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19/06/2015 - 09:40

Viabilidade de investimento em irrigação de cana-de-açúcar


A importância de se considerar os ganhos indiretos.

Para realizar análise de viabilidade do investimento em irrigação de cana-de-açúcar, além de considerar o custo de instalação, custo de operação e aumento de receita, é importante também considerar os ganhos indiretos propiciados pelo uso desta tecnologia. Os ganhos indiretos mais significativos são: redução do custo de colheita mecanizada, redução do custo de arrendamento, redução do custo de manutenção, redução do custo de renovação de áreas de expansão e redução do custo de transporte.

Antes de detalhar cada um destes ganhos indiretos é preciso compreender o conceito adotado quanto à redução dos custos de arrendamento, manutenção e renovação de áreas de expansão. Tais raciocínios têm sido apresentados às equipes de gestão de usinas, sendo que após análise, discussão e questionamentos, sempre houve concordância e aceite dos mesmos.

À medida que há aumento de produtividade com a adoção da irrigação, proporcionalmente ao incremento de produção alcançado, a usina deixará de arrendar (ou adquirir), implantar, manter e renovar uma determinada área que seria utilizada para se atingir a produção adicional obtida com a adoção da irrigação.

Com base na experiência da implantação do sistema Irriger de gerenciamento de irrigação em mais de 50.000 hectares de cana, acompanhamento das produtividades obtidas ao longo dos anos em diversos projetos com diversas lâminas de irrigação e, também, no desenvolvimento de planos diretores de irrigação em diversas usinas, a Irriger acumulou experiência e resultados, que, serão apresentados a seguir.

Embora ainda tenhamos poucos projetos no Brasil com mais de 05 anos de produção comercial irrigada em larga escala, é possível verificar o que se tem alcançado em termos de aumento de produtividade. Os projetos instalados com a concepção de irrigação com déficit (ou suplementar) em regiões de Cerrado de Minas Gerais, Goiás e Maranhão com sistemas de irrigação com autonomia entre 2 e 4 mm/dia e lâmina anual aplicada entre 200 e 400 mm, observa-se aumento de produtividade entre 25 e 40 toneladas de cana por hectare e por ano , em relação às áreas de produção de sequeiro e ou com irrigação por salvamento. Tal incremento de, pelo menos 34% de produtividade está associado também de uma ampliação da longevidade do canavial em pelo menos 02 cortes.

Este aumento de produtividade varia em função da lâmina diária do projeto, do ajuste do sistema de produção, adotando variedades, adubações de base e de cobertura e outros tratos culturais diferenciados para as áreas irrigadas.

Outro aspecto relevante é o período de corte da cana sob irrigação suplementar. De modo geral, para a distribuição do regime hídrico do cerrado, as áreas de cana irrigada colhidas no início da safra (entre maio e junho) tem ganhos proporcionais menores se comparado às áreas irrigadas por salvamento. Já para as áreas irrigadas e colhidas no meio da safra (julho e agosto) os ganhos proporcionais são intermediários. Os maiores ganhos de produtividade da irrigação de cana-de-açúcar são obtidos em áreas irrigadas e colhidas ao final da safra (setembro em diante), em decorrência dos maiores níveis de déficit hídrico expostos às áreas sob irrigação de salvamento quando colhidas ao final da safra.

Para tornar visíveis a análise dos ganhos indiretos pela adoção da irrigação na cana-de-açúcar, consideremos como cenário básico, uma usina localizada na região do Cerrado, sobretudo em Goiás e Minas Gerais, onde estão localizados atualmente a maioria dos projetos, irrigada por pivôs centrais fixos e com autonomia de lâmina de 3,5 mm/dia. A análise comparará o uso de irrigação por salvamento utilizando carretéis enroladores, versus irrigação com déficit ou suplementar. Os custos de investimento (CAPEX), operação (OPEX), e níveis de produtividade utilizados são os obtidos nos projetos em que a Irriger tem elaborado e também atuado na gestão da irrigação entre os anos de 2007 e 2015. Este estudo foi desenvolvido com várias usinas, tendo os parâmetros checados e ajustados por elas e está sempre em aprimoramento e evolução contínua.

. Por: Hiran M. Moreira, Engenheiro.Agrônomo MSc. Irrigação, Diretor da Irriger e Everardo Mantovani Engenheiro Agrícola PhD Irrigação, Professor Titular DEA-UFV.

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