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01/02/2008 - 10:35

Reciclar livros e trocar conhecimento

Uma das alternativas que pais e instituições de ensino têm encontrado para poupar as despesas é a prática da troca de livros. No entanto, além de economia, ela representa sustentabilidade e incentivo à leitura.

Entre impostos, férias e despesas que se acumularam com as comemorações de fim de ano, a lista de material escolar é um dos itens que mais pesa no orçamento. Tanto pela diversidade de canetas, mochilas e cadernos, quanto pelo aumento de preços no segmento. Segundo pesquisa da Federação de Comércio do Estado de S. Paulo (Fecomércio), em comparação ao ano passado, os livros didáticos sofreram um aumento de 3,85%, e todo o segmento de material escolar, de 5,87%.Para poupar os gastos com a compra de material escolar os pais têm buscado alternativas que vão além da pesquisa de preço e da restrição de itens.

No Colégio Pio XII, em São Paulo, a mãe Carolina Itiberê, apresentou à diretoria a proposta do projeto Bibliotroca. O Colégio abraçou a idéia e há cinco anos os alunos e pais podem efetuar a troca de livros – didáticos, para didáticos, consumíveis e não consumíveis, de categorias diversas – por intermédio da biblioteca. A regra é simples e não há burocracia, o aluno pode doar e retirar qualquer título durante todo o ano letivo, embora seja no começo e no fim dele que o fluxo aumenta.

Carolina conta que "a compra de material didático é sempre um gasto muito grande para os pais. Além disso, aqueles livros raramente serão utilizados novamente após o ano letivo. É um investimento na educação e não na aquisição da obra em si, que fazemos com a compra. Se podemos compartilhar esses livros não há porque mantê-los ou o que é ainda pior jogá-los no lixo. Com a 'Bibliotroca', nós, pais, economizamos e nossos filhos aprendem a dar valor ao investimento que fazemos em sua educação".

Assim como Carolina, a mãe Márcia Cyrino é adepta da troca de livros e para ela o benefício financeiro já chegou a somar R$ 1.000, 00 por ano. "Hoje eu reciclo, em média, 80% do material didático que compro todos os anos. Alguns livros ficam intactos e medidas como esta são muito importantes para que haja uma ordem prática em nosso cotidiano."

O projeto da ‘Bibliotroca’ ainda inclui um programa educativo em que os alunos, pais e professores recebem dicas sobre a importância de cuidar do livro, o significado da troca e os cuidados que se deve ter para conservá-los. Ainda assim, ao chegar à biblioteca, todos os títulos passam por uma manutenção, para que cheguem às mãos do próximo aluno em boas condições. Para o aluno que efetua a doação e não tem interesse em nenhum outro para retirar a biblioteca oferece um banco de créditos com prazo indeterminado.

No entanto, o conceito da ‘Bibliotroca’ perpassa os limites da economia, pois está alinhado à política de sustentabilidade e à formação cidadã que o colégio prioriza entre seus pilares. Daniel Brito, vice-diretor administrativo do Colégio, acrescenta que, "nós adotamos o projeto porque vimos nele uma forma de incentivar os alunos a cultivar o livro, ou seja, a cultura. Outra vantagem é que com acesso aos livros facilitado a ‘Bibliotroca’ estimula, consequentemente, a leitura".

Analogamente, quando o assunto é leitura, o Brasil apresenta índices muito inferiores em relação a outros países. Dos mais de 189 milhões de brasileiros, apenas 26 milhões são considerados leitores ativos, e estes lêem, em média, 1,8 livro/ano, segundo a última pesquisa da Câmara Brasileira do Livro (CBL). Promover a leitura é sinônimo de promover a diversidade sociocultural, a inclusão social, além da geração de trabalho, emprego e renda.

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