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04/07/2015 - 08:00

Especialista mostra avanço da nanomedicina na Reunião Anual da SBPC

Hoje o foco das pesquisas ligadas à nanomedicina é no diagnóstico de câncer, doenças infecciosas e terapias.

Mostrar o avanço dos estudos da área de nanomedicina – uma interface entre nanotecnologia e medicina que pode revolucionar o tratamento de doenças como câncer e infecções no mundo - e analisar os impactos dessa inovação no meio ambiente e na população, é um dos destaques da programação da 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em São Carlos.

Trata-se de uma área da ciência que está na fronteira do conhecimento, com 10 ou 12 anos de estudos, mais ou menos.

O tema será abordado pelo especialista no assunto, o professor Valtencir Zucolotto, coordenador do Laboratório de Nanomedicina e Nanotoxicologia (LNN) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), pioneiro nesses estudos no Brasil. O IFSC pertence à Universidade Federal de S.Carlos (UFSCar), onde o maior evento científico da América Latina se realizará nos próximos dias – no período de 12 a 18 deste mês.

Hoje o foco das pesquisas, segundo Zucolotto, é no diagnóstico de câncer, em doenças infecciosas e em terapias. A expectativa é de que essas inovações façam parte do dia-a-dia da medicina o mais rápido possível.

“O importante é mostrar que essa área já será utilizada pela clínica médica”, estimou ele, que discorrerá sob o tema Nanomedicina e Nanotoxicologia e explicará como o uso de nanomateriais já está contribuindo para o avanço da medicina diagnóstica e terapêutica, na sua apresentação durante a 67ª Reunião Anual da SBPC.

Em sua palestra, o especialista traçará um cenário nacional e mundial de como andam as pesquisas na área de nanomedicina, com ênfase nos avanços obtidos pelo “nosso” grupo de pesquisa. “Mostraremos quais os principais materiais, que tipos de nanopartículas são utilizadas em cada sistema de diagnóstico e quais as doenças que têm sido o foco desses estudos”, exemplificou.

Segundo ele, as descobertas vão causar forte impacto em áreas como a medicina e o agronegócio. Em seu entendimento, “os mesmos sistemas que podem levar um fármaco dentro de uma célula, pode também levar um fertilizante ou um pesticida na planta, na raiz, na folha, para que se diminua a quantidade de agrotóxicos no campo”.

Pedidos de patentes —O grupo de pesquisadores do LNN publicou recentemente vários artigos em revistas internacionais sobre avanços obtidos nos estudos. Dentre os quais, no estudo sobre o uso de nanopartículas para o diagnóstico de leucemia e também do de nanosensores para detecção de dengue. E em estudos sobre diagnósticos preventivos de hipertensão arterial e diabetes tipo 2.

Aliás, os sensores de detecção de dengue e de prevenção de diabetes tipo 2 já foram submetidas ao INPI para o registro de patentes. Ao mesmo tempo, o grupo de pesquisadores negocia com uma empresa de São Paulo a comercialização da inovação do sensor para prevenção de diabetes tipo 2, na forma de produto.

Impactos ambientais e na população - Paralelamente aos estudos sobre o uso de nanopartículas na área da saúde, pesquisadores também se debruçam para descobrir como os materiais utilizados ( nanomateriais, nanopartículas, nanotubos de carbono, nanofios, etc.) podem interferir no meio ambiente e na saúde humana.

“Começou uma grande preocupação para investigar os efeitos tóxicos dessas nano partículas para uma célula humana, para o modelo animal, para ambientes aquáticos, peixes, algas, entre outros”, disse Zucolotto.

Regulamentação —Segundo ele recorda, há cerca de 50 anos essas nanopartículas não eram produzidas pelos pesquisadores. Existiam apenas algumas naturais, como nanovulcões e queimadas. “Essa é uma área de estudo muito fervilhante, bu sca resultados para que possamos no futuro ter leis e regulamentar a comercialização, o manuseio e o descarte principalmente dos nanomateriais”, disse.

Citando o pioneirismo do grupo nesses estudos, Zucolotto afirmou que os pesquisadores do LNN usam parâmetros de segurança no processo de manipulação. “No caso de uma nanopartícula, avaliamos em quais concentrações podem ser tóxica ou não para o ambiente, como deve ser manipulada, já que ainda não existe uma regulação específica das agências reguladoras para o uso de nanomaterias”, exemplificou.

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