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30/05/2015 - 08:08

Tecnologia a favor da redução do consumo de energia

Na data em que comemoramos o Dia Mundial da Energia, em 29 de maio, chamo a atenção para um fato importante no Brasil no que se refere ao consumo de energia elétrica e sua distribuição. Com o aumento das tarifas, o consumidor começou a ficar mais atento ao seu cotidiano, descobrindo formas de economizar energia.

O setor privado também tem encontrado na tecnologia soluções sustentáveis para reduzir o consumo de energia. O Brasil está bastante avançado no que diz respeito às tecnologias disponíveis no mercado.

É o caso de edifícios em grandes centros urbanos. Esses empreendimentos supõem um impacto enorme para o meio ambiente e são responsáveis por 40% do consumo de energia. Entretanto, são parte fundamental da nossa sociedade, já que passamos uma média de 90% de nosso tempo dentro deles. Hoje já existem tecnologias que asseguram o uso eficiente das instalações e que permitem a monitorização e controle em tempo real para a gestão do uso da energia.

Outro exemplo são as cidades, que estão adotando cada vez mais o conceito de cidades inteligentes em suas infraestruturas. Cito o exemplo de sistemas de iluminação da via pública que incluem lâmpadas de baixo consumo, programação e intensidade adaptada, controle remoto em tempo real, entre outras ferramentas importantes.

No entanto, sabemos que essa economia não depende só da sociedade. Investimento em infraestrutura e tecnologia em toda a cadeia elétrica é fundamental para evitar perdas, que são geradas no transporte da energia na rede, em fraudes, roubos de eletricidade, erros de medição, entre outras. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), estima-se que as perdas chegaram a 13,5% em 2013 no Brasil.

Embora essa discussão não esteja frequentemente na pauta de entidades e órgãos reguladores, tenho visto esse cenário como oportunidade para empresas de tecnologia desenvolverem ferramentas e software que contribuam para reduzir as perdas. Por outro lado, já é possível observar uma vontade geral das companhias do setor de energia por alternativas que possam combater esse problema, porém apenas algumas delas já partiram efetivamente para a ação.

Isso acontece, em parte, pelo desconhecimento da própria rede de distribuição. Só se pode melhorar o que é possível medir. É por isso que, enquanto algumas distribuidoras já estão em uma fase avançada, com a incorporação de tecnologias altamente inovadoras e eficazes, a maior parte ainda precisa tomar atitudes básicas que lhes permitam desenvolver um diagnóstico preciso. Não há como negar que o combate às perdas implica, por parte das concessionárias, em investimentos, às vezes elevados, em serviços especializados e tecnologias de ponta.

A tecnologia pode ajudá-las a conhecer melhor sua rede de distribuição, gerar balanços de energia com múltiplas dimensões por níveis de tensão, áreas geográficas e áreas energéticas. Tudo isso por meio da definição de uma plataforma e implantação de sistemas específicos. Vale destacar também que investimentos como esses são recuperados em um ou dois anos, uma vez que o grau de perdas cai cerca de 2% a 4% neste período, dependendo da efetividade da empresa e das tecnologias adotadas.

Certo nível de perdas será sempre inevitável, mas sabendo utilizar o conhecimento especializado e as tecnologias inovadoras que dispomos hoje, este será um desafio cada vez mais gerenciável.

. Por: Hussein Keshavjee, diretor de energia e utilities da Indra no Brasil.

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