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31/01/2008 - 11:38

Porque o Brasil não pode crescer a uma taxa contínua de 5% ao ano

O Brasil não pode crescer continuamente a 5% ao ano porque o país correria o risco de, em três anos, sofrer um apagão logístico. O país não possui infra-estrutura adequada para sustentar esse crescimento, embora tenha potencial para crescer a taxas até superiores. Os gargalos logísticos são âncoras pesadas e o Programa de Aceleração do Crescimento é tímido no combate às principais deficiências do país, que se concentram em quatro setores:

Energia elétrica: a oferta precisa crescer nos próximos três anos à taxa de 7% ao ano. Hoje o Brasil produz 100 mil megawatts e precisará, durante a próxima década, ampliar a oferta em 40%, sem contar a necessidade de ampliação das linhas de transmissão. As obras de 20 usinas hidrelétricas já licitadas estão paralisadas ou sequer iniciaram por causa do conflito ambiental. Estas usinas deveriam entrar em funcionamento até 2012 e gerariam 4.055 megawatts, 10% da necessidade estimada de aumento da oferta para a próxima década.

Transportes: o sistema de transporte brasileiro é perigosamente dependente do modal rodoviário, que responde por 60% de toda a carga transportada no país. Essa situação é cada vez mais preocupante por causa do envelhecimento da frota, participação cada vez maior de autônomos que não se remuneram adequadamente (e geram a primeira variável) e das péssimas condições das estradas.

Portos: Existem no Brasil 32 portos marítimos, que concentram 95% do comércio internacional, mas o país sofre com a desestrutura desses, que há décadas não recebem investimentos suficientes em modernização e aumento de capacidade. A Lei da Modernização dos Portos, de 1993, não conseguiu reverter este quadro. A privatização não foi capaz de, sem um Programa Nacional de Modernização Portuária, resolver os problemas dos portos, embora seja apontada como uma saída para o setor.

Gastos públicos: os governos feral, estaduais e municipais precisam anunciar um amplo programa de contenção do gasto público, que passaria pela fixação de um limite para os gastos com o funcionalismo, como forma de melhorar sua eficiência financeira e “gerar” recursos para investimentos.

O Brasil, hoje, não pode crescer a uma taxa constante de 5% ao ano porque não está preparado. O dever de casa não vem sendo feito há décadas, com o abandono dos planos de gestão estratégica.

. Por: Riley Rodrigues de Oliveira, economista, mestrando em Engenharia de Produção pela Coppe/UFRJ, escritor, jornalista e palestrante. | Contatos: [email protected]

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