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16/04/2015 - 07:16

GLP é considerado o serviço público mais barato prestado pela iniciativa privada


O gás de botijão é o produto mais barato no uso diário de uma família. Utilizado por 95% da população brasileira, chega a lugares onde energia, água e saneamento básico não chegam. Apesar disso, o GLP tem enfrentado uma série de percalços motivados pela carência de recursos na sua cadeia de produção e, principalmente, segurança. Mas os problemas do setor não são novos. Vale lembrar que, em poucos anos, 16 das 21 companhias que operavam no Brasil faliram ou foram adquiridas.

Para garantir o progresso desse setor torna-se necessário provê-lo de recursos para investir em tancagem, segurança e automação. No caso do primeiro, as distribuidoras brasileiras têm estoque para o armazenamento de apenas dois dias de consumo, enquanto no México é de 45 a 75 dias e no Japão, 120 dias. Por pouca tancagem, os caminhões-tanque com 25 mil quilos de gás rodam excessivamente para transportar hoje o gás que será consumido amanhã.

Sobre a segurança, os botijões precisam ser testados cada dez anos de uso. Testes em botijões de gás nunca tinham sido feitos no Brasil e acidentes aconteciam a cada três ou quatro dias, 40% com vítimas. Desde que foi implantada no Brasil, em 1997, a requalificação fez com que o número de acidentes com botijões diminuísse drasticamente nos últimos anos. Segundo a ANP, até julho de 2013, foram testados cerca de 150 milhões de vasilhames, dos quais mais de 25 milhões foram descartados. A operação, segundo o órgão, consumiu um investimento de mais de R$ 8 bilhões das distribuidoras. Nos países onde leis sempre existiram, o sucateamento é 3%. Hoje, decorridos 18 anos, na segunda etapa dos testes temos, ainda, 8%, um índice muito alto.

Distribuidoras precisam obter recursos para dar continuidade à requalificação de 36 mil botijões diariamente x 3.000 dias úteis (10 anos) igual aos 108 milhões de botijões existentes no mercado brasileiro. Os testes não param, botijões testados em 2014 devem ser testados, novamente, em 2024, e assim por diante.

Existe ainda a necessidade de recursos para investimento em automação de processos produtivos, o que já acontece em várias partes do mundo. Neste caso, mais importante que a otimização do sistema é a saúde dos trabalhadores.

O crescimento da economia trouxe consigo uma nova onda de demandas: aumento do poder de compra da população, alta no consumo e surgimento de novos mercados. Para que esta engrenagem funcione bem, está mais do que na hora das políticas públicas e regulamentações serem revistas. O consumidor e toda a cadeia que envolve as empresas do setor de GLP agradecem.

. Por: Ueze Zahran, presidente do Grupo Zahran, que tem como uma de suas empresas a Copagaz, quinta maior distribuidora de GLP do Brasil.

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