Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

30/01/2008 - 10:09

Riscos regulatórios serão os principais desafios para empresas em 2008, diz Ernst & Young

Conclusão é de estudo elaborado pela Ernst & Young, que aponta os dez maiores riscos a serem enfrentados pelas organizações. Choques financeiros globais estão entre os destaques.

Em 2008, grande parte das companhias em todo o mundo deve continuar voltando seus maiores esforços em gestão estratégica de riscos para o alinhamento de suas atividades com as questões regulatórias e de compliance (cumprimento regulatório), principalmente em um cenário que se mostra cada vez mais globalizado. Este será, inclusive, o desafio mais significativo para as organizações, de acordo com o relatório Strategic Business Risk: The Top 10 Risks for Global Business in 2008, elaborado pela Ernst & Young em associação com a Oxford Analytica, empresa de consultoria internacional. O estudo aponta os dez maiores riscos em 2008 e as principais ameaças nos próximos cinco anos em 12 segmentos de negócios.

Os choques financeiros globais, como o ocorrido em razão da retração de crédito no mercado imobiliário norte-americano neste ano, também encabeçam a lista dos riscos que podem comprometer a competitividade – e até mesmo a sobrevivência – de empresas dos mais variados setores. De acordo com a pesquisa, são poucos os segmentos que não sofreriam os impactos de um grande choque financeiro mundial. E o caso do mercado imobiliário dos Estados Unidos é uma prova real de quão contagioso tal choque pode ser em escala global.

Ainda fazem parte do ranking a escassez de mão-de-obra especializada e a incapacidade para capitalizar o crescimento dos mercados emergentes - dos quais também faz parte o Brasil-, além de outros seis riscos que podem ser cruciais para o mundo empresarial nos próximos 12 meses. “No estudo, demonstramos que os riscos estratégicos de negócios não são os mesmos para todas as empresas – eles podem ser macros, setoriais ou até operacionais – e, além disso, não têm igual impacto em todos os setores”, esclarece Antônio Vita, líder da área de Risk Advisory Services da Ernst & Young. “Toda organização deve ter os riscos estratégicos de negócios em seu ‘radar’. Cabe a elas identificar onde se encontram os maiores riscos e, a partir daí, definir a maneira como lidará com eles. Ignorá-los não é uma alternativa”, ressalta.

Segundo o executivo, é importante lembrar que os dez principais riscos de negócio mencionados no estudo também se aplicam às organizações brasileiras. O Brasil vive momento de expressivo crescimento econômico e a maior parte das grandes empresas do País possui significativos projetos de investimentos sendo realizados ou em fase de planejamento. Vita faz um alerta: diversos dos fatores de riscos identificados no estudo são críticos para o sucesso desses investimentos. “Assim, torna-se altamente recomendável que as empresas adotem mecanismos eficazes para a gestão de seus riscos”.

A pesquisa identifica um número de passos-chave que devem ser seguidos para mitigar as ameaças impostas por esses riscos. “É muito importante, por exemplo, ter em mente a origem dos riscos e atentar não apenas para aqueles de naturezas regulatória e financeira, mas para a totalidade do ambiente em que se atua”. Vita defende ainda que a empresa conduza uma avaliação anual de riscos e elabore um planejamento de cenário para então definir a melhor estratégia para enfrentar possíveis situações adversas. “As organizações devem estar certas de que têm um monitoramento efetivo de seus controles de processo para assim antever a iminência de riscos”.

Sustentabilidade - Assunto que está em pauta nas empresas de todo o mundo e que deve ganhar força nos próximos anos, a sustentabilidade - e os riscos associados a seus aspectos econômico, social e ambiental - deve merecer atenção especial e redobrada no mundo corporativo em 2008, segundo avaliação de Antonio Vita. O diretor afirma que, na questão econômica, a avaliação de risco deve visar ao desempenho econômico de forma a demonstrar o fluxo de capital para os diferentes stakeholders e também os principais impactos econômicos da organização sobre a sociedade como um todo. “O desempenho econômico de uma empresa é fundamental para que sua base para a sustentabilidade seja compreendida”, diz o executivo.

No aspecto social, devem ser avaliados os riscos associados ao comportamento das comunidades e às maneiras como são geridas e mediadas as interações da organização com outras instituições sociais. Nesse caso, os riscos envolvem princípios e direitos fundamentais do trabalho, participação na elaboração de políticas públicas, práticas de monopólio e conformidade com leis trabalhista e ambiental. Já na área ambiental, é preciso gerir os riscos ambientais inerentes aos processos produtivos com foco nos sistemas de gestão. “Antes que estes se tornem um passivo ambiental”, ressalta Vita.

Para o diretor de Enterprise Risk Management da Ernst & Young, Jorge Azevedo, de uma maneira geral, a quantificação financeira por meio de técnicas de projeção dos riscos passa a ser um componente substancialmente eficaz na definição e priorização dos investimentos em ações para mitigação dos riscos.

Uma tendência também observada cada vez mais entre as empresas é a quantificação analítica dos riscos e suas correlações. Trata-se de uma excelente ferramenta para oferecer suporte a decisões de negócios e de investimento, proporcionando transparência sobre o grau de exposição aos riscos e permitindo, por exemplo, o monitoramento de falhas originadas por risco operacional e o acompanhamento da volatilidade dos resultados financeiros.

O uso desse recurso permite atingir um novo patamar de gestão, em que os executivos deixam o “mundo determinístico” e passam a tomar decisões com a perspectiva de um “mundo probabilístico”. “Em vez de acompanharem os valores rígidos dos orçamentos, os executivos passam a perceber quão provável seria atingir uma determinada meta, ganhando assim proatividade e poder de reação e antecipação aos riscos”, explica Azevedo.

Azevedo reforça ainda que os riscos – e também a percepção deles – mudarão constantemente. “Daí vem a importância de um olhar amplo para todos os riscos. Não somente para os riscos críticos de hoje, mas também para os que rapidamente podem se tornar decisivos”. Situações de riscos para alguns podem significar grandes oportunidades para outros. “Não são os riscos que causam prejuízos ou criam novas possibilidades, mas sim a maneira como se reage a eles”, explica.

O relatório Strategic Business Risk: The Top 10 Risks for Global Business in 2008 foi elaborado após realização de entrevistas com 70 analistas de todo o mundo com abordagem de 20 temas que delineiam o ambiente de negócios atualmente, incluindo legislação, finanças, geopolítica, regulamentação, economia, demografia, medicina, entre outros.

. Dez Principais Riscos para os Negócios em 2008.: 1 - Riscos regulatórios e de compliance | 2 - Envelhecimento de consumidores e da força de trabalho | 3 - Choques financeiros globais | 4 - Mercados emergentes | 5 - Consolidação / Transição industrial | 6 - Choques de energia | 7 - Execução de transações estratégicas | 8 - Custos de inflação | 9 - Radical Greening (pressões causadas pela crescente preocupação com questões ambientais) | 10 - Migrações de demandas dos consumidores.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira