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Um alerta ao aposentado de amanhã

A discussão em torno da reforma da Previdência ainda não despertou o interesse de quem vai ser atingido diretamente pelas propostas formuladas em Brasília. A maior parte dos adultos com idade entre 30 e 40 anos não se deu conta de que os impactos dessas mudanças cairão sobre seu colo, sobretudo no que diz respeito à idade mínima para deixar o mercado, que deve ser ampliada, e a criação de um índice para o reajuste das aposentadorias. Infelizmente, esses milhões de trabalhadores só terão a noção das mudanças em gestação quando começarem a requisitar o benefício, em duas ou três décadas.

O Brasil possui atualmente 17 milhões de aposentados, ou seja, quase 10% da população. O governo não tem mais condições de financiar os vencimentos desse contingente se não fizer mudanças na legislação atual. Em 2006, o rombo do setor teve um impacto de R$ 43 bilhões aos cofres públicos, uma cifra impressionante que precisa ser controlada para que o sistema não se torne inviável.

Com o crescimento da expectativa de vida da população, torna-se impossível fugir do óbvio: o trabalhador terá de se aposentar cada vez mais tarde para desonerar as contas do Estado, ou os governos federal, estaduais e municipais têm que encolher, diminuindo os desperdícios para pagar decentemente seus trabalhadores aposentados, que ajudaram a construir o Brasil.

Em 2030, o brasileiro viverá, em média, até os 78 anos, quase seis anos a mais do que atualmente. Quem possui condições, pode aderir aos planos de previdência privada disponíveis no mercado. Mesmo assim, deve prestar atenção e avaliar todas as projeções para não ter nenhuma surpresa no futuro, quando for o momento de começar a retirar o dinheiro. É uma decisão que tem de ser tomada, nem que seja para começar com uma pequena contribuição mensal, que possa complementar sua renda mais tarde e em uma instituição financeira confiável.

Não se pode ignorar as perspectivas de crescimento populacional das próximas décadas. Assim como ocorre em outras partes do mundo, a expectativa de vida cresce motivada principalmente pelos avanços da medicina. Tudo indica que esses avanços sejam ainda mais significativos com o decorrer do tempo, sobretudo na área da Genética.

No último mês, gastou-se muita tinta e papel para tratar de uma reforma séria na Previdência pública. Infelizmente, não se chegou a um consenso. Ao contrário. A discussão se resume apenas ao reajuste no salário mínimo, que passa longe daquele recebido pelos parlamentares, mas tem impacto imediato nas contas públicas. Até agora, porém, a impressão que se tem é que as mudanças se concentrarão somente no corte de gastos propiciado por censos e revisão de aposentadorias.

A celeuma gerada pelo aumento auto-concedido pelos deputados demonstra que nossa sociedade não vive tão alienada quanto se costuma dizer por aí. Até por isso, os adultos que hoje se encontram na faixa etária dos 30 aos 40 anos devem fazer valer sua força nesse debate pela reforma da Previdência. Afinal, serão eles os grandes beneficiados, ou prejudicados, pelas alterações discutidas atualmente, e que poderão vir a ser implementadas num futuro próximo.

. Milton Dallari é consultor empresarial, engenheiro, advogado e presidente da Associação dos Aposentados da Fundação Cesp. O e-mail para contato é o [email protected] .

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