectro”, disse Karina. E graças à tecnologia de reprogramação celular, que possibilita a criação de células-tronco em laboratório a partir de qualquer tipo celular do corpo, é possível utilizar amostras tanto de criança quanto de indivíduos adultos nas pesquisas.

A pesquisa reforça que o foco dos trabalhos “não é encontrar uma terapia com as células-tronco, mas sim utilizá-las como ferramenta para em laboratório, encontrar drogas que possam corrigir as alterações neuronais presentes nos indivíduos com autismo”. “Acreditamos que este deva ser um caminho mais rápido”, argumentou.

As pesquisas estão em fase inicial, em que os pesquisadores ainda buscam compreender as alterações dos neurônios, para então buscarem drogas para corrigi-las. “Aquelas drogas que tiverem efeito positivo, terão que passar por uma fase pré-clínica de testes, antes de poder efetivamente ser utilizada em larga escala, o que deve ocorrer entre 5 e 10 anos”, afirmou. “Mas o mais importante, e que eu gosto de ressaltar, é que hoje, ao contrário de 5, 7 anos atrás, não tínhamos essa ferramenta que possibilita que a gente estude as células neuronais, entenda suas alterações e ainda possa testar em laboratório qual medicamento poderia revertê-las.”

“De uma forma geral, os estudos com células-tronco são promissores e estão avançando tão rapidamente que, num futuro próximo, acredito que teremos algumas terapias sendo aplicadas. As perspectivas são muito positivas”, declarou José Ricardo Muniz, presidente da R-Crio. A empresa doou R$ 5 mil para o 1º Congresso Internacional sobre Transtorno do Espectro Autista.

Abril Azul— O 1º Congresso Internacional sobre Transtorno do Espectro Autista (TEA) marca o fechamento do Abril Azul, que reuniu uma série de eventos de conscientização sobre o autismo em Campinas. O evento foi organizado pela Secretaria Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida em parceria a Adacamp (Associação para o Desenvolvimento de Autistas em Campinas), Instituto SER, Paica (Programa de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente) Clínica Ludens e Amor Azul.

Perfil— Karina Griesi Oliveira é doutora em Genética pelo Instituto de Biociências da USP (Universidade de São Paulo), com título de bacharelado (2005) e licenciatura (2007) em Ciências Biológicas pela mesma instituição. Tem experiência na área de Genética Humana e Biologia Molecular, atuando há dez anos na área de pesquisa de Genética do Autismo. Durante seu doutorado, realizou estágio no exterior, onde trabalhou com a técnica de reprogramação celular para produção de células pluripotentes. Trabalhou na transferência dessa tecnologia para o Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco do Instituto de Biociências/USP. Atualmente, é Pesquisadora Associada do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein.

R-Crio— Fundada em 2014, a R-Crio é uma empresa especializada no isolamento, expansão e criopreservação de células-tronco extraídas da polpa de dente de leite e em mapeamento genético, com atuação em todo o Brasil. Com tecnologia única e inovadora, a R-Crio está sediada em Campinas (SP) e se coloca na vanguarda do modelo de bancos privados de dentes de leite. A R-Crio tem como objetivo oferecer serviços de qualidade que contemplem todas as etapas envolvidas entre a coleta das células-tronco e sua efetiva utilização no futuro, buscando de maneira permanente incentivar, apoiar e praticar o desenvolvimento de pesquisas de credibilidade em terapias celulares, gênicas e suas aplicações.

. [1º Congresso Internacional sobre Transtorno do Espectro Autista (TEA)| Palestra: “Uso de células-tronco na pesquisa em autismo” (Karina Griesi Oliveira), dia 23 de abril, às 16h30, no Colégio São José. Av. Pe. Almeida Garret, 267, Jd. N. Sra. Auxiliadora – Campinas/SP [http://congressoautismo.wix.com/congressoautismo].

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