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02/07/2015 - 09:35

Angola Fashion Week 2015


O Angola Fashion Week 2015 fortaleceu o segmento de moda noite como um dos principais pilares econômicos que movimentam a indústria local de ateliês, mas também coloca o holofote sobre uma nova geração de designers que buscam reconhecimento por um trabalho mais focado no consumidor jovem, investindo num trabalho de vanguarda com foco na alfaiataria esportiva.

Luxo —Nomes expressivos como o de Nadir Tati [a estilista oficial da Primeira Dama de Angola], Fiu Negru [da estilista Mariangela Almeida] e Soraya da Piedade investem nesse segmento, trabalhando em longos vestidos de festa, ora em tecidos nobres, como zibeline, rendas e cetim de seda, ora em tecidos de padronagens africanas modelados ao gosto da exigente cliente do emergente mercado de luxo que se configura na África.

Marcas européias da alta-moda, como Lanvin, Roberto Cavalli e Blumarine, já estão sendo comercializadas nas principais boutiques de luxo de Luanda —DuCarmo, Dresstation e Closet — e desfilam suas coleções mais recentes na principal semana de moda da África.

De acordo com o portal VenturesAfrica.com, que estuda o mercado de luxo na África, em 2014, há 55 bilionários nos 55 países que cruzam o continente. Dados da agência de pesquisa especializada em luxo “New World Wealth” apontam que 165 mil milionários africanos detêm em conjunto a incrível parcela de 28% por cento da riqueza total de capital fechado do continente.

A força jovem —África é hoje o lar de mais de 1,2 bilhão de pessoas. Estima-se que quase 67% da população em todo o continente tem menos de 30 anos, número que se reflete na população angolana.

A população africana jovem em expansão também é mais rica do que seus pais. Segundo a Consultoria Global McKinsey & Company [empresa de consultoria multinacional que conduz análises qualitativa e quantitativa, a fim de avaliar as decisões de gestão], estima-se que US$ 1,4 trilhão de dólares serão gastos por novos consumidores na África até 2020.

Novas marcas e expressivos designers ganham destaque na passarela do evento, como Rose Palhares, Nao.Li.La, Zholla Thomas, Juddy da Conceição e Dândi, renovando com design apurado a estética da moda local. Rose Palhares e Dândi, por exemplo, dão nova linguagem aos tradicionais tecidos africanos, trabalhando texturas esportivas e modelagem de alfaiataria feminina, colocando assim o tradicional em contato com as novas tendências.

Nao.Li.La vem se firmando com uma estética minimalista de apurado trabalho de modelagem esportiva, redesenhando as dobraduras dos turbantes e dos panos que envolvem historicamente o corpo da mulher africana em criações de construção gráfica e silhueta recortada.

De olho na alfaitaria, Zholla Thomas investe em tecidos clássicos do guarda-roupa masculino para criar uma moda urbana e igualmente elegante para sua moda feminina.

Estreante na passarela do evento, a empresária de moda e apresentadora de TV Juddy da Conceição lança sua marca desenhada pelo jovem estilista Hernani Boticelli, impactando a platéia com uma estética misteriosa num desfile de peças fluidas totalmente em preto pontuado por jaquetas de couro grafitadas à mão na melhor estética afropunk.

Convidados especiais, os estilistas Taibo Bacar [Moçambique] e David Tlale [África do Sul] apresentaram primorosas coleções elaboradas sobre tradicionais tecidos de estampa africana exclusivas para suas marcas, colocando em cena valores de elegância, sensualidade e glamour, sem dúvida, um tripé que começa a se configurar como uma estética africana para a moda.

Elegância masculina —É inegável o gosto masculino angolano pelo bem-vestir. Blazer, colete, camisa, gravata, calça justa e mocassim não faltam no guarda-roupa local. De olho nesse consumidor, destacam-se o estilista Allex Kangala (nome mais forte da moda masculina angolana) e as marcas Closet (que foca na alfaiataria esportiva) e Panziu’ss (do estilista e ex-modelo Chocolate).

Enquanto Allex Kangala investe numa estética de galãs cinematográficos em costumes de estética black-tie com interessante pesquisa de materiais [brocados e tapeçarias], Panziu’ss foca no dândi moderno, brincando com mix de xadrezes, gravatinhas borboletas e modelagens mais joviais numa coleção desnehada por ele e toda costurada na Itália.

Já a Closet, boutique chique e descolada do milionário bairro de Talatona, investe numa alfaiataria esportiva com padronagens divertidas (poás, listras e microflorais), com uma pegada golfe.

Um mercado em expansão —De acordo com o Banco Africano de Desenvolvimento, há uma nova massa móvel acima de cerca de 350 milhões de pessoas que ganham entre US$ 2 e US$ 20 por dia e que está impulsionando o crescimento do consumo em mercados florescentes como a moda.

O site The Economist estima que ao longo da última década, 75 mil quilômetros de novas estradas foram construídas no continente, em grande parte graças ao investimento por parte dos chineses. E, embora o setor de varejo da África ainda é predominantemente informal, existem dezenas de novos shoppings sendo construídos em todo o continente.

As estatísticas são altamente atraentes para os mercados locais. A moda Africana é uma indústria de venda para além de seus mercados locais e deverá chegar a US$ 20 bilhões em 2020, principalmente com eventos de moda a impulsionar o trabalho de designers e marcas em mercados de maior poder de compra – Europa e América –complementando assim suas vendas locais, como é o caso do Angola Fashion Week.

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