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29/01/2008 - 08:24

Simbologia para etiquetagem do couro será regulamentada pelo Inmetro


Manual de simbologia aplicada para etiquetagem do couro (vestuário, artefatos e artigos de viagem) apresentado pela Abravest foi entregue ao Inmetro para regulamentação.

"O manual tem grande chance de ser aprovado para o plano quadrianual". A afirmação de Marcelo Moreira, gerente de Fiscalização e Verificação de Conformidade do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro ), refere-se ao Manual de Simbologia Aplicada para Etiquetagem do Couro (vestuário, artefatos e artigos de viagem), entregue pela Associação Brasileira do Vestuário (Abravest) no último dia 15 de janeiro durante a Couromoda, em São Paulo

Após quase três anos de pesquisa, o Grupo Setorial Couro da Abravest, o Centro de Recuperação e Conservação do Couro (CRC Couro), com o apoio de algumas empresas e diversas associações representativas do setor, concluíram o documento. O manual dará aplicabilidade técnica para as normas ABNT 15105 e 15.106, que definem a simbologia para identificação do couro vestuário, desde sua origem até a aplicação de etiqueta ao consumidor com as simbologias específicas de limpeza e conservação. Ao Inmetro caberá definir regras e procedimentos para a regulamentação, que poderá ocorrer através de uma portaria ou resolução.

“É um passo importantíssimo e coloca o Brasil na vanguarda no setor de couro", diz o idealizador do projeto, Baltazar Guedes, diretor do Grupo Setorial Couro da Abravest que comanda o departamento técnico do CRC – Couro, empresa especializada em limpeza e restauração de roupas e artigos de couro. O Brasil é o primeiro pais em todo mundo a pensar na questão das etiquetas para o vestuário couro e seus acessórios e agora com o manual técnico que garantirá aplicação das normas, nas mãos do Inmetro , a Abravest, o CICB, ABIACAV, ABQTIC, ANEL/ SINDLAV e demais entidades ratificam o pedido de regulamentação feito em 2005, destacou Guedes que teve participação ativa na elaboração do manual de simbologia.

Até hoje as roupas de couro e outros itens do vestuário (bolsas, cintos, carteiras) são comercializados sem qualquer informação padronizada que assegure a adequada utilização e manutenção do produto adquirido. “Hoje o consumidor não recebe as informações que deveria e merece ter pela falta de regulamentação das normas já criadas”, afirma Marcelo Monteiro, do Inmetro que veio a São Paulo especialmente para o evento e recebeu o primeiro exemplar deste manual.

Por sua abrangência o presente manual arremete as NBR’s 15105/15106 para aplicação a todos os artigos de couro designados e descritos pela Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM códigos 42 e 43.

Para os curtumes, a observância das normas técnicas definidas nas duas normas que estão em sintonia com as Normas Comuns do Mercosul, será uma espécie de certificado de origem dos produtos (couro) com validade internacional. O cumprimento das NBR's vai permitir a identificação e rastreabilidade do couro em todas as etapas de produção até o fornecedor do produto final e todos terão que garantir a transformação das informações em símbolos adequados ao produto ofertado. “O Inmetro não protege somente a sociedade, protege também a indústria através da normalização", salientou o gerente do órgão, Marcelo Monteiro.

Pela regulamentação das NBR's – Para empregar a conhecida simbologia internacional de manutenção para o vestuário têxtil, o Brasil dependeu de autorização da França que detém a sua licença de uso. Desta feita, o Brasil é o primeiro país a publicar normas técnicas para gerar etiquetas com símbolos de manutenção para roupas de couro e seus acessórios. E a partir da sua regulamentação poderá utilizar canais para torná-la internacional.

Em julho de 2004 quando as NBR´s 15105/15106 foram publicadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, o Brasil saiu na frente, pois estas normas, inéditas até no mercado internacional, orientam a produção do vestuário em couro, desde a matéria prima até a etiqueta para o consumidor.

Com a regulamentação vamos acabar com os erros de identificação na etiquetagem, muito comuns na indústria, o que fere o Código de Defesa do Consumidor “, analisa Baltazar Guedes, Em sua avaliação o comprometimento do fabricante em colocar no mercado um couro acabado para fins de uso como vestuário será a primeira resposta positiva no sentido do cumprimento das normas”. De pronto vamos perceber uma redução significativa nos vícios de produção mais comuns para o couro usado “, ponderou. Pois é comum verificar que as confecções de roupas de couro aplicam etiquetas com recomendações adversas à natureza da matéria-prima ou informações evasivas, que transferem os riscos para o prestador de serviços .

Com o avanço da combinação têxtil/couro no vestuário, ganhamos uma diversidade de aplicações na moda. A sua produção em larga escala abriu uma dissociação entre produção e comercialização, aumentando consideravelmente os riscos de consumo decorrentes de erros técnicos, falhas no processo produtivo e falta de informação adequada para o bom uso e manutenção destes produtos.

A regulamentação das NBRS 15105 e 15106 também facilitará o trabalho das lavanderias, que sempre enfrentaram dificuldades pela falta de informações. “Recebemos casacos sem qualquer especificação quanto à forma de lavagem, em geral aplicam etiquetas com todos os símbolos “NÃO” destinados ao têxtil e acrescentam a frase “lavar com especialistas”, o que não dá nenhum referencial técnico e muitas vezes ficamos sem rumo quando ao procedimento correto”, acrescenta o vice-presidente do Sindicato das Lavanderias do Estado de São Paulo (Sindlav), Alaor Chiodin.

Para Chiodin a regulamentação da simbologia específica para as roupas de couro contribuirá para elevar a qualidade dos erviços prestados. “ E ccom isto as lavanderias também vão ter como decidir o que fazer nas operações de limpeza em consonância com todos da cadeia produtiva”, finalizou..

Todos os setores terão que garantir a transformação das informações em símbolos adequados aos produtos ofertados ao consumidor. O mercado sabe da necessidade do cumprimento destas normas, todavia a sua efetiva aplicação só vai acontecer quando elas forem regulamentadas e efetivamente ganharem força de lei.

Sobre o que envolve um processo de regulamentação o gerente Marcelo Monteiro esclareceu que o instituto recebe uma série de demandas vindas da sociedade. Ao longo de 2007, foram 380 itens para avaliação, sendo que depois de uma primeira análise sobraram 174, de onde sairão os 35 que serão encaminhados para efetivação através de outros fóruns internos de discussão técnica e também com a sociedade, que estará avaliando o impacto destas medidas. | Foto: Marcelo Monteiro, gerente de Qualidade do INMETRO, recebe o manual de simbologia entregue pelo diretor da ABRAVEST e do IBTEC, Baltazar Guedes

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