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29/04/2015 - 08:16

Unidade Embrapii CPqD e Prysmian vão desenvolver microcabos ópticos no Brasil

Nova tecnologia visa facilitar a implantação e expansão de redes de telecomunicações no país.

Campinas (SP)—O enterramento das redes de telecomunicações tem sido uma meta principalmente nas grandes cidades brasileiras, empenhadas em reduzir a poluição visual causada pelo emaranhado de fios que disputam espaço— por sinal, já saturado — nos postes das distribuidoras de energia elétrica. Por outro lado, a escavação de valas nas ruas e avenidas, para a instalação de cabos convencionais de fibra óptica, costuma causar transtornos ao trânsito e à circulação de pedestres nessas vias.

Com o objetivo de facilitar a implantação de redes de telecom—e, assim, atender à crescente demanda das operadoras, novas ou já existentes—, a Unidade Embrapii CPqD - Comunicações Ópticas e a Prysmian estão firmando um acordo de cooperação tecnológica visando desenvolver no Brasil microcabos ópticos a serem instalados em microdutos, pelo processo de sopramento. O projeto terá 18 meses de duração e envolve também o uso de recursos da Lei de Informática, além dos oriundos da Embrapii— Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, organização que tem a finalidade de fortalecer a capacidade de inovação do país, por meio da cooperação tecnológica entre instituições de pesquisa e desenvolvimento e empresas do setor industrial, em áreas de competência específicas.

“O microcabo a ser desenvolvido neste projeto, incluindo sua metodologia de instalação, representará um grande avanço para a viabilização da construção de novas redes de acesso sob condições adversas”, afirma Alberto Paradisi, vice-presidente de Pesquisa e Desenvolvimento do CPqD. Ele explica que a participação do CPqD no projeto será, principalmente, de apoio ao desenvolvimento do microcabo e de validação dos protótipos, além do desenvolvimento dos procedimentos de ensaios laboratoriais a serem utilizados na certificação da Anatel e da realização de um teste piloto em campo (na rede de uma operadora).

A Prysmian, além do desenvolvimento conjunto com a Embrapii, será responsável pela fabricação dos microcabos, de acordo com os requisitos técnicos especificados em conjunto com o CPqD. “Usaremos nosso know how, como a maior fabricante de cabos ópticos do mundo, no desenvolvimento de mais esta tecnologia, que promete revolucionar o mercado de telecomunicações”, declara Reinaldo Jeronymo, diretor Comercial de Telecom da Prysmian para América do Sul.

Flexibilidade e redução de custo —O microcabo óptico terá o núcleo altamente compactado, apesar de acomodar a mesma fibra óptica dos cabos atualmente disponíveis no mercado. Um cabo óptico com 288 fibras, por exemplo, hoje tem aproximadamente 18 milímetros de diâmetro; enquanto o microcabo, com o mesmo número de fibras, deverá ter 11,5 milímetros no máximo. Essa compactação permitirá o melhor aproveitamento do espaço, de modo a atender maior número de operadoras de telecom ou eventuais necessidades de expansão das redes existentes.

Uma das principais vantagens dos microcabos ópticos é a instalação em microdutos, que requerem valas de tamanho reduzido, cuja escavação dispensa a necessidade de obstrução das vias públicas. “É um sistema menos invasivo do que a tecnologia convencional, pois a microvala consiste em um corte na pavimentação de aproximadamente 3 cm de largura por 30 cm de profundidade”, enfatiza Ricardo Zandonay, gerente de Desenvolvimento de Tecnologia do CPqD. “A instalação é rápida, não deixa resíduos e a recuperação do pavimento é realizada imediatamente após a acomodação do microduto”, acrescenta.

Um dos desafios da nova tecnologia está na instalação dos microcabos nos microdutos. Como suas dimensões (diâmetro) são menores, não é possível usar a técnica convencional de instalação, em que o cabo óptico é puxado dentro do duto. Porém, o núcleo altamente compactado e as características mecânicas do microcabo óptico favorecem seu sopramento dentro do duto - o que é feito com o auxílio de equipamentos específicos dotados de compressores de ar.

Para a Prysmian, a implantação de um sistema de microcabos e microdutos apresenta custo menor - em termos de infraestrutura, de cabos e de recuperação do pavimento -, maior flexibilidade e tempo de execução reduzido, em relação à tecnologia convencional de cabos ópticos - em que, em boa parte dos casos, o custo de implantação é cerca de 40% menor do que o de uma rede óptica convencional, afirma Valeria Garcia, diretora de Pesquisa e Desenvolvimento.

O projeto que o CPqD - como Unidade Embrapii na área de Comunicações Ópticas - e a Prysmian vão desenvolver envolve todos os elementos da rede de microcabos ópticos, bem como o domínio dos processos e os testes para validação dos protótipos.

Unidade Embrapii CPq—DO CPqD foi credenciado como Unidade Embrapii na área de Comunicações Ópticas em outubro de 2014, como resultado de mais de 30 anos de atuação no setor. Por sua vez, a Embrapii é um modelo novo de atuação que proporcionará maior agilidade nas fases de elaboração, aprovação e execução dos planos de trabalho, de modo a responder às demandas da indústria de forma rápida e eficiente. Os projetos de P&D&I do CPqD têm por objetivo a transferência das tecnologias desenvolvidas e a geração de diferenciais competitivos para a indústria nacional de alta tecnologia. Esses diferenciais favorecem a disputa no mercado nacional e internacional de telecomunicações, além da incorporação de maior conteúdo tecnológico em produtos, serviços e processos das empresas.

As competências da Unidade Embrapii CPqD - Comunicações Ópticas permitem apoiar projetos em parcerias com empresas fabricantes de equipamentos, dispositivos, sensores e meios físicos para comunicações ópticas (fibras ópticas, cabos ópticos, entre outros).

Grupo Prysmian—Com faturamento de aproximadamente € 7 bilhões em 2014, o Grupo Prysmian conta com 19 mil colaboradores, 91 fábricas e está presente em 50 países, com 17 centros de Pesquisa e Desenvolvimento na Europa, Estados Unidos e América do Sul.

Com três unidades de negócio – Energia (cabos aéreos, terrestres e submarinos para a transmissão e distribuição de energia elétrica), Telecomunicações (cabos e fibras ópticas para transmissão de dados, imagem e voz e cabos convencionais em cobre) e Petróleo (Umbilicais, Dutos Flexíveis de Produção e Cabos Especiais para plataformas e bombas submersas), o Grupo Prysmian está presente em todos os continentes.

No Brasil, com 25% de market share, a empresa possui oito unidades fabris localizadas em Santo André e Sorocaba (quatro fábricas), em SP, Joinville, em SC, Vila Velha e Cariacica, no ES, além de dois centros de Pesquisa e Desenvolvimento. Conta com mais de 1.700 funcionários que são responsáveis pela produção de aproximadamente 80 mil toneladas de cabos por ano.

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