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14/05/2015 - 07:50

ECMO aumenta sobrevida de pacientes com falência cardiorrespiratória

Impulsionada pelos resultados clínicos nos casos da pandemia de gripe suína (H1N1) em 2009, a Oxigenação Por Membrana Extracorpórea, conhecida por ECMO, é uma técnica que fornece suporte circulatório e respiratório para o coração e pulmões de pessoas que estão com esses órgãos comprometidos.

Trata-se de um circuito fechado que substitui a função dos pulmões, enquanto se aguarda a recuperação do órgão. O sangue é drenado pelo equipamento que através de uma membrana artificial, permite sua oxigenação para, em seguida, ser impulsionado novamente para o corpo do paciente, ajudando o coração.

A ECMO antes era considerada uma técnica usada apenas como último recurso para salvar a vida do paciente com falência cardiorrespiratória. Entretanto, nos dias de hoje, com o avanço da tecnologia e a simplificação dos aparelhos, a facilidade em fazer sua instalação permite que o procedimento seja realizado em praticamente qualquer área do ambiente hospitalar.

No Brasil, 80% dos pacientes com falência cardíaca e respiratória vão a óbitos. Com a realização da ECMO, a expectativa é que 60% desses casos agudos sobrevivam. Apesar da alta complexidade, muitas vezes é a única alternativa de sobrevida para esses pacientes.

No país, existem atualmente quatro centros de ECMO registrados na ELSO (Extracoporeal Life Support Organization), sendo o Hospital Israelita Albert Einstein um deles. Na América Latina, os números totais de centros (vinculados ou não à organização) somam 15; um número muito baixo para atender a demanda da população.

Os índices de sua aplicação e sobrevida em bebês fez com que fosse muito usada nesta faixa etária, durante muitos anos. No entanto, este cenário foi mudando e o índice de sobrevida em adultos cresceu com os avanços da medicina e a ECMO há muito deixou de ser usada como último recurso apenas nas UTIs neonatais e pediátricas.

“Quanto mais cedo você colocar um doente que precisa em ECMO, maiores as chances de sobrevida. Hoje em dia, na população pediátrica, os índices ficam ao redor 70% e no adulto, entre 55% a 60%. Quando o caso é respiratório no adulto, as chances sobem bastante e são de 80%”, explicou o Dr. Gustavo Calado A. Ribeiro, cirurgião cardiovascular, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Os altos índices de sobrevida em recém-nascidos se devem ao fato de que, ao contrário dos adultos, eles não sofrem de outros problemas como diabetes, pressão alta, obesidade etc. Por conta disso, passam pelo procedimento apenas para se recuperar daquele problema específico e, com isso, acabam tendo uma recuperação muito melhor.

Com o avanço tecnológico, de materiais nas membranas e tubos da máquina, o aparelho que antes tinha um tamanho considerável, acabou sendo reduzido e passou a ter as dimensões de uma mochila. Essa modernização também ocasionou uma queda no preço. O médico exemplifica que, “existem diversos estudos nacionais e internacionais que mostram que o preço gasto para instalar a ECMO é o mesmo que se não instalasse. Porque o valor pago pela máquina é compensado pela recuperação mais rápida do paciente, que acaba ficando menos tempo internado”. Essa equivalência de preços está conseguindo fazer com que os hospitais vejam a técnica com outros olhos e já comecem a buscar por ela e especialistas na área.

O Dr. Gustavo Calado A. Ribeiro será um dos palestrantes no evento VIII ISICEM — LA (International Symposium on Intensive Care and Emergency Medicine for Latin America), capítulo latino-americano do tradicional evento anual realizado em Bruxelas – considerado um dos melhores simpósios de terapia intensiva do mundo. O encontro será de 17 a 20 de junho, no Hotel Transamérica, em São Paulo.

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