Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

28/04/2015 - 08:59

Anos 70’ retorna neste outono!


Uma das grandes apostas para a meia estação – o outono – são os anos 70. Revisitado, repaginado, reformulado e atualizado. Por mais que nos afastemos de 2014, ainda são vivos na memória social, os acontecimentos de extrema intolerância que marcaram o início de 2015. A humanidade pede: faça amor, mas não faça guerra. A moda revisita a psicodelia, o glam, o boho e a alfaiataria, na tentativa de escaparmos para um lugar melhor do que aqui.

Apesar de toda a modernidade, ainda buscamos os pontos cardeais para moda. No momento ela visita a essência do fazer, da artesania, para podermos transitar por estações, que a cada momento, parecem mais curtas, com coleções cada vez mais longas. O mundo está em um momento em que busca referências para corrigir ou revalidar atitudes. Com a enxurrada de novelas, séries, realitys e block busters é evidente que não conseguimos decidir qual o personagem amamos ou odiamos e muitas vezes mixamos todos eles em um novo eu.

Enquanto a alta costura tenta se materializar através de um artesanal para uma minoria absoluta, a realidade nos fere e nos faz buscar em sonhos antigos as novas referências. O tricô vem com força total se reinventando e saindo do lugar comum, compondo looks totais. Sendo a base para itens como blusas, calças, vestidos, casacos e tudo o mais que a sua imaginação permitir.

A calça caqui com a barra dobrada e a blusa totalmente abotoada faz referência direta ao militar. Essa tendência foi desfilada a exaustão nas semanas de moda internacionais. Aposta da Chanel é o verde militar, já Marc Jacobs revisita o utilitário em seus mini-vestidos. O boiler suit (macacão com modelagem ampla inspirado nos uniformes de pilotos de aviação) se torna uma variável do militar. É a aposta das grifes Sonia Rykiel, Stella Maccartney e A. F. Vandevorst.

O couro continua luxuoso e como aposta da Louis Vuitton. E aí vai a dica: para ser mais luxuoso ainda, usar alternativas ecologicamente corretas, como o couro de abacaxi criado pela empresa Ananas Anam, com o nome comercial de Piñatex.

As amarrações em zigue zague, em silhueta tipo saharienne, como se fossem maxi cadarços, vai do sexy (Givenchy) ao folk (Gucci), mas também é a pitada de tempero para tirar o jeans do básico.

Em uma aposta ousada a Chloé define o camelo (tom da família do caqui) como o preto da estação, usado em look total ou com diferentes tons sobrepostos, indo também para o make. A gola role entra como um excelente coringa para produções modernas e ousadas, sendo base para sobreposição de casacos e coletes, ela pode ser sem manga, de manga curta ou comprida, mas sempre role.

O glam rock retorna, mas a inspiração não são os ídolos e sim as groupies (fãs que buscavam intimidades com seus ídolos). Brilho, listras e casacos longos que vão do lamê aos peludões (Yves Saint Laurent).

Pelo menos quatro dedos das mãos expõem anéis exuberantes, como um soco inglês. Vão-se os anéis fininhos e ficam os dedos com anéis majestosos, como o mostrado pela Dolce Gabana. O acessório mais badalado foi o Obi, inspirado nos quimonos japoneses. É versátil e um excelente exercício de styling que pode tirar a alfaiataria do lugar comum (Alexander Wang, Reinaldo Lorenço, MM6, Marni e Vitorino Campos).

Casacos longos de seda são uma boa opção para aquecer os trópicos (Animale e Dior). A camurça aparece por conta dos anos 70, em acessórios como a mini bag e jaquetas. Com silhueta fora do comum, a Lanvin e a The Row, marca das irmãs Olsen, propõe tons claros em uma modelagem afastada do corpo, em roupas flutuantes. O poncho invade os espaços urbanos com o aval de marcas como Phillip Lim e Emilio Pucci.

O acessório número um da estação ressurge de um hit dos anos 90. A Bucket bag de couro (bolsa saco com fechamento em amarração). O jeans desse outono será escuro (Dolce Gabana, Louis Vuitton, Osklen e Valentino) e aparecerá também em acessórios (Louis Vuitton e Chanel).

A velocidade do mercado está mais rápida do que a da luz. Muitas vezes nos colocando em órbita, possibilitando viajar na velocidade do estilo, do consumo, ou pior, do consumismo. Que tenhamos força para reajustar essa velocidade para uma viagem mais humana, mais adequada para esse planeta, antes que ele se esgote e sejamos impedidos de continuarmos no desfile de belezas naturais que ele nos proporciona.

. Por: Wendell Braulio, professor do curso de Tecnologia em Design de Moda da Anhanguera de Niterói.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira