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29/01/2008 - 08:24

Reunião sobre Doha conclui que 2008 é o ano decisivo para a rodada de negociações comerciais

Entre os participantes, Peter Mandelson, Comissário de Comércio da União Européia, Pascal Lamy, Diretor-Geral da OMC, Celso Amorim, Ministro do Exterior do Brasil e Susan Schwab, representante comercial dos EUA.

Davos, Suíça - Com o aumento das preocupações em relação a uma recessão econômica global, os responsáveis pelas negociações de acordos comerciais de diversas nações fizeram um apelo aos líderes do setor privado para que pressionem seus governos na busca de uma conclusão bem sucedida para a Rodada de Doha em 2008, sob o risco de criação de novas barreiras para o comércio internacional.

“Se não for concluída esse ano, não acabará no ano que vem – e até 2010 as atenções estarão focadas em outros assuntos”, avaliou Peter Mandelson, Comissário, Comércio, Comissão Européia. “Não só as atenções estarão focadas em outros aspectos de negociações comerciais, mas, o que já está na mesa, que na minha opinião é algo bem substantivo, será colocado de lado”.

De acordo com Pascal Lamy, Diretor-Geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), o insucesso das negociações pode aumentar o impacto de uma economia global em desaceleração e aumentar as tensões geopolíticas. Celso Amorim, Ministro das Relações Exteriores do Brasil, mostrou as mesmas preocupações, e comentou que a ausência de um acordo em 2008 “deverá emitir o sinal errado para a economia global. Isso será prejudicial para todos, especialmente para os países em desenvolvimento”.

Depois de mais de seis anos de negociações truncadas, os debates de Doha entre os membros da Organização Mundial do Comércio estão parados. Com menos de um ano até a saída do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, o tempo está se esgotando para chegar a um acordo que pode reduzir tarifas, subsídios e promover comércio livre, concluíram os participantes.

A sessão plenária “Ameaças para um Sistema de Comércio Global”, que contou com a presença dos ministros do comércio presentes em Davos, foi seguida por uma reunião informal entre eles. Apesar de progresso obtido em questões técnicas nos últimos seis meses, o painel revelou que o grupo ainda está longe de um acordo e há um alto grau de ceticismo em relação ao sucesso da iniciativa. Os países em desenvolvimento ainda estão bastante preocupados com a possibilidade de que as tarifas menores possam expor os agricultores de maneira injusta à concorrência global, colocando em perigo o crescimento que poderia servir como proteção contra uma desaceleração global. “Essa Rodada deve oferecer soluções às economias saudáveis na Ásia, África, no Pacífico e na América Latina porque essas regiões representam o futuro”, afirmou Kamal Nath, Ministro do Comércio de Indústria, da Índia.

Mas todos concordam que o custo de falhar está crescendo. O fracasso da rodada de Doha deve aumentar as pressões protecionistas no mundo inteiro e criar um retrocesso para o livre comércio global. Mandelson comentou que as negociações se tornaram, até certo ponto, reféns do calendário político dos EUA. “A Campanha para as eleições presidenciais que vão substituir Bush já está em andamento, e é pouco provável que o próximo presidente coloque a Rodada de Doha como prioridade na sua agenda política”, ressaltou. “O novo presidente provavelmente gostará de revisar qualquer compromisso previamente assumido”, completou.

Segundo a representante comercial dos EUA, Susan Schwab, o presidente Bush ainda mantém seu compromisso de fechar um acordo comercial e o apoio bipartidário do Congresso dos EUA quer dizer que ainda existe tempo para aprovar um potencial acordo.

Embora o setor privado possa sentir uma certa frustração com a falta de progresso da Rodada de Doha, as empresas ainda têm muito a ganhar caso um acordo seja fechado e a perder se não for, complementou Mandelson. “Existe um grande valor econômico em manter o atual ambiente aberto na economia global”, afirmou.

Dessa maneira, as empresas precisam superar seu ceticismo e lutar por um acordo bem sucedido, concluíram. “A capacidade de qualquer pessoa de chegar a um acordo por meio dos nossos sistemas políticos depende em grande parte das ações e discursos do setor privado, e se esses responsabilizam seus lideres”, avaliou Schwab.

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