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13/05/2015 - 07:53

Inmetro inicia produção de materiais de referência de drogas ilícitas

Substâncias puras sintetizadas ou altamente purificadas são transformadas em padrões internacionalmente reconhecidos e poderão ajudar na solução de crimes com custo e prazos menores.

O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) em parceria com o Ministério da Justiça começou a produzir Materiais de Referência Certificados (MRCs) para drogas de abuso com elevada pureza como, por exemplo, a cocaína. O MRC é um padrão de análise da mais alta confiabilidade metrológica utilizado para calibração, controle de qualidade, validação de métodos e determinação da exatidão dos resultados.

As investigações criminais ganharão força com a análise de drogas que utilizem um MRC, já que é uma ferramenta essencial para as metodologias de análise de drogas de abuso e que contribuirá para se chegar a um resultado preciso e inequívoco. O Inmetro também está produzindo MRCs para identificar traços de impurezas, presentes nas drogas apreendidas, permitindo o estabelecimento do perfil químico da droga que, quando devidamente analisado e interpretado, colabora robustamente com o processo investigatório por permitir traçar a rota do tráfico de uma determinada droga, havendo a possibilidade, inclusive, de se determinar a origem geográfica da droga. Instituições que atuam na área forense, como as polícias civil e federal, os Institutos de Criminalísticas (IC) , Institutos Médicos Legais (IML) e até mesmo as universidades, por exemplo, serão alguns dos beneficiados com a produção de MRC pelo Inmetro, pois o uso dos MRCs de alta pureza permitira a geração de resultados com o máximo de confiabilidade e o mais elevado rigor metrológico, além de prazos e custos menores.

Atualmente, os MRCs de drogas só são adquiridos via importação, tornando o processo mais caro e demorado, além da grande burocracia que se enfrenta para se conseguir as autorizações necessárias para a aquisição destes tipos de materiais. A partir da produção feita pelo Inmetro, será feita uma economia considerável pelos laboratórios acreditados. “O processo judicial envolvendo drogas de abuso frequentemente requer perícia, o que gera um laudo pericial, que constitui prova que será analisada pelo juiz. O laudo pericial pode ser contestado na justiça, caso haja alguma dúvida quanto ao resultado alcançado nas análises químicas, por exemplo, quando não se utiliza um MRC”, explica Rodrigo Borges, Pesquisador em Química Forense do Inmetro.

Capacitação—Por meio de um projeto de cooperação internacional, pesquisadores do Inmetro trabalharam, durante três meses, no Instituto Nacional de Metrologia da Austrália (NMI, na sigla em inglês), referência mundial na produção de MRCs de drogas de abuso. “A partir do conhecimento que adquirimos, da abordagem que desenvolvemos e dos métodos aqui desenvolvidos, agora o Inmetro está capacitado para produzir, em um curto espaço de tempo, padrões analíticos de praticamente qualquer droga, incluindo o flunitrazepam, usado no golpe conhecido como ‘boa noite, cinderela’”, afirma Rodrigo.

O MRC, na prática, é um pequeno frasco, que contém cerca de 10 a 50 mg da droga purificada ou sintetizada, devidamente caracterizada quanto à sua composição e grau de pureza pelas mais sofisticadas técnicas analíticas, além de ter passado por estudos de homogeneidade e estabilidade. “A amostra de cocaína, por exemplo, apresenta aproximadamente 98,5 % de pureza”, explica o pesquisador do Inmetro. O Inmetro está articulado com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que os MRCs possam ser disponibilizados aos seus devidos usuários assim que os primeiros exemplares estiverem disponíveis, o que está previsto para acontecer no segundo semestre deste ano.

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