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30/01/2008 - 09:56

Raios, tecnologia evita mortes e prejuízos

Por conta do desconhecimento da grande maioria dos administradores de empresas, clubes e fazendas, cada vez mais aumentam os danos causados pela incidência de descargas atmosféricas no país. Segundo dados recentes divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), os prejuízos giram em torno de R$ 1 bilhão anuais, sendo R$ 600 milhões só no setor elétrico. Cerca de 60 milhões de raios caem anualmente no Brasil, e em média, cem pessoas morrem por ano, após serem atingidas por raios. Muitos desconhecem, mas já existem no país equipamentos que antecipam a ocorrência de raios e ajudam na prevenção.

A Ag Solve, empresa especializada em monitoramento ambiental, possui equipamentos que fazem este tipo de trabalho, prevenindo e alertando sobre a ocorrência de raios. O Storm Tracker, por exemplo, mostra informações sobre os raios que caem dentro de uma área de 1 quilômetro. Composto por uma antena, o equipamento pode ser instalado em uma torre ou telhado. Os dados são enviados para uma placa de captura em um computador com o software do equipamento instalado, que aponta em um mapa onde ocorreram os raios. Já o LD-250, além de estimar a distância do sinal de força recebido, anuncia tanto uma descarga atmosférica próxima, quanto uma severa. Se uma descarga é detectada próxima ou excede o limite presente, o som do alarme interno recebe a informação e ativa o alarme dos computadores em um arquivo de notificação. E o EFM-100, faz o monitoramento num raio de 40 quilômetros. Quando o campo eletromagnético é modificado por uma descarga elétrica, o aparelho capta e manda os dados para o computador, registrando que haverá incidência de raios na região monitorada, determinando que o local está perigoso e com probabilidade de tempestade.

Tempo de raios e monitoramento - Nesse período do ano é necessário ficar atento principalmente com a ocorrência dos raios durante as atividades fora de casa e os trabalhos realizados em campo aberto, como em campos de futebol, praia, piscina, clubes de campo e de golf. “O monitoramento de raios em locais de campo aberto, onde há presença constante de pessoas, como na prática do golf, por exemplo, é indispensável”, afirma o Supervisor do Departamento de Golf do Clube de Campo de São Paulo, Mário Yada, que acrescenta, “ainda mais nesta época do ano em que os sócios jogam mais e ficam até mais tarde, por conta do horário de verão. Além disso, a incidência de raios é bem maior”.

Pensando na segurança de todos, desde 2006 o clube possui o equipamento Storm Tracker da Ag Solve. Uma antena conectada ao computador, que permite a visualização da direção e localização da descarga atmosférica, sendo possível detectá-la num raio de até 480 km de distância, com registro dos dados em tempo real, no próprio mapa do local monitorado. O dispositivo tem dois alarmes embutidos: um que avisa sobre descargas próximas e outro que alerta sobre descargas severas, quando o número de descargas atmosféricas por minuto excede o limite presente. Segundo Yada, assim que o equipamento detecta perigo, a sirene do clube é acionada e todos os jogadores e sócios têm que retornar para a sede ou deslocarem-se para algum local coberto, como os quiosques no campo. “Os sócios gostaram muito quando souberam do equipamento, acharam uma medida muito boa”. Além disso, há uma circular interna que avisa sobre os perigos dos raios.

No caso do golf, os perigos são ainda maiores, pois os participantes além de estarem expostos numa área aberta utilizam tacos que, em sua maioria, são feitos de metal – material com alto potencial para atrair as descargas atmosféricas. Mário Yada explica que o risco é tão grande que existe até uma regra no golf que permite ao jogador deixar o campo durante o jogo, se sentir que há eminência de raio.

O supervisor também conta que o detector da Ag Solve foi comprado depois que em uma área externa, na região, teve uma pessoa atingida por raio, e também a queda de várias árvores - 6 eucaliptos e 1 pinheiro – mesmo com pára-raios instalados. “Antes disso, nosso monitoramento era feito somente visualmente, agora, para evitar problemas maiores, além de visual ele é computadorizado, diário e constante. E quando há queda de energia, soltamos rojão para alertar o pessoal”.

O fenômeno - As descargas atmosféricas são fenômenos elétricos, que embora complexos podem ser descritos, de forma sucinta, como originários da neutralização de cargas elétricas. “As nuvens são grandes máquinas eletrostáticas, que provocam a separação das cargas elétricas positivas e negativas existentes na atmosfera. Essas cargas, assim separadas, ao atingirem determinados valores tendem a se neutralizar repentinamente com a formação de correntes elétricas de milhares de ampères e com curtos intervalos de tempo, da ordem de microsegundos. Essas correntes podem ocorrer tanto no interior das nuvens, como entre nuvens e entre a nuvem e a terra”, explica o professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Escola de Engenharia de São Carlos e Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo (USP), Ruy Alberto Corrêa Altafim. Os raios são fenômenos especialmente preocupantes para os sistemas elétricos. “Eles são de grande intensidade e podem atingir os sistemas elétricos diretamente ou induzir sobretensões perigosas por campos eletromagnéticos. Quando os sistemas elétricos, redes de transmissão, de distribuição ou equipamentos a elas conectados são atingidos por raios ou são eletromagneticamente afetados, as tensões normais são repentinamente elevadas a valores normalmente não suportáveis pelos equipamentos ou pelos elementos das redes, podendo danificá-los. Para minimizar esses efeitos, são projetados diferentes sistemas de proteção, que asseguram maior ou menor proteção dependendo de seu custo”, explica ele.

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