Angioplastia renal

A angioplastia renal é um tratamento que destrói a placa de gordura – chamada ateroma – através de um cateter provido de um balão em sua extremidade. O objetivo desse procedimento é reduzir a pressão arterial, melhorar e preservar o funcionamento dos rins.

O método é indicado para pacientes com displasia fibromuscular que é uma doença que afeta a camada das artérias renais, causando estreitamento. É responsável por menos de 10% dos estreitamentos das artérias dos rins. Ocorre então uma diminuição da irrigação dos rins, o que pode acarretar um aumento da pressão arterial e um prejuízo do funcionamento dos rins. Logo, a displasia das artérias renais é uma causa secundária e curável de hipertensão arterial. É uma doença que acomete pacientes jovens, sendo mais comum em mulheres, que tem hipertensão e sopro abdominal.

Outra doença que o uso da angioplastia renal é indicada é a aterosclerótica da artéria renal, que compromete as artérias renais por aterosclerose e placas de gordura, causando um estreitamento nas artérias. Mais de 90% dos estreitamentos das artérias dos rins ocorrem por causa dessa doença.

A consequência desse processo é uma diminuição da irrigação dos rins (isquemia renal), fato que pode acarretar um aumento da pressão arterial e um prejuízo do funcionamento dos rins. Acomete pacientes de meia idade ou idosos, com fatores de riscos para aterosclerose (hipertensão arterial, diabetes melito, dislipidemias ou tabagismo). Também é comum que esses pacientes apresentem manifestações clínicas de aterosclerose em outras artérias, como nas coronárias, carótidas ou dos membros inferiores.

Pacientes hipertensos que passam a ter uma pressão arterial mais grave, portadores de sopro abdominal ou evidências de uma disfunção renal (aumento dos níveis de creatinina no sangue), são os mais propensos a desenvolverem a doença.

O diagnóstico definitivo para ambas as doenças é feito através de um ultrassom vascular (ecodoppler das artérias renais), angiotomografia ou arteriografia das artérias renais. O tratamento se dá com medicamentos ou com a angioplastia da artéria renal com implante de um stent. Na displasia fibromuscular o procedimento cura a doença. Já na aterosclerótica da artéria renal, o método é usado para melhorar os níveis da pressão arterial e preservar o funcionamento dos rins.

. Por: Ricardo Brizzi, Angiologista e cirurgião vascular. Fez residência médica em cirurgia vascular na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pós graduou-se em cirurgia endovascular em São Paulo, trabalhou no serviço público nos Hospitais Salgado Filho e da Lagoa, no setor de Hemodinâmica. É membro da Sociedade de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro.