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17/04/2015 - 09:18

‘Intraempreendedor’: perfil profissional da moda pode se transformar em armadilha

O intraempreendedorismo é um conceito que vem sendo muito defendido dentro de grandes corporações. Agora, as pequenas empresas aderiram à esta moda e, muitas delas, estão procurando profissionais capazes de analisar cenários, ter ideias inovadoras e buscas oportunidades de negócios.

Na minha visão, o uso deste conceito na prática seja um equívoco. Por mais que as empresas encontrem esse perfil de profissional, não acredito que elas saberão aproveitar ao máximo suas características.

Assim, após um curto período da contratação, esse colaborador estará desmotivado e será engolido pelas regras rígidas da empresa – afinal, esse modelo exige uma dinâmica diferenciada, o que é muito difícil de encontrar.

O que existe hoje, de fato, são empresas que buscam pessoas que encarem a empresa como se fosse sua, sendo proativas e criativas. Mas, qual a real recompensa para tamanha dedicação? Após anos de dedicação o que o profissional vai levar consigo após ser mandado embora? A resposta é nada.

A tão sonhada estabilidade pode ser afetada na primeira crise que atinja a empresa. Além disso, se o profissional tiver larga experiência e idade avançada, sua vivência não será o principal fator na decisão de mantê-lo ou dispensá-lo, pois costuma ser visto como funcionário caro.

É preciso que as empresas criem políticas reais de incentivo ao empreendedorismo. Se um colaborador é bom o suficiente para criar novos produtos, soluções e ainda possui uma veia empreendedora, ele não deve ser rotulado como o funcionário do ano. A melhor opção seria possibilitar que, por meio de uma spinoff, ele possa se tornar sócio do novo produto ou serviço criado por ele.

Acredito que, a falta de uma Cultura Empreendedora dentro das empresas, faz com que esse funcionário diferenciado seja reprimido pelos pares, pois acham que o mesmo está fazendo de mais e que vai atrapalhar a comodidade diária.

Será que é interessante ser rotulado como o funcionário intraempreendedor e se orgulhar disso? Creio que não. Acredito que paira no ar a impressão de que, quem gosta de ser classificado dessa forma, é o empreendedor pela metade. Aquele que não teve coragem de assumir totalmente os riscos e empreender por si só e fica satisfeito em disponibilizar para a empresa todo seu perfil intraempreendedor.

. Por: Wagner Marcelo, coordenador do grupo de Startups na PUC-SP. É membro do comitê de Investimento e Inovação da FIESP/CAF e sócio-diretor da Intellecta – Centro de estudos avançados. [www.intellecta.com.br].

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