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09/06/2015 - 07:40

O A.A. e a dependência alcoólica


Está registrado historicamente que, em todo o mundo, o alcoolista era tratado como um criminoso ou doente mental. A partir do século XVIII o alcoolismo passou a ser considerada uma patologia distinta das demais. A psicoterapia, em especial a hipnose, em certos países da Europa, foi usada no tratamento do alcoolismo. Havia à época, estreitamento intelectual entre o Brasil e a Europa, em especial com a França. Assim, importamos de lá a tradição de tratar o alcoolismo com psicoterapia, sendo utilizada até os dias de hoje.

Nos Estados Unidos, no final do século XIX, o alcoolismo tornou-se um problema de ordem religiosa. Nesse contexto, surgiram várias grupos religiosos que tratavam dos alcoolistas. Entre os anos de 1920 a 1933, nos EUA, criou-se a Lei Seca, diminuindo consideravelmente o número de alcoolistas. Anos depois, nasceram os Alcóolicos Anônimos (AA).

O propósito da criação dos AA deu-se em razão de que o uso abusivo da ingestão alcoólica começou a apresentar sinais e sintomas prejudiciais em americanos; a principio, a níveis físicos e comportamentais, mas, com a continuidade da abusividade alcoólica, posteriormente, alguns apresentavam transtornos mentais.

Nos dias de hoje, quando esses prejuízos podem começar a surgir? Geralmente, quando o individuo passa a beber diariamente ao ponto de prejudicar-se. E o prejuízo pode ir além de sua saúde física e mental, como por exemplo, um motorista de transporte escolar colocar-se em perigo (e de outrem) ao conduzir o veículo alcoolizado. O pedreiro exercer sua atividade laborativa sob efeito de bebida alcoólica, entre outras profissões que requerem atenção e movimentos corporais (psicomotricidade).

A embriaguez pode tornar-se uma situação comum ao ponto de identificar a instalação da dependência química, podendo ser vista a partir dos aspectos: biomédico, genético ou psicossocial. A Organização Mundial de Saúde (OMS) em sua Classificação Internacional de Doenças (CID-10) e de Transtornos Mentais (DSM IV), elaborou definição e normas que devem ser utilizadas como diretrizes diagnósticas desse tipo de comportamento social: “A síndrome da dependência química (alcoolismo), é um conjunto de fenômenos fisiológicos, comportamentais e cognitivos, no qual o uso de uma substância/ou uma classe de substâncias, alcançam prioridade maior para um individuo, dentre outros que antes tinha valor”.

Uma das características dessa síndrome de dependência alcoólica seria o desejo irresistível/incontrolável de consumir a substância (compulsão pelo uso), neste caso, a bebida alcoólica (ou outra droga psicoativa, tabaco, etc.). Você pode então perguntar: Como posso aferir se sou um dependente químico? A CID-10 aponta seis diretrizes para a Identificação. Se três delas ou mais estiverem presentes, um diagnóstico de dependência é confirmado. Quais são elas?

1ª - Forte desejo/compulsão para consumir a substância psicoativa. 2ª – Dificuldade de controlar a vontade de consumir a substância em termos de seu início, término ou nível de consumo. 3ª - Uma síndrome de abstinência quando o uso da substância é interrompido ou foi reduzido. 4ª - Evidência de tolerância, i.e., necessidade de doses maiores para alcançar o efeito desejado. 5ª – Abandono progressivo de prazeres ou interesses alternativos em favor do uso das substâncias. 6ª - Persistência no uso da substância, mesmo tendo consciência clara e evidente de consequências prejudiciais à saúde.

Se você identificou-se com o diagnóstico para a dependência alcoólica (ou de outra droga), saiba que ela é uma doença multifacetada, multidimensional, progressiva e incurável, mas tem tratamento. Um local de inicio para tratar-se é nas reuniões dos grupos de ajuda mútua dos AA. Controvérsias á parte, há mais de 70 anos á serviço de todos e em todos os lugares: “Só por hoje”!

. Por: Eduardo Veronese da Silva , Educador Físico, Bacharel em Direito, Especialista em Direito Militar, Ex-Integrante do Programa de Reabilitação à Saúde do Toxicômano e Alcoolista/PMES. Email: [email protected] | Blogger: www.blogdocapveronese.blogspot.com.br.

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